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25/02/2017 - 08:34

Palco de festa e alegria de antigos carnavais


Entre as décadas de 1930 e 1960, bondes da Light animavam as ruas do Rio durante a folia.

Bem antes de garantir a iluminação do Carnaval na Passarela do Samba, a Light sempre esteve presente no Carnaval carioca. Em seu Acervo Histórico, matérias de jornais, revistas internas, cerca de 600 fotos e anúncios da época mostram que a companhia não somente iluminava a maior festa de rua, mas também se destacava, por meio dos bondes, que eram o principal transporte então. A moda teve seu auge na década de 1940.

“Existem vários documentos com informações sobre a presença da Light no Carnaval, desde cartas de comissões de comerciantes solicitando iluminação específica, fotografias até matérias de jornais e, inclusive uma solicitação escrita em 1916, pedindo a iluminação de coretos para uma batalha de confetes, em Santa Teresa e no Méier”, conta Luis Felipe Younes do Amaral, gerente do Instituto Light e do Centro Cultural Light.

Ao longo do tempo, a Light iluminava quadras de blocos e escolas de samba, contribuindo com reforço de equipe técnica em vias públicas para manter iluminados avenidas e bairros, assim como, na década de 1930, os bondes da Light eram usados por um dos blocos mais tradicionais do Rio, o Cordão da Bola Preta. Havia até um bonde que circulava especificamente no Carnaval.

“Além disso, há registros de blocos de Carnaval criados por funcionários da empresa. Inocentes da Rua Larga, Turma da Light, Bloco da Light foram nomes de alguns deles. Para a festa, a empresa disponibilizava um bonde, que saía às 13h da oficina de Triagem, ricamente enfeitado, levando os funcionários. A festa só terminava na Rua Alexandre Mackenzie, onde os foliões embarcavam de volta”, acrescenta Luis Felipe.

Bonde, homenageado até em marchinha — Os foliões utilizavam o bonde como um “esquenta” do Carnaval. Há relatos de verdadeiros bailes dentro dos bondes. Depois disso, geralmente na Avenida Rio Branco, os passageiros saltavam e ganhavam as ruas. Um fato curioso é que durante o carnaval de 1928 um bonde específico foi enfeitado pelos foliões em homenagem a um motorneiro da Light chamado Ivo Costa. Dizia-se que era muito simpático com os passageiros, que faziam questão de viajar no veículo conduzido por ele, abarrotando os bancos de gente e assim nasceu um pequeno bloco de Carnaval dentro do bonde, chamado “Apertados”.

A importância histórica da presença da Light no Carnaval pode ser vista ainda nas inúmeras letras de marchinhas e sambas que citam o bonde. Ninguém menos que o compositor Lamartine Babo, funcionário da empresa, coloca o bonde como personagem de uma de suas marchinhas: “Eu só viajo em bonde de tostão/ São Luís Durão/ Bonde mais caro é para gente fina/ Santa Alexandrina”.

As linhas de bonde foram desativadas no fim da década de 1960. Mas a memória dessa época do Carnaval carioca está registrada em fotos e nas lembranças de quem aproveitou o tempo das folias inocentes.

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