Como saber se a Acupuntura é indicada para você?

A Acupuntura é um método terapêutico que consiste na inserção de agulhas em determinadas regiões do corpo que têm a finalidade de tratar doenças e promover o bem estar geral do paciente. Essa técnica foi criada há mais de três mil anos na China e, desde 1995, é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Atualmente, o SUS - Sistema Único de Saúde - e os planos de saúde fornecem essa opção de tratamento aos usuários. Antes de optar pelo tratamento com agulhas é interessante entender como ela realmente funciona e quais são seus benefícios.

Para que o médico avalie a condição do paciente é feita uma anamnese, onde as queixas do paciente são ouvidas e anotadas, também é realizado um exame físico e, caso haja necessidade, são solicitados exames complementares para que o médico consiga fechar o diagnóstico clínico, para, então, decidir se a Acupuntura é indicada para o paciente em questão e se haverá necessidade de acrescentar alguma medicação ou outra forma de tratamento complementar. Após essa avaliação detalhada, o médico também poderá estabelecer um prognóstico ao paciente sobre as possibilidades de sucesso com a terapia e quais serão suas limitações.

O mecanismo de ação da Acupuntura funciona a partir da inserção da agulha que estimula terminações nervosas presentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente nos músculos. Esses estímulos seguem pelos nervos periféricos até o sistema nervoso central (medula e cérebro), o que faz liberar diversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores que desencadeiam uma série de efeitos importantes, tais como, analgésico, antiinflamatório e relaxante muscular, além de uma ação moduladora sobre as emoções, os sistemas endócrino e imunológico e sobre várias outras funções orgânicas.

A Acupuntura é indicada para o seu problema? A Acupuntura é efetiva para o tratamento de inúmeras doenças e disfunções orgânicas: neurológicas, psiquiátricas, ortopédicas, respiratórias, reumatológicas, ginecológicas e digestivas e sua eficácia já foi comprovado por meio de inúmeros estudos publicados no Brasil e Exterior. Pode ser recomendada como método preferencial ou complementar nas disfunções relacionadas à maioria das especialidades médicas, tais como:

Ginecologia (tensão pré-menstrual, dor menstrual, cefaléia menstrual, infertilidade, hemorragia uterina disfuncional, hiperemese gravídica (vômitos excessivos durante a gestação) e síndrome do ovário policístico);

Neurologia para a cefaléia, neuralgia do trigêmeo, paralisia facial, sequelas de acidente vascular cerebral (AVC), dor neuropática;

Psiquiatria (depressão, ansiedade generalizada e pânico);

Gastroenterologia (síndrome do intestino irritável, gastrite, úlcera péptica, constipação);

Reumatologia (fibromialgia, artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico);

Pneumologia (asma brônquica);

Otorrinolaringologia (rinite, sinusite);

Fisiatria (síndrome dolorosa miofascial).

Após iniciar o tratamento com Acupuntura, o médico é quem definirá o número de sessões e o tempo de tratamento, pois isso pode variar de acordo com o tipo de doença, resposta individual do paciente, idade e presença de outras morbidades associadas. Em geral, aconselha-se iniciar o tratamento com duas aplicações por semana e adequar esse número de acordo com a evolução do tratamento. Em condições específicas, como dores agudas, por exemplo, as aplicações devem ser feitas com maior frequência, até mesmo diariamente.

Por fim, é conveniente salientar que a prática da Acupuntura somente pode ser realizada por profissionais da medicina, da medicina veterinária e do cirurgião-dentista – cada qual em seu campo de atuação, também definidos por lei. O exercício da técnica, se realizado por qualquer outro profissional, é ilegal e pode causar sérios danos à saúde do paciente.

. Por: Dr. Dirceu Sales, Especialista em Clínica Médica, Acupuntura e Formação em Clínica de Dor e presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).