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19/03/2008 - 14:15

Embarques de couros reduziram 28% em fevereiro

As exportações brasileiras de couros caíram 28% em volume em fevereiro ante o mesmo período de 2007 e 21% no acumulado do bimestre, apurando receita de US$ 176,8 milhões no segundo mês do ano, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Considerando somente couros bovinos, as exportações aumentaram 2,4% em valor, mas se reduziram, drasticamente, 23,4% em volume de peças no acumulado do ano.

“Este fato é preocupante porque os embarques de couros após terem batido o recorde histórico ano passado, de US$ 2,2 bilhões, devem registrar retração de 8,41% este ano, em decorrência de vários fatores”, diz o presidente do CICB, Luiz Bittencourt.

O primeiro deles é a redução do abate de bovinos, estimado em 5% e 10% em relação a 2007, cuja expectativa da queda de oferta já provoca uma alta das cotações do couro verde, matéria prima estratégica, pressionando os custos de produção da indústria.

“Além disso, o real apreciado eleva o preço do couro brasileiro nas negociações internacionais, reduzindo a sua competitividade e o ganho do setor curtidor. A conjugação desses fatores é perversa para a indústria nacional que se encontra comprimida entre o alto custo da matéria prima e a baixa rentabilidade da comercialização do produto”, salienta Bittencourt.

Para contornar o cenário de adversidades, o Centro das Indústrias de Curtumes (CICB) está pleiteando ao governo, em caráter emergencial, a imediata redução a zero nas tarifas de importação de couros salgado e wet blue. Trata-se de uma alternativa para atenuar o impacto negativo da atual conjuntura evitando uma ociosidade industrial e, conseqüentemente, o desemprego, prejudicando o crescimento de um setor que duramente conquistou espaço internacional, gerando riquezas, empregos e divisas o País.

Em fevereiro, os principais destinos do couro brasileiro foram a Itália, com 29,62% de participação e decréscimo de 12% ante o período anterior, China (18,98% de participação e redução de 3%), Estados Unidos, (12,22% e expansão de 28%) e Hong Kong, com participação de 8,3% e diminuição de 28% em comparação ao mesmo período de 2007. Os demais destinos do produto nacional foram o Vietnã, Indonésia, Japão, Alemanha, Países Baixos, Portugal e México.

O Brasil é segundo maior produtor e o quarto exportador de couros do mundo. O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 51 anos, as 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões e recolheu impostos ao redor de US$ 1 bilhão em 2007.

Principais estados exportadores - O balanço das vendas externas dos estados brasileiros, em fevereiro de 2008, ante o mesmo mês do ano passado, indica que São Paulo continua na liderança estadual (US$ 125,6 milhões, participação de 34,86% e aumento de 6%), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 90,2 milhões, participação de 25% e crescimento de 8 %), Ceará (US$ 30,55 milhões, 8,48% e elevação de 78%), Mato Grosso do Sul (US$ 25,2 milhões, 7% e decréscimo de 8%). Os demais estados são Paraná, Bahia, Mato Grosso e Goiás.

Para o CICB, com a expectativa de redução nos abates de bovinos entre 5% a 10% para reposição do rebanho, é imprescindível que o governo reduza a zero a alíquota de importação de couros salgados e wet blue, de modo a permitir uma complementação na oferta interna de matéria-prima, evitando, assim, a ociosidade nos curtumes, o desemprego no setor, e a perda de competitividade do couro brasileiro no mercado mundial.

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