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30/12/2016 - 06:53

Os valores de se criar uma comunidade de trabalho

Há quatro anos, quando decidi fundar a Plug e dar início à um projeto pioneiro no Brasil, investindo na colaboração de espaços de trabalho, procurei enxergar o negócio de forma integral, pensando em todos os elementos e relações importantes para o seu pleno funcionamento. Procuramos encontrar o melhor equilíbrio entre espaços físicos e o relacionamento entre as pessoas que ali decidiriam passar a maior parte de seu dia.

Entendo que todo modelo de negócio parte do princípio de que existem dois elementos: a natureza humana e a material. Mas, como simplificar os processos e diminuir as chances de erro? Como trazer mais valor à comunidade por meio de novas parcerias? Essas e mais algumas outras eram as principais perguntas que nos fazíamos no início do trabalho e que frequentemente voltamos a nos perguntar para entender se estamos em um caminho correto.

Pensando assim, construímos um mapa no modelo “AQAL”, baseado nos ideais desenvolvidos pelo filósofo norte-americano Ken Wilber. O chamado “All Quadrants, All Levels” ao longo de três décadas é aplicado para entender de forma absoluta todos os elementos e relações de qualquer sistema ou negócio. Esse modelo me serviu de base não apenas para desenhar a nossa estratégia, mas também para nos guiar na operacionalização do dia a dia.

Aplicando essa teoria dentro de um coworking, a conclusão é a de que um espaço tido propriamente para trabalho não é feito da parte material, mas sim da parte humana, mais diretamente, dos residentes. O valor de uma comunidade não se baseia apenas em dividir o mesmo espaço, ela precisa possuir interação e trocas constantes de conhecimento, experiências e serviços entre elas, partindo de um nível básico para algo muito mais profundo.

Mas, na prática, como fazer isso funcionar de forma natural, sem criar exageros ou até imposições às empresas e pessoas, sem se esquecer que estão todos ali para trabalhar? Procuramos criar layouts de mesas, cadeiras e divisórias - quando usadas - que favoreçam a comunicação e o contato entre as pessoas, os constantes eventos que criam por si só oportunidades para networking também são “regras” a serem seguidas.

Acima de tudo, procuramos sempre conhecer profundamente quem é e o que faz cada uma das pessoas presentes em nossa comunidade para podermos apresentar uns aos outros, gerando trocas de informações e serviços, contribuindo para que se completem naturalmente em todos os processos que fazem parte do crescimento de cada um. A cultura coworking pode ser considerada um ecossistema, digo isso devido a diversidade de pessoas que circulam pelos corredores, o volume de negócios fechados enquanto se busca mais copo de café e a forma como as próprias empresas se completam entre si.

Ao mesmo tempo, o valor de tudo que comento aqui é infinitamente maior quando a comunidade está aberta para compartilhar esse conhecimento. Os ideais de Ken Wilber colocam as relações externas como um ponto primordial, sendo assim, acreditamos também na importância dos espaços de coworking procurarem sempre parcerias com universidades, empresas e governos, abrindo oportunidades para comunidades em sua volta, contribuindo para aumentar o fluxo de pessoas que frequentam os espaços.

Se nos colocássemos apenas como um mero locador de m² não haveria motivação alguma para investir tempo e, principalmente, energia na criação de um novo ambiente. Ingressar em um coworking é aceitar fazer parte de um hub para desenvolvimento, pessoal e profissional, não apenas do seu negócio. É aceitar fazer parte de uma atmosfera que promove conteúdo que tem o princípio de estimular a aprendizagem e autoconhecimento. Essa é a maior motivação, acreditar que entregamos valor para as pessoas e para a sociedade.

. Por: Jorge Pacheco, CEO e fundador da Plug, pioneira na cultura de coworkings no Brasil e que atualmente possui mais de 800 posições divididas em 4 unidades - três em São Paulo, uma e Cambridge - além de administrar grandes espaços como o CUBO, em São Paulo.

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