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02/03/2017 - 08:06

Inteligência ao feminino: entre o passado e o presente

A autora inglesa Mary Wollstonecraft, citada por Virgínia Woolf e Emma Goldmann como a primeira a lutar pelos direitos das mulheres em seu livro “Vindication of rights of woman”, escrito em 1792, baseava-se nos preceitos de que tanto os homens quanto as mulheres devem ser tratados como indivíduos racionais. A intenção da autora era demonstrar que a visão de eles serem livres pensadores e elas simplesmente agradáveis, delicadas e bonitas evidenciava o quão distante as mulheres estavam de seu verdadeiro potencial de inteligência.

Wollstonecraft desejava que as mulheres almejassem ser cidadãs plenas, mas para merecerem isso, elas precisariam desenvolver a razão, deixando de lado o mundo das meras aparências, o mundo dos desejos insaciáveis que estava, segundo a autora, na base da sociedade do século XVIII. Ela pontua, ainda, que era chegada a hora de fazer uma revolução no comportamento feminino – de restaurar a dignidade perdida – e fazer com que as mulheres fizessem parte da espécie humana: devemos mudar para mudar o mundo.

Não havia como argumentar que as mulheres do século XVIII eram consideradas bobas e más por causa da ignorância. E, por isso, existia a probabilidade de que somente haveria consequências benéficas para o desenvolvimento da humanidade a partir de uma revolução no comportamento feminino, ou seja: as mulheres depois de receberem uma educação racional, desenvolveriam aracionalidade.

Observo que, ainda hoje, muitas de nós, mulheres do século XXI, chegamos a um certo ponto e depois paramos, demonstrando-nos inadequadas ao potencial que possuimos e assim fazendo, não nos revelamos.

Tudo isso poderia não ser um mal porque a própria vida é sempre uma escolha, mas se por acaso tivermos mais potencial e se a natureza foi generosa conosco, nesse caso é preciso começar a desafiar-se, apostar em nós mesmas sem meios termos. Tantas vezes giramos em torno deste nosso potencial, vestindo-o de mil medos que nós mesmas construímos em boa fé.

A revolução do comportamento feminino pautado por Mary Wollstonecraft já em 1792 deveria incluir o desenvolvimento da razão, a maior independência financeira das mulheres e as atividades na esfera pública.

. Por: Alice Schuch, pesquisadora e escritora do universo feminino.

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