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14/03/2008 - 11:45

Os impactos na área da saúde

Cidades digitais são um conceito novo, e os progressos da tecnologia de redes, principalmente as redes wireless de alta velocidade, e a conseqüente queda nos custos, possibilitaram a rápida difusão desse conceito. As justificativas dadas são invariavelmente as mesmas, e as aplicações sociais dessas redes figuram com destaque.

Educação, segurança, saúde, inclusão digital, acesso do cidadão às informações, inclusão social, facilidades para as funções de governo e cidadania, são as que aparecem em primeiro lugar. Nesta série de artigos para o Guia das Cidades Digitais, vou expor sucintamente cada uma delas, baseado, inclusive, em minha experiência de mais de 30 anos em informática aplicada a saúde e educação, primeiro na USP, depois na Unicamp, e atualmente no Instituto Edumed, de Campinas, São Paulo.

A área da saúde se beneficia espetacularmente da existência da rede integrada proporcionada pela Cidade Digital. O impacto na agilidade, qualidade de atendimento, satisfação do usuário, implementação de novos serviços, etc. se manifesta de forma rápida, se os processos e softwares de apoio forem bem implementados.

O mais importante aspecto, ao meu ver, é o aumento dramático do grau de cobertura da conectividade para os equipamentos sociais públicos na área de saúde. Em muitas cidades, sempre existem postos e centros de saúde da malha de atendimento que ficam fora da rede de conectividade, geralmente por localização geográfica. Quando a dispersão das unidades é grande, e seu número também, as formas convencionais de conectividade terrestre aumentam demais os custos fixos operacionais de uma rede totalmente conectada. Portanto, redes wireless são uma solução de rápida implementação, de grande alcance e de custo mais barato que as soluções convencionais.

Entre as aplicações possíveis da rede temos: 1) Sistema integrado de gestão operacional da rede municipal de saúde | 2) Prontuário eletrônico centralizado e único para todos os munícipes | 3) Implementação do serviço de identificação de pacientes (SIP) nos pontos de atenção, usando cartão magnético ou biometria digital | 4) Sistema de agendamento de consultas e procedimentos de saúde, acessivel pelo paciente através da Internet | 5) Sistema de controle de distribuição e estocagem de medicamentos e outros materiais médicos | 6) Telemedicina entre os vários níveis hierárquicos do sistema de saúde, inclusive integração com hospitais de grandes centros | 7) Central de regulação para remoções, consultas primárias, encaminhamentos hospitalares, referência e contra-referênci | 8) IP rádio e IP TV transmitindo programas de educação popular de saúde e treinamento profissional, reciclagem e educação continuada para os médicos, enfermeiras, etc., diretamente para os postos (educação a distância) | 9) Sistema de videovigilância dos centros e postos | 10) Videoconferência para reuniões administrativas, controle operacional, telemedicina e educação | 11) Acesso a bancos de dados de interesse, como referências bibliográfias médicas, bancos de medicamentos, dados toxicológicos etc. | 12) Rede de informações gerenciais, epidemiológicas e outras.

Nos EUA e outros países, já surgiu o conceito de redes comunitárias de informações em saúde (CHIN, ns sigla em inglês), que interliga, inclusive, os prestadores particulares de serviços de saúde. A comunidade só tende a ganhar. O acesso à informatização por parte dos pacientes também tende a modificar muito a relação médico-paciente e provoca uma melhoria geral do sistema, com maior conscientização e participação dos pacientes nas etapas de prevenção, diagnóstico e tratamento.

Já existem muitos softwares e sistemas para aplicações como as listadas acima. Muitas são de fonte livre, outras são comercializadas por empresas. A municipalidade, ao implementar a rede, deve colocar em seu planejamento uma previsão quanto às aplicações que deseja oferecer para seus profissionais atuantes na área, bem como para os cidadãos.

. Por: Renato Sabbatini, graduado e doutor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, foi fundador e coordenador do Núcleo de Informática Biomédica da Unicamp e professor da Faculdade de Ciências Médicas da mesma universidade. Atualmente é presidente do Instituto Edumed, onde coordena projetos de consultoria e desenvolvimento de aplicações sociais para municípios digitais, redes sem fio e IP via satélite. | E-mail: [email protected] | Site: www.sabbatini.com/renato [ Por: Guia das Cidades Digitais].

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