Curtindo a Gafieira

Segundo o Aurélio, gafieira é um estabelecimento comercial com pista e orquestra, onde se dança aos pares. Ou um baile popular, com arrasta-pé, choro, forrobodó, samba; ou ainda uma festa familiar, geralmente improvisada, em que há dança. E Cristovão Bastos, pianista, compositor e arranjador, que aos 17 anos começou a tocar na noite, mais precisamente em gafieiras, lembra bem deste ambiente. Então, buscou o sabor destes tempos para temperar este seu sexto disco, Curtindo a Gafieira. O lançamento será na gafieira Estudantina, Pça. Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro, no dia 2 de abril, a partir das 20 horas

Com composições inéditas, todas de sua autoria, e um time de músicos do melhor da música brasileira, Curtindo a Gafieira quer relembrar esta forma de fazer música: bons músicos, entendedores deste universo, arranjos caprichados, feitos pra dançar, chamando as pessoas para irem à pista. “Eu queria relembrar isto, não com nostalgia, mas como uma forma de curtição, porque a gafieira tem um lado estético bacana. Todas as pessoas, dos dançarinos aos músicos, são bons no que fazem. Tocam samba e choro e neste disco misturei tudo isto”, conta o compositor.

Cristovão já tinha esta idéia há tempos, que só se concretizou após o patrocínio da Petrobras neste lançamento independente. Queria mostrar que um dia esteve lá e homenagear esta música de qualidade. O disco vem temperado com os vários estilos musicais deste universo. Abre com Gafieira Suburbana e O Galo Fugiu - dois sambas típicos de salão - e passa pelo bolero Fim de Tarde – Posto 3, Outro Verão, samba lento, quase um samba-canção, Maxixe, Quiabo e Jiló, um maxixe em 3x4, Vai e Volta, samba de gafieira com uma forma de harmonizar diferente e solos livres, e fecha com Partido de Canja, um partido instrumental improvisado pelos músicos, entre outras.

Gravado durante quatro dias, quase todo ao vivo (menos a percussão), Curtindo a Gafieira tem uma lista extensa de amigos músicos: João Lyra (violão), Carlos Bala (bateria), Jorge Helder (baixo), Zé Canuto (sax), Roberto Marques (trombone), Ricardo Pontes (flauta, pícolo e sax), Jessé Sadoc (trompete e fluguel), Dom Chacal (triângulo, shake, bongô, caxixi, clave e congas), Henrique Band (sax), Celsinho Silva (pandeiro e tamborim), Dirceu Leite (clarineta) e Ovídio Brito (tamborim, cuíca, agogô, pandeiro e reco-reco), além do próprio Cristovão ao piano.

Discografia.: Avenida Brasil (1996) | Bons Encontros – Marco Pereira e Cristovão Bastos (1992) | Antonio Carlos Jobim – Letra & Música – Leny Andrade e Cristovão Bastos (1995) | Domingo na Geral – com o grupo Nó em Pingo D’Água (2002) | Bossa Nova Delicado – com Quarteto Brasil (Cristovão Bastos, Jurim Moreira, Bororó e Zé Canuto) - editado apenas na Europa (2007).