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18/03/2008 - 10:50

Barra Mansa é destaque no combate ao tabagismo

Programa chega a ter 350 pessoas na fila de espera.

Não é pequeno o número de pessoas que têm buscado mais qualidade de vida e que, por isso, se esforçam para largar o vício do cigarro. Para ajudar essas pessoas, a Prefeitura de Barra Mansa, na Região do Médio Paraíba, conta com o Programa de Controle e Prevenção do Tabagismo, que oferece orientação e suporte a quem quer parar de fumar. O objetivo é ajudar a reduzir o número de fumantes, por meio de terapia de grupo e suporte medicamentoso. O programa é gratuito.

A procura pelo programa tem sido grande, com cerca de 50 inscrições mensais. Pacientes de outras cidades também procuram o tratamento em Barra Mansa. Em 2007 foram 300 pessoas atendidos, e só neste primeiro trimestre de 2008, foram iniciados seis novos grupos, num total de 129 pacientes. Para atender a demanda, no mês passado foram iniciados mais dois grupos. E no último dia 13, outro grupo começou o tratamento. Atualmente são cerca 350 pessoas na fila, e muitas delas, por causa de trabalho e outros compromissos, escolhem os horários noturnos, que são os mais disputados.

"O governo municipal tem essa preocupação de dar suporte a quem deseja mais qualidade de vida. Custa mais arcar com os gastos referentes ao tratamento das doenças provocadas pelo fumo do que investir em prevenção e campanhas contra o fumo. O programa já existe há oito anos em Barra Mansa e trabalha também com atividades de divulgação dos malefícios do tabaco e ações preventivas nas escolas municipais", conta o prefeito Roosevelt Brasil.

Segundo o coordenador do Programa, Sérgio Murilo Conti, há dois fatores principais que influenciam na decisão de parar de fumar: a saúde e o aspecto financeiro. “Alguns dos pacientes nos contaram que chegavam a gastar 17% do salário com cigarros, considerando aqueles que recebiam um salário mínimo. Além disso, a expectativa de uma melhor qualidade de vida e pedidos de parentes também influenciam a decisão”, diz Murilo.

Ao ingressar no programa, todos os pacientes respondem a um questionário, que ajuda na condução das dinâmicas e faz a pessoa analisar como são seus hábitos em relação ao vício. Uma das questões é o número de vezes que já tentou largar o vício, e outra quer saber com que idade a pessoa começou a fumar.

Nos novos grupos, a predominância é de mulheres: 84%. A maioria dos pacientes, 80%, fumou seu primeiro cigarro entre 11 e 20 anos. A dependência à nicotina do grupo também é alta. Nos testes realizados, 70% se mantêm com grau muito elevado ou elevado. Mas um dos dados que mais impressiona se refere a quanto tempo após acordar eles fumam seu primeiro cigarro do dia: 54% responderam que isso ocorre dentro de cinco minutos, e 30%, de seis a 30 minutos.

No entanto, o tratamento, para ser eficaz, requer determinação e continuidade. “O cigarro causa três dependências: química, comportamental, que é o hábito de fumar, associado a rotinas do dia-a-dia, e a psicológica, que é uma associação com bem-estar, relaxamento”, enfatiza Murilo. Para muitas pessoas, o cigarro também é um companheiro quando se está sozinho. A terapia de grupo ajuda a suportar a necessidade que as pessoas sentem em relação ao cigarro, a vivenciar o estresse sem o fumo e a superar o costume, o hábito.

"A nicotina é uma droga de ação rápida, demorando somente oito segundos para chegar ao cérebro e provocar uma sensação de bem-estar e prazer para o fumante, além de ser bem aceita socialmente, embora isso esteja começando a mudar. Por isso é difícil largar o fumo, porque é preciso mudar hábitos", explica o coordenador.

No início, os encontros são realizados uma vez por semana, com duração de 1h30, durante oito semanas consecutivas. Depois, são mais quatro encontros quinzenais, passando em seguida para a fase de manutenção, uma vez ao mês, até completar um ano. Além disso, o paciente conta com suporte medicamentoso nicotínico (adesivo de nicotina e goma de mascar de nicotina) e não-nicotínico, com bupropiona (antidepressivo). Hoje, há cerca de 180 pacientes já em fase de manutenção do tratamento.

Dentre as muitas doenças provocadas pelo cigarro, estão diversos tipos de câncer, como pulmão, garganta e faringe, enfisema e doenças coronárias, entre outras. Outra questão é a do fumante passivo, que respira a fumaça carregada de nicotina e substâncias cancerígenas, e corre os riscos de ter os mesmos problemas de saúde de um fumante.

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