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15/03/2008 - 11:43

Economista alerta para riscos de crescimento ainda não ser sustentável

Corecon-RJ vai debater tema em sessão aberta ao público no dia 18 de março.

Os impactos da crise dos subprime (hipotecas de alto risco, no setor imobiliário dos EUA) sobre a evolução da economia brasileira serão debatidos no Conselho de Economia do Rio de Janeiro (Corecon-RJ), na próxima terça, dia 18 de março. Antes do debate, Luiz Filgueiras, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFBA e Doutor em Economia pela UNICAMP, fará uma exposição sobre o tema. Autor de diversos livros sobre a economia nacional, Filgueiras vem ao Rio para o lançamento do mais recente, em parceria com Reinaldo Gonçalves: “A Economia Política do Governo Lula”.

Uma das teses de Filgueiras é a de que o Brasil precisa criar condições para que sua economia não fique tão exposta às oscilações do cenário externo. Se nos anos mais recentes isso teve reflexos muito favoráveis na economia, como demonstra a recém-divulgada variação de 5,4% do PIB brasileiro, em 2007, por outro o pior da crise imobiliária dos EUA pode ainda não ter passado. “A conjuntura internacional é a variável-chave para se entender o que acontece nas economias emergentes. Se lá fora está tudo bem, o reflexo é positivo”, explica.

Além disso, Filgueiras alerta: “O aumento pontual do PIB em um ou outro ano não quer dizer que entramos em uma rota de crescimento sustentável. A dinâmica do nosso crescimento tem como limite a interseção com o mercado internacional, pois não temos em nossas exportações produtos de real valor agregado”. Para ele é preciso definir um novo modelo de desenvolvimento do país, que privilegie investimentos no desenvolvimento tecnológico e em produtos de alto valor agregado, ao invés de nos concentrarmos mais uma vez em commodities, como vem acontecendo.

Segundo o professor, alguns aspectos da atual política econômica também deveriam sofrer mudanças como: política cambial (com estabilização do valor do real, com controle de capitais); política monetária (compatibilizando o controle da inflação com o crescimento econômico, retirando como objetivo único da política monetária as metas de inflação); política fiscal (redução do superávit primário e renegociação e mudança de perfil da dívida pública); políticas industrial, comercial e tecnológica (voltadas para a proteção e o incentivo de setores/produtos selecionados, com capacidade de encadeamento no conjunto da estrutura produtiva e/ou que agreguem valor e tenham demanda dinâmica no mercado internacional); e política de emprego (com uma estratégia clara, transparente e de longo prazo para recuperação do poder aquisitivo do salário mínimo, com aumentos reais garantidos).

Ciclo de Debates 2008 (aberto ao público), dia 18 de março (terça-feira), às 18h30, no Auditório do Corecon-RJ – Av. Rio Branco, 109/19º andar – Centro do Rio de Janeiro. Convidado: professor Luiz Filgueiras

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