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02/03/2017 - 07:43

Eduardo Veronese — Que país é este?


Por: Eduardo Veronese, Vila Velha(ES), é Professor de Educação Física, Bacharel em Direito e Militar da Reserva Remunerada, escritor, lança o seu terceiro livro: Manuscritos Sagrados: o Pentateuco e os Livros Históricos do Antigo Testamento, lançado no dia 23 de fevereiro de 2017, podendo ser adquirido pelo Site: www.biblioteca24horas.com.br. | E-mail: [email protected]

É aquele onde impera a impunidade, principalmente de criminosos que se aproveitam de seus cargos públicos, políticos ou de sua condição socioeconômica, entre outras, conhecidos como “criminosos de colarinho branco”. Ás vezes, é bom relembrar acontecimentos que já ocorreram no passado, mas que parece se repetir a cada dia. Será que o povo brasileiro se esqueceu de um dos maiores escândalos de corrupção política, que ocorreu há mais de vinte anos atrás, conhecido como os “Anões do Orçamento”.

Os violadores da lei à época, eram parlamentares do “baixo clero”, como são conhecidos os deputados de menor expressão. O modus operandi se dava pela manipulação de emendas parlamentes, com o propósito de desviarem dinheiro público através de instituições fantasmas ou “laranjas” e com a ajuda das empreiteiras. Não parece muito familiar com o que estamos vivendo com o escândalo da operação “Lavajato”?

Na investigação da operação do passado, segundo a argumentação de alguns dos envolvidos, faltava fisgar um “tubarão”, devido o tamanho da corrupção. Um nome de notoriedade pública até surgiu no decorrer da investigação, mas, seus bons advogados, conseguiram sua absolvição. De forma um pouco diferente, em outras operações e, na operação lava jato, realizada por Órgãos Federais, temos visto alguns tubarões sendo levados à prisão, mas, não se engane, o poder e a influência política (e/ou empresarial) e a posse de bens e riquezas materiais (mesmo adquiridos de forma ilícita) garantirão para muitos deles, um tratamento totalmente diferenciado dentro de nossas instituições prisionais (nesse sentido, será que você não ouviu algum boato, sobre o tratamento do ex-governador do Rio de Janeiro, no presídio de Bangu?).

E o pior, é que a legislação brasileira será usada para consentimento dessas benesses; tais como: foro privilegiado, aposentadoria compulsória (com altos salários), pedido de exoneração do cargo, prisão domiciliar, entre outras. Talvez, por isso, não percebemos no ato de suas prisões, nenhuma expressão de arrependimento ou de constrangimento. Como dizia Boris Casoy: “Isso é uma vergonha”.

Isto me fez lembrar, uma fala da Deputada Cidinha Campos, do PDT/RJ, em que dizia: “A corrupção deste País está no DNA das pessoas”, isto é, elas herdam este desvio de conduta ao nascerem. E, ainda, duma letra do cantor Renato Russo (falecido), da Banda Legião Urbana, retratando a realidade da sociedade brasileira: “Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado, ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação. Que País é este? Que País é Este? No Amazonas, no Araguaia iá, iá, na baixada Fluminense, Mato grosso, Minas Gerais e no Nordeste (...), mas o sangue anda solto, manchando os papéis e documentos fiéis, ao descanso do patrão. Que País é este? Que País é este? Terceiro mundo se foi, piada no exterior, mas o Brasil vai ficar rico, vamos faturar um milhão, quando vendermos todas as almas, dos nossos índios num leilão. Que País é este? Que País é este? Que País é este?”

Infelizmente, muitas de nossas autoridades políticas e/ou públicas não estão nos leiloando não! Mas, na verdade, estão “sequestrando e roubando” direitos e garantias fundamentais impressas em nossa Constituição Cidadã. Em regra, o perfil do comportamento social do povo deste País é assim: saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas e rodovias (dias atrás, vimos uma carreta carregada com óleo de cozinha, logo que capotou na rodovia, ser esvaziada em questão de minutos pela população); Furta equipamentos e eletrodomésticos em lojas comerciais (como foi visto entre os dias 04 e 10 desse mês, durante o período em que os Policiais Militares do Espírito Santo estavam em greve – Aquartelamento); Estaciona sobre as calçadas; Para sobre a faixa de pedestre; Suborna ou tenta subornar o guarda de trânsito, quando é pego cometendo uma infração; Troca seu voto por qualquer benefício: areia, cimento, tijolo, cirurgia, emprego, abastecimento do veículo, entre outras; Fala ao celular enquanto dirige; Para em fila dupla ou em frente a garagem e vagas para idosos (ou deficientes); Viola a lei do silêncio; Dirige após consumir bebida alcoólica; Fura filas nos bancos, utilizando-se de desculpas esfarrapadas; Espalha mesas de seu comércio nas calçadas; Ocupa a areia da praia com mesas e cadeiras de seu quiosque; Apresenta atestados médicos falsos; Faz "gato" de energia, água e TV a cabo; Registra imóveis no cartório com valor abaixo do mercado, para pagar menos impostos; Quando viaja a serviço pela empresa, aumenta o custo dos gastos; Comercializa objetos doados em campanhas de calamidades públicas; Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado; Compra produtos pirata com a consciência de sua origem ilícita; Emplaca o carro fora do seu Estado para pagar menos IPVA; Quando volta do exterior, mente para o fiscal aduaneiro sobre a bagagem que traz; Joga lixo na rua; Pratica vandalismo com os bens públicos ou privados (pichações) …

Depois, essas mesmas pessoas ficam escandalizadas quando as autoridades públicas e políticas, aprovam um aumento salarial na ordem de 62% (parlamentares) e 130% (ministros e Presidente da República) ou, ainda, quando se descobre alguns desvios de condutas praticadas por eles, por exemplo, apresentar documentos ou notas fiscais falsas, comprovando viagens aéreas alegando estarem a serviço da população (cargo), desvio de verbas destinadas à merenda escolar ou para serem aplicadas na melhoria do atendimento médico-hospitalar ou para segurança pública dos brasileiros, sendo direcionadas para empresas privadas, instituições comerciais “laranjas” ou para contas bancárias no exterior, ou ainda, para familiares e amigos íntimos (atuando como coniventes ao crime).

Nós nos esquecemos que essas autoridades públicas foram escolhidas por nós e saíram do nosso meio social. Neste País reside um povo que costuma querer levar vantagem em tudo, mesmo que tenha de pisar ou passar por cima de qualquer pessoa, principalmente de pobres coitados. Essa é, infelizmente, a mais pura e dura realidade. Se quisermos mudanças comportamentais dos políticos brasileiros, devemos dar o exemplo e começar dentro de nossa própria casa, realizada por mim e por você.

Devemos mudar a nossa fala sobre a necessidade de deixar um mundo melhor para nossos filhos, enquanto deveríamos dizer que “precisamos deixar filhos melhores para o mundo”. É muito fácil atirar pedras no telhado do vizinho, mas, temos que ter cuidado, pois o Meu e o Seu telhado, pode também ser de vidro.

Voltando as operações que são realizadas pelos Órgãos Federais, se pesquisarmos nas operações que foram realizadas de uns anos para cá, veremos nomes de autoridades parlamentares que também foram citadas pela Operação Lavajato, ou seja, não mudaram de atitudes, tornando-se em reincidentes.

Pode-se concluir, que isto tudo se deve, pelo fato das pessoas não acreditarem mais nos órgãos públicos do Brasil (seja ele da Justiça federal, Estadual ou Municipal ou, ainda, da Segurança Pública Estatal), pois, parece, que as pessoas que fazem parte desses órgãos, se fizerem tais coisas (cometimento de algum delito), tem a certeza de que não serão penalizadas ou, se forem, receberão algumas das benesses apresentadas na própria lei. Como alguém já disse: “A lei só funciona com seus rigores para pobres, negros e miseráveis desse País”. E esse País se chama pelo nome de Brasil! Enquanto depositarmos nossa confiança em meros homens, será assim! Ou, não se espantem, elas ainda irão piorar?

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