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13/12/2016 - 07:40

A relação entre a segurança participativa e o conceito de smart cities

Nas últimas décadas, vivenciamos um avanço sem precedentes na tecnologia, principalmente na forma como ela interfere no nosso cotidiano. Ela está presente desde o momento em que acordamos e vemos as atualizações no smartphone, até as movimentações bancárias e o uso de aplicativo que nos informa o melhor trajeto para chegar ao cinema, cujo ingresso foi comprado e pago antecipadamente também via celular.

Hoje, praticamente tudo está permeado pelos avanços tecnológicos. Mas, apesar de tantas inovações, algumas perguntas ficam no ar: como isto pode melhorar o dia a dia nas grandes cidades? Como, além dos nossos celulares, estes municípios também podem se tonar smarts?

É a partir destas perguntas que surge o conceito de smart city, uma estrutura de soluções tecnológicas e de gestão com o objetivo de oferecer os melhores serviços para os cidadãos, sempre priorizando a eficiência dos processos. Seja com um avançado sistema de monitoramento de tráfego de veículos ou com um simples sensor nos postes de iluminação pública, passando por um software de controle da qualidade do ar. Atualmente, as cidades têm a seu dispor uma gama variada de recursos que auxiliam o poder público na tarefa de gerir os recursos e administrar as demandas das regiões.

Determinadas soluções envolvem investimentos elevados, outras nem tanto. Neste sentido, é de extrema importância ponderar a relação custo x benefício, pois ela é quem dirá se uma implantação é de fato viável para a cidade ou se outras menos tecnológicas atenderão de maneira mais adequada a realidade da região.

E nesta conjunção de soluções, recursos e investimentos, encontramos uma das principais preocupações no cotidiano das cidades de qualquer lugar do mundo: o combate ao crime. Em todo o planeta, independente do nível econômico da localidade, existe o cuidado por parte dos poderes públicos com a manutenção da segurança e ordem pública.

Durante anos de pesquisa e observação de resultados em países de primeiro mundo, onde os recursos são maiores, percebeu-se que investir grandes quantias em material tecnológico, treinamento e aumento de efetivo não foi o suficiente para que os resultados referentes à segurança pública fossem satisfatórios e condizentes ao volume investido. E, com isso, quem acabou sendo afetado por algum insucesso foi mesmo o cidadão.

Câmeras, radares ou outras ferramentas desenvolvidas são todas importantes para a segurança, mas, nenhum sistema tecnológico ainda é capaz de substituir a experiência das pessoas em relação ao seu espaço: o vizinho que conhece os costumes dos arredores, o zelador que sabe como ninguém qual é a rotina do prédio e até mesmo o jornaleiro que está habituado à movimentação do bairro.

Todos possuem informações relevantes de inteligência e nem mesmo as forças policiais têm e, na maioria das vezes, podem ser peças-chave tanto na prevenção de crimes quanto para a sua solução. Em todo o mundo, há a preocupação em se criar um bom relacionamento entre as comunidades e os responsáveis pela segurança e a ordem pública, algo que no Brasil ainda está em desenvolvimento.

Para a nossa realidade, o desenvolvimento de ferramentas que criem meios de comunicação entre os moradores e a polícia de maneira segura e eficaz resultam no que chamamos de segurança participativa. Isto ajuda a disseminar no povo a ideia de que ele também é dono do espaço público e, como tal, deve observar e cuidar.

Se focarmos exclusivamente na realidade da maioria das cidades brasileiras, que enfrentam a escassez de recursos, a segurança participativa tem um papel fundamental no sucesso das políticas públicas. Somar a inteligência vinda das ruas, dos cidadãos, ao trabalho efetivo das forças de segurança será mais preciso e poderá resultar em um aumento dos indicadores positivos referentes à segurança como, por exemplo, queda nos índices de assaltos, roubos e homicídios, sem, necessariamente ocorrer o aumento dos gastos dos governantes com o setor.

Ainda no contexto brasileiro, a adoção de políticas de segurança participativa pode contribuir para trazer de volta o papel do policial como integrante importante da sociedade, sobretudo em sua comunidade, cuja aproximação com os habitantes devolve a confiança em sua figura, valoriza a classe e incentiva a manutenção das boas práticas de trabalho.

Neste universo em que cidades se comunicam com os gestores por meio de bits e mensagens de texto, onde celulares dizem os caminhos a seguir e semáforos sabem a hora de abrir e fechar, a figura central para que todo esse mundo tecnológico seja seguro aos habitantes continua sendo a comunicação entre os seres humanos e a sua percepção do espaço que ocupam.

. Por: Henrique Mafra, cofundador da Mooh Tech. |www.moohtech.com

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