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03/02/2017 - 07:51

Codesp inicia comemorações do aniversário de 125 anos do Porto de Santos


O evento foi marcado pelo lançamento do projeto do Cicop e inauguração do Centro de Controle de Tráfego de Embarcações.

O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Alex Oliva, deu início no dia 02 fevereiro(quinta-feira), às comemorações do aniversário de 125 anos do Porto de Santos. Pela manhã, o presidente Oliva lançou o projeto para construção do Centro Integrado de Comando Operacional do Porto de Santos (Cicop). A estrutura que abrigará o Cicop será construída em área localizada entre as instalações do Corredor de Exportações de Grãos, na Ponta da Praia, e o Terminal Pesqueiro Público de Santos.

Alex Oliva disse que “a presença de todos neste ato demonstra a relevância que este Porto tem para o Brasil e a importância do nosso trabalho para que possamos ter um país melhor”. O presidente acrescentou que “essa obra de arte será compartilhada com a sociedade, por tratar-se de um projeto arquitetônico que contempla um mirante à beira mar, que deverá se tornar um marco turístico para a região”.

A Polícia Federal também lançou o projeto de sua nova sede na Baixada Santista, que ficará abrigada no mesmo local do Cicop. O delegado da Polícia Federal em Santos, Júlio Cesar Baida Filho, destacou a localização estratégica do empreendimento, logo no início do canal de acesso ao Porto de Santos, e a importância da presença dessa unidade no maior Porto da América Latina.

O presidente Alex Oliva e demais diretores da Codesp, juntamente com o Delegado da Polícia Federal em Santos, Baida Filho, o superintendente Regional em São Paulo, Disney Rosseti, e outros integrantes da corporação, descerraram as placas dos dois projetos, que registram um momento importante para a Baixada Santista. Alex Oliva afirmou que “esta solenidade marca um novo tempo e a materialização de dois sonhos”.

A tarde o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, inaugurou o Centro de Controle de Tráfego de Embarcações, o Vessel Traffic Management Information System (VTMIS), seguindo, após, para a Codesp, onde reinaugurou o auditório do edifício-sede da presidência da Codesp e anunciou a assinatura, para os próximos dias, da ordem de serviço da dragagem do canal de navegação para recuperação da cota de 15,7 metros de profundidade, bem como das bacias de acesso dos berços de atracação. “Esta é uma obra de 369 milhões de reais. Nossa expectativa é que, a partir disso, haja uma nova perspectiva de crescimento e desenvolvimento para o país”, disse o ministro Quintella.

Juntamente com o ministro, o diretor presidente da Codesp, Alex Oliva, anunciou a retomada da obra de alinhamento do Cais de Outeirinhos. “O cronograma será retomado após o final da temporada de cruzeiros deste ano”, disse Alex Oliva. O ministro Maurício Quintella Lessa afirmou que os recursos federais para a continuidade desta obra já estão garantidos. “Estas obras, como o reforço do cais dos armazéns 12A ao 23, a (avenida) Perimetral e a dragagem, são fundamentais para o aprimoramento do Porto, gerando impactos positivos para a cadeia logística”, destacou o ministro.

Projeto do Cicop — A torre do Centro Integrado de Comando Operacional contempla um pórtico com elevador panorâmico e escadas, equilibrando um disco, traduzindo uma forte composição de arquitetura e engenharia. O nível mais elevado abrigará o Centro Integrado de Inteligência Operacional, que reunirá órgãos como a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Guarda Portuária e Base do Plano de Ajuda Mútua do Porto de Santos, Guarda Municipal, Polícia Federal, Exército e Marinha. No nível abaixo ficará o espaço-mirante, de uso turístico, com implantação de elevador panorâmico.

O principal objetivo do projeto é que a torre fique em ponto elevado, às margens do estuário, a fim de proporcionar a máxima varredura visual possível. Além de tratar-se de uma obra importante para as atividades de controle operacional, promoverá potencial turístico à cidade de Santos.

A tipologia da obra, complementada por laje circular de 72 metros de diâmetro (cobertura do pavimento térreo) exige que não haja quaisquer elementos construtivos no terreno, que deverá permanecer plano, protegido por cobertura vegetal, tipo gramado, ou cobertura em material permeável, tipo areia, caracterizando conexão da cidade com a praia.

O empreendimento, para atingir a altura de 125 metros, foi concebido em pórtico de concreto para suportar um “disco” metálico. Esse pórtico de concreto, além de comportar a circulação vertical (elevadores e escada) é suporte de grande elevador panorâmico turístico.

O “disco” metálico em balanço no topo do pórtico comporta dois níveis internos, sendo um de uso turístico e outro institucional, e um externo de uso institucional. Esse disco contém extensa base de apoio em aço corten (pré-moldada no solo para posterior elevação) e teto em estrutura de aço cortem, além de suporte de chapa de cobertura em cobre zincado. O fechamento das bordas do disco é em vidro laminado, permitindo amplo campo visual. O espaço de uso turístico (mirante) traz a possibilidade de abrigar, em seu núcleo, atividades como restaurante, souvenir, café, entre outras.

No solo serão construídos dois níveis: o térreo, que comporta acessos distintos à torre, além de amplo ambiente de centro de eventos com respectivas infraestruturas e o subsolo, que abriga amplo estacionamento e diversas funções de infraestrutura, atingindo limite máximo de uso permitido pelo do terreno, em conformidade com programa de necessidades complementar.

A estrutura que abrigará o Cicop é resultado de estudos na busca da arquitetura com refinamento estrutural contemporâneo. A ergonometria estabelecida contempla a relação entre o trabalho de rastreamento eletrônico e visual, a partir de borda curva e transparente em vidro. É a lógica entre forma e função, atendendo, com eficiência, o objetivo a que se propõe, gerando, de forma indireta, um design com apelo turístico e referência visual do Porto de Santos.

Compondo a obra, sua base atende funções complementares de convivência, lazer, cultura e infraestrutura de apoio, ambientando acesso principal ao elevador-mirante, que se move no vão do pórtico. O grande disco será executado no solo e içado ao topo. Além disso, estudos de iluminação destacarão pormenores importantes.

O projeto arquitetônico apresenta área aproximada do terreno de 16 mil m², diâmetro maior do disco de 44 metros. No solo haverá garagem com 9.500 m², pavimento térreo de 4.400 m² e praça (laje do pavimento térreo) de 4.350 m². O disco terá nível de uso turístico, com 1.100 m², mezanino do Cicop (uso institucional), de 400 m², mirante (uso institucional) de 20 m², cobertura metálica de 1.000 m².

Centro de Controle de Tráfego de Embarcações (VTMIS): “A implantação do VTMIS representa um novo marco de aprimoramento tecnológico a serviço do tráfego de embarcações, colocando Santos no patamar dos mais modernos portos mundiais neste setor”, destaca Alex Oliva, lembrando que o conjunto de informações proporcionado pelo novo sistema, além de outras possibilidades, permitirá a eficiente gestão do canal de navegação para acesso ao porto. “Temos certeza de que nosso sistema se consolida com uma referência não só para a América Latina, mas para qualquer porto do mundo”, conclui.

O prédio foi totalmente reformado pela Codesp, apresentando um novo layout, dispondo de dois pisos com seis salas destinadas à operação do sistema, supervisão de manutenção, servidores de rede de computadores, gerador de energia e duas reservadas para o setor de Meio Ambiente e para treinamento e situações de crise.

O CCVTMIS já dispõe de infraestrutura completa, incluindo a parte de telefonia e rede de dados. O software de controle e operação do VTMIS está instalado, para que os operadores se aprimorem para a operação real assim que for estabelecida a conexão de dados com as estações remotas. Dez funcionários já atuam no Centro de Controle.

O VTMIS tem como objetivos principais assegurar a salvaguarda da vida humana, a segurança das manobras e das embarcações nas águas do Porto de Santos, em seus canais de acesso e áreas de fundeio, protegendo a infraestrutura portuária. Auxiliar e complementar os sistemas de gestão e vigilância portuária, além de melhorar a logística, aumentar a eficiência e a produtividade do complexo portuário também são finalidades do sistema que atua ainda em apoio à defesa do meio ambiente marinho, por meio de monitoramento de efluentes e das variáveis ambientais, como marés, direção dos ventos e dados das águas do estuário.

O sistema opera a partir de dados colhidos por quatro estações remotas dispostas em torres distribuídas de forma estratégica na região, situadas na Ilha da Moela (estação Alfa), na Ponta do Itaipú (estação Bravo), nas instalações do Salvamar em Guarujá (estação Charlie) e na Ilha Barnabé (estação Delta), abrangendo toda a área do Porto Organizado e estendendo o alcance a até 12 milhas a partir da boia 1, englobando as seis áreas de fundeio de navios destinados ao Porto de Santos. As estações são dotadas de radar banda X, câmeras dia e noite de longo alcance, câmera de circuito fechado, equipamentos meteorológicos (visibilímetro, anemômetro e anemoscópio para velocidade e direção do vento, pluviômetro, termômetro de ambiente, barômetro, piranômetro para medição de radiação solar e medidor de umidade relativa) antena de comunicação para transmissão dos dados e gerador elétrico.

Quanto à instalação das estações, a Delta, localizada na Ilha Barnabé, já foi iniciada, enquanto as demais, localizadas em área de terceiros, o que demandou tratativas para autorizar a implantação, passaram por serviço de sondagem de solo, já concluídos, e seguem cronograma para instalação.

O monitoramento de tráfego é realizado através do rastreamento dos navios, previsão de rotas, inclusive em casos de perda de sinal, rastro histórico de movimentação, alertas de segurança acionados em casos de intrusões a áreas não autorizadas, movimentação não autorizada e riscos de acidentes, além de missões de rastreamento de embarcações. O controle de tráfego de embarcações torna mais segura a espera de navios nas áreas de fundeio e mais eficiente a movimentação e atracação de embarcações no porto. O CCVTMIS conta com antena VHF para comunicação com as embarcações e receberá dados das torres de monitoramento, das estações meteorológicas e dos sensores oceanográficos.

A estação meteorológica servirá para monitoração de intempéries e o marégrafo, para identificar os movimentos de preamar (maré alta) e baixa-mar no canal. Assim, os operadores da central poderão estimar de forma mais precisa a profundidade de cada berço do cais e auxiliar os navios no momento da atracação.

As torres abastecerão a central com dados sobre a localização e movimentação de embarcações. Cada uma das torres terá um radar, uma câmera de alta definição e um transponder AIS. O transponder AIS (Automatic Identification System), é um dos equipamentos mais importantes da torre: ele recebe sinais enviados obrigatoriamente pelos navios. Com esse contato, a central visualiza a posição, a velocidade e o número de registro do navio numa carta de navegação eletrônica exibida num monitor – seu movimento é acompanhado em tempo real. Como a maior parte dos barcos pequenos não emite sinais de transponder, a tarefa do radar será identificar estas embarcações menores (até um metro quadrado de área). A câmera inteligente apontará automaticamente para o alvo localizado pelo radar. Isso aumentará a segurança na área de fundeio.

A utilização do sistema permite ainda o aprimoramento da gestão das operações portuárias a partir do monitoramento permanente da movimentação de chegada, atracação e saída do navio, registros das viagens, incidentes de navegação, comparação de documentação, previsão de horários, informações sobre cargas perigosas e emissão de relatórios.

Na área ambiental, o sistema opera com dados coletados de sensores ambientais e oceanográficos como marégrafos, medidores de corrente, monitores de condutividade, temperatura e profundidade, gerando informações sobre condições ambientais e climáticas, com visualização em tempo real de cada variável medida, além da emissão de dados históricos para estudos técnicos, científicos e modelagens matemáticas.

O VTMIS conta ainda com rede de integração a sistemas externos existentes e outros em desenvolvimento como o Portolog. Tal conexão garantirá ainda mais o aumento do nível de segurança, eficiência e agilidade na operação portuária. Através da ligação com o Porto Sem Papel e com a Supervia Eletrônica de Dados terá disponível dados como previsão de chegada, lista de navegantes e cargas perigosas, tonelagem embarcada, próximos destinos e informações auxiliares ao cálculo de tarifas portuárias.

O IHS Fairplay, um provedor de informações marítimas reconhecido pelo International Maritime Organization (IMO) é outro sistema integrado, contendo dados oficiais de navios como dimensões, equipamentos de segurança, últimas escalas e ocorrências anteriores.

O Sistema de Identificação e Acompanhamento de Longa Distância, conhecido pela sigla LRIT , que mantém o acompanhamento da movimentação de navios através de rastreamento satélite da Marinha do Brasil, é mais um sistema integrado ao VTMIS, ajudando ainda mais na previsão de chegada de embarcações.

A conexão com o Sistema de Segurança Pública Portuária (SSPP) e ao ISPS Code é outra integração de sistema externo disponível, permitindo o compartilhamento de câmeras de segurança para interface entre cais e navio, oferecendo acesso on line de imagens que possam detectar ocorrências de aspecto ambiental e de segurança.

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