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22/03/2017 - 07:29

O lucro dos bancos está em risco: ameaças podem custar US$ 140 bilhões

Relatório da McKinsey aponta que enfraquecimento da economia global, digitalização e aperto na regulação exigirão das instituições uma transformação profunda para garantir a manutenção das margens.

O enfraquecimento da economia global, o atraso na regulamentação e as mudanças promovidas pela digitalização vão colocar em risco o lucro do sistema bancário em todo o mundo pelos próximos três anos, aponta levantamento da McKinsey. Os bancos em países desenvolvidos serão os mais afetados por essa 'tempestade perfeita', com US$ 90 bilhões em risco - ou 25% do lucro do setor. Mas as nações em desenvolvimento também estão vulneráveis a esse cenário: Brasil, China e Rússia têm US$ 50 bilhões em risco, de acordo com o estudo.

Segundo relatório da McKinsey, o mercado americano é o mais bem preparado para lidar com essas ameaças - e a eleição de Donald Trump animou o setor no país, justamente pela perspectiva de uma regulação mais favorável aos bancos. Ao lado das instituições japonesas, os bancos americanos têm em risco entre US$ 1 bilhão e US$ 45 bilhões até 2020. A extensão das ameaças depende do impacto da transformação digital. Mesmo com asções de mitigação do risco, 8% do lucro dos bancos americanos estão ameaçados, ante 5% do Japão. Já Europa e Reino Unido têm US$ 31 bilhões em risco — se o impacto da digitalização for ainda mais profundo do que se espera, o lucro do setor pode cair de US$ 110 bilhões atualmente para US$ 50 bilhões em 2020.

Já os bancos de mercados emergentes enfrentam um desafio diferente. Mais rentáveis do que as instituições de países desenvolvidos, eles estão mais vulneráveis aos ciclos de crédito. Dos US$ 50 bilhões em risco no Brasil, Rússia e China, US$ 47 bilhões correspondem apenas ao gigante asiático. Um cenário de crescimento mais lento pode resultar em perdas de crédito adicionais de até US$ 250 bilhões — US$ 220 bilhões na China. Com uma rentabilidade de US$ 320 bilhões, contudo, os bancos chineses devem ser capazes de suportar esse cenário.

Combater esse cenário exigirá das instituições bancárias uma transformação fundamental, adaptando-se a um ambiente macroeconômico de maior risco e potencial de crescimento limitado. A estagnação é um fator que torna ainda mais difícil para os bancos lidar com o aperto da regulação pós-crise financeira. Os custos de controle aumentaram muito nos últimos anos— e novas regras de conduta devem elevar ainda mais os gastos com compliance. Além disso, a digitalização eleva a concorrência e reduz as margens de lucro. Em países emergentes, há bancos lidando bem com esse cenário, a exemplo do Brasil, com a oferta de serviços móveis inovadores aos clientes. Mas na China as instituições bancárias já perdem terreno para empresas de comércio digital.

Os bancos devem assegurar sua viabilidade a curto prazo através de medidas táticas para restaurar as receitas. Para tanto, é preciso proteger os ganhos através da redução de custos de curto prazo, gerenciamento de capital e proteção dos ativos de negócios principais. As instituições bancárias devem ainda reorientar seus modelos de negócios para o cliente e para o novo ambiente digital, fortalecendo o banco como uma plataforma para análise de dados, além de se unir a fintechs e outros bancos para compartilhar custos. Qualquer novo modelo de negócios que os bancos projetem provavelmente exigirá novas tecnologias, uma forma diferente de organização para apoiar o ritmo frenético da inovação e visão compartilhada de valores em toda a organização, para motivar, apoiar e permitir essa transformação.

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