Bichos no Museu da Chácara do Céu

OMuseu da Chácara do Céu inaugura a exposição “Bichos”, com 88 obras pertencentes à coleção dos Museus Castro Maya, reunidas pela curadora Anna Paola Baptista, em torno de um mesmo tema: “Animais”. A disposição das obras não obedece necessariamente a critérios como cronologia, estilo, suporte ou recorte dentro da coleção; ao contrário, tende a misturar estes elementos a fim de examinar diferenças e variedades. A mostra ocupa todos os espaços expositivos do Museu da Chácara do Céu (Jardim de Inverno e salas do 3º andar), com quadros, gravuras, esculturas, livros, aquarelas, porcelanas e cerâmicas, de diversos artistas e períodos.

“Os bichos sempre intrigaram e fascinaram o homem. Na expressão artística os animais vêm marcando presença desde as pinturas pré-históricas até arte contemporânea, figurando como elementos de temática ou como símbolos vinculados a padrões iconográficos”, explica a curadora.

Fazem parte da exposição obras bem antigas, como o livro do holandês Johan Nieuhofs, publicado em 1682, e a escultura “Carpas enlaçadas”, da Dinastia Ming (séc. XIV- XVI), assim como obras mais modernas, como “Jazz”, de Matisse, de 1947, “O Galo”, de Miró, de 1939 e “Carneiro Jasmim”, de Candido Portinari, de 1959. Também estão na exposição livros do século XIX, porcelanas da Cia das Índias e cerâmicas de Mestre Vitalino.

“O animal, sempre intrigante e fascinante para os homens, objeto de suas representações pictóricas e fabulações míticas e rituais desde os tempos das cavernas, foi o tema privilegiado pela curadoria para estimular a percepção de que a manifestação artística no homem é variada e ilimitada em sua capacidade de expressão e representação”, diz a diretora dos Museus Castro Maya, Vera Alencar.

A mostra está dividida em cinco módulos: “Imaginar”, que reúne mitologias, monstros, animais e raças fantásticas; “Conhecer”, onde estão obras com os temas aventura e descoberta do Novo Mundo e da Ciência; “Representar”, com trabalhos que usam os animais como símbolos e personificação de qualidades; “Viver”, onde estão obras que retratam o cotidiano, a utilidade, o doméstico e o selvagem; e “Criar”, onde estão trabalhos que demonstram as possibilidades da arte, realismo e fantasia, antigo e moderno.

“A construção da civilização humana, sinônimo de um processo contínuo de conquista da natureza, teve, desde sempre, o predomínio do homem sobre o mundo animal como uma pré-condição básica da história. Esta é uma história que se desenrola desde épocas de maior dependência dos recursos naturais para trabalho, alimento, vestuário, transporte etc, até tempos recentes, em que a atenção se volta para o aprimoramento de raças e experimentos genéticos”, afirma a curadora.

Visitação: 20 de março a 30 de junho de 2008,das 12h às 17h, exceto às terças, no Museu Chácara do Céu , Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Teresa, Rio de Janeiro (RJ). Telefones: (21) 2224.8981 | 2507.1932 | 2224.8524. Ingresso R$ 2,00 (menores de 12 anos, maiores de 65 anos e grupos escolares não pagam). Entrada franca às quartas-feiras. Site do museu: www.museuscastromaya.com.br