Anorexia pode matar

Com a chegada do verão aumenta a preocupação de mulheres e homens com a busca por um corpo perfeito. Algumas pessoas optam por fazer dietas bastante restritivas, outras apostam em atividades físicas. O descontrole em ambas as situações, aliadas a outros problemas, pode levar a distúrbios alimentares, uma das grandes preocupações da Associação Catarinense de Psiquiatria.

Poucas pessoas sabem, mas a anorexia é uma doença crônica grave e que possui taxa de mortalidade em torno de 6%. Manter um paciente saudável e livre do problema requer empenho, inclusive da família, já que não são raros os casos de recaídas do paciente. O tratamento é difícil e apenas 50% das pessoas alcança a recuperação total.

A faixa etária que mais sofre com a doença está entre 15 e 19 anos e as mulheres são as mais acometidas. A proporção dos casos é de um em homens para cada dez em mulheres. A anorexia envolve dificuldades psicológicas e cognitivas profundas. As pessoas se enxergam e se sentem maiores do que realmente são.

Estudos revelam que as mulheres tendem a se perceberem maiores quando se olham no espelho. Já os homens enxergam o tórax, perna e pênis menores do que são na realidade.

A anorexia começa de forma tímida e em muitos casos se confunde com outras doenças. Os pacientes adotam hábitos que, aparentemente, são considerados saudáveis, como o excesso de atividades físicas, ingestão de baixas calorias e corte de determinados alimentos. Quando levados ao extremo, esses hábitos se tornam um perigo e passam a revelar o princípio da anorexia.

Nas mulheres com anorexia ocorre a parada da menstruação e nos homens diminuição de testosterona, com disfunção erétil, diminuição da libido e por vezes atrofia testicular. O distúrbio alimentar também retarda o crescimento de jovens e pode causar má formação do esqueleto, descalcificação dos ossos e dentes, depressão profunda e até mesmo tendências suicidas.

Nas mulheres com anorexia há ausência da menstruação e nos homens disfunção erétil. O distúrbio alimentar também retarda o crescimento de jovens e pode causar má formação do esqueleto, descalcificação dos dentes, depressão profunda e até mesmo tendências suicidas.

O tratamento não é fácil e precisa ser acompanhado de auxílio psicológico. A cura não é fácil e precisa ser acompanhada de auxílio psicológico. A família também precisa ficar atenta porque a pessoa que sofre com anorexia tenta mascarar os sintomas e o comportamento alimentar, passa a usar roupas largas, esconde o corpo e pode provocar o vômito. O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, com médico, psicoterapeuta e nutricionista. Nos casos mais graves é necessária internação hospitalar. Os cuidados são permanentes, a fim de evitar recaídas.

. Por: Luiz Rath, psiquiatra.