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28/01/2017 - 07:39

Contêineres marítimos são reaproveitados como material de construção

Nem só de areia e tijolo são feitas as construções. Um exemplo são os contêineres utilizados no transporte de cargas marítimas. Em Goiânia, já está se tornando comum encontrar escritórios, centros culturais, bares, quiosques e outros espaços feitos com essa estrutura.

Imensas embalagens de metal utilizadas para transporte de carga marítima e rodoviária, os contêineres podem ser reciclados e reutilizados. Atualmente eles são reformados e higienizados para ganhar um novo papel na construção civil. Preparados para serem encaixados uns aos outros, esses latões resistentes podem ser empilhados para atender a projetos sofisticados de arquitetura, como sobrados e até pequenos prédios de seis andares, que podem ser vistos comumente em países como Amsterdã, Holanda e Colômbia. No Brasil, e em Goiânia, o reuso dessa estrutura para a construção de espaços é uma novidade que vem se fortalecendo, segundo especialistas.

Um exemplo local é o do Espaço Cultural Attílio Correia Lima, que funciona na Praça Conceito Consciente, no Setor Marista. Formado por dois contêineres higienizados e reformados, foi preparado para receber até 40 pessoas em exposições de arte e feiras de artesanato. O ambiente abriga a central de energia da praça, que com painéis fotovoltaicos e micro turbinas hidrelétricas gera energia sustentável para a própria iluminação. No interior do centro cultural ainda existem lavabo e banheiros masculino e feminino. Para propiciar mais conforto térmico, os contêineres foram equipados com teto verde e exaustores.

De acordo com a designer de interiores Jacqueline Adorno, essas construções sustentáveis podem ser mais baratas que as de alvenaria. “A cultura é parte do motivo pelo qual ainda são incomuns no Brasil. Aqui temos muita facilidade de mão de obra, então partimos para o serviço mais caro, de alvenaria, sem ao menos pensar em outras possibilidades, como o drywall ou o próprio contêiner. O brasileiro também gosta de ver a coisa pronta antes de se aventurar, então já temos alguns exemplos. As vantagens são muitas, criatividade é o que manda nesse quesito, o negócio é como ele ainda é apresentado para quebrar paradigmas”.

Por dispensarem também a parte de estrutura das obras, construções com contêineres podem sair até 30% mais baratas, segundo Jacqueline. Um ambiente de 30m² feito de contêineres pode ser erguida em cerca de 45 dias, além do prazo para que se faça fundação e toda a parte de alvenaria. O problema da temperatura também pode ser solucionado como na praça, com teto verde e janelas. Outra facilidade são as mudanças, ressalta a especialista: é só içar com guindaste e transportar a estrutura inteira.

“Eventos especializados em arquitetura e design de interiores do mundo inteiro, inclusive em Goiânia, sempre o assunto das construções modulares em pauta. Acredito que tendem a ficar mais comuns, e em consequência, mais baratos também”. Segundo ela, residências metálicas não inviabiliza que as casas tenham aspecto convencional em seu interior. “Ao forrar o interior com drywall e a instalação do piso, o ambiente vai se parecer como qualquer outro”.

O consumidor, entretanto, deve ficar atento a não adquirir itens com ferrugem, que podem comprometer a estrutura e investir na limpeza e desinfecção dessas grandes embalagens. “São utilizados para transportar de tudo, inclusive materiais tóxicos. Então o ideal é que se remova toda a pintura, faça a higienização e só depois passe a incorporar os projetos.

As construções também vem sendo utilizado para montar a estrutura administrativa dos canteiros de obra. “Há uns oito anos construíamos barracões que mais tarde eram demolidos. Com a chegada dos contêineres, isso passou a ser visto como desperdício de materiais e de mão de obra. O que levava, duas semanas para ser erguido passou a ficar pronto em questão de horas. Atualmente nós alugamos e não geramos nenhum desperdício”.

Construções modulares — Outra opção de reaproveitamento são as construções modulares, em lojas, quiosques e outros espaços. A Fast Açaí, franquia de alimentação saudável, é uma das que têm aderido ao uso. Atualmente, um terço de suas 140 lojas estão alocadas em containers modulares. A rede, inclusive, desenvolveu, junto ao fornecedor, um protótipo exclusivo para a marca. A alternativa tem sido utilizada pela resistência do material e possibilidade de reinstalação da estrutura em caso de mudança de endereço.

Segundo o gerente de marketing da Fast Açaí, César Alves, os contêiners se tornaram uma alternativa para o comércio devido à sua estrutura compacta, resistente e segura, que proporciona economia com despesas de aluguel, uma vez que os empreendedores podem instalá-los em localizações estratégicas.

Outra vantagem é que o material é de alta resistência, incluindo a possibilidade de realocação em casos em que isto se faça necessário. “No caso específico dos quiosques modulares desenvolvido para Fast Açaí, eles já são projetados para que não gere resíduos no processo de produção, além de já contemplarem o projeto hidráulico e elétrico interligando toda parte interna”, salienta César Alves.

A Fast açaí, fundada em 2012 em Goiânia, tornou-se franquia em 2014 e, desde então, vem expandindo-se rapidamente pelo Brasil. Atualmente são 140 lojas distribuídas em Goiás, mais outros 11 estados e o Distrito Federal. A franquia também está atravessando fronteiras. Ainda este ano a empresa inaugura duas unidades em Orlando, na Flórida. A Fast Açaí possui como carro chefe o açaí expresso, mas também possui no cardápio outros produtos para uma alimentação mais saudável, como cupuaçu, wraps e sanduíches naturais. O baixo investimento inicial (a partir de R$ 144 mil) e o suporte ao empreendedor, especialmente aqueles que estão abrindo a primeira empresa, são os outros fatores de sucesso da Fast Açaí.

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