Com 17 anos de existência, o Mercosul ainda enfrenta sérios problemas de interesses nacionais, diz analista

De acordo com o consultor do Núcleo de Negócios Internacionais da Trevisan Consultoria e professor da Trevisan Escola de Negócios, José Alexandre Hage, o Mercosul, que completa 17 anos este mês, ainda enfrenta muitos problemas de interesses locais. Fundado em 1991, o plano de integração foi constituído sob o espírito de cooperação que abarcasse não apenas o comércio regional, mas também outras áreas de grande complexidade. “Neste ponto, embora o Mercosul não fosse para tal, ele havia contribuído muito para amainar ressentimentos políticos antigos, como aqueles que envolviam questões de energia nuclear. Ainda dentro desse espírito, o plano do sul tencionava fazer com que o grau de cooperação incluísse a energia como fator de integração física, como o gás natural, petróleo e energia elétrica”.

Ele também afirma que nos últimos dez anos, o tratado que concebeu o Mercosul não escapa da paralisia provocada por medidas de interesse nacional dos Estados membros. “A idéia de que a energia pudesse ser algo compartilhado sob a égide da integração não foi além da promessa. A questão de fundo é saber por que a integração física pela energia não conseguiu obter avanços substanciais. A resposta poderá ser encontrada, possivelmente, na maneira de como os países procuram resolver seus problemas históricos, dando a entender que seus recursos ainda continuam a ser elementos de projeção e poder”.