Solta esse black

Alunas cariocas combatem racismo e machismo na escola e ganham o prêmio nacional Desafio Criativos da Escola 2016. Escola é a primeira a ser reconhecida pelo Desafio no estado; Iniciativa, promovida por projeto do Instituto Alana, recebeu 1014 inscrições de 362 cidades de todas as regiões .

Aceitação, autoestima e motivação. Estes foram os pilares do projeto feito por alunas do 1º ano do Ensino Médio da Escola Municipal Levy Miranda, no Rio de Janeiro (RJ), após reagirem aos comentários machistas e racistas feitos por meninos durante as aulas. Incomodadas, as garotas se uniram e formaram o coletivo ‘Solta esse Black’ com o objetivo de promover o empoderamento feminino juvenil e combater o racismo e o machismo dentro do colégio. A iniciativa foi uma das ideias premiadas na 2ª edição do Desafio Criativos da Escola.

Para se expressar com liberdade, as alunas criaram um espaço de conversa exclusivo para falar sobre suas experiências e angústias. Em um desses diálogos, discutiram sobre a importância de poderem assumir a forma natural de seus cabelos, indo contra preconceitos e padrões de beleza. A partir de palestras, rodas de conversa, apresentações de dança, oficinas de turbante e de penteados e outras atividades realizadas pelo coletivo, as meninas ficaram mais seguras de si e transformaram a escola em um espaço menos machista, racista e mais acolhedor para todas as alunas e alunos.

“Essas equipes representam o que de melhor está acontecendo no país: crianças e jovens que, apoiados por seus professores, nos mostram que é possível transformar a escola em um espaço mais acolhedor e menos desigual. São estudantes que estão melhorando a educação e até mesmo influenciando a construção de políticas públicas, provando que, mesmo em ambientes que parecem complexos, algumas atitudes são tão simbólicas que se espalham e parecem fazer sentido de forma universal", comemora Carolina Pasquali, diretora de comunicação do Instituto Alana e coordenadora do projeto.

Perfil —O Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta em projetos que buscam a garantia de condições para a vivência plena da infância. Criado em 1994, o Instituto conta hoje com projetos próprios e com parceiros e é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão “honrar a criança”.