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19/03/2008 - 14:41

Fábrica de software ou fábrica de códigos?


Qual a real necessidade das empresas brasileiras?

Estar à frente de uma fábrica de software no Brasil durante os últimos10 anos atendendo grandes empresas nacionais e multinacionais nos deu a oportunidade de conhecer a verdade que permeia o desenvolvimento de soluções de software no país. A posição que vamos apresentar aqui está relacionada com a inadeqüabilidade do modelo das fábricas de códigos, importado de outros mercados, para atender as necessidades reais de nossos consumidores corporativos internos, que carecem, na verdade, de fábricas de software.

Se, em uma leitura rápida, tudo parece ser a mesma coisa, vale dizer que na Índia temos fábricas de códigos que funcionam muito bem porque os requisitos, definição, pré-projeto já chegam mastigados nestas fábricas. Basta escrever códigos. A realidade que vivenciamos no mercado brasileiro é diferente, pois as empresas, em sua maioria, demandam o apoio adequado para desenhar as fases anteriores à construção dos sistemas propriamente ditos. Como manda o figurino, a primeira providência a se tomar quando um novo software vai nascer é elaborar a especificação funcional a partir dos requerimentos do negócio, uma das fases mais importantes e também uma das mais difíceis. Na seqüência temos o pré-projeto, concepção, definição e design, e só então, chega o momento de escrever os códigos.

Para que uma fábrica de software possa realmente ajudar seus clientes, ela ainda terá que entender o negócio. Isso é fundamental para a fase de especificação. Mas os negócios evoluem rápida e constantemente, até em função da globalização e o tempo para planejar, especificar, definir e fazer o protótipo é cada vez mais exíguo. O cliente, por sua vez, quer contratar serviços de desenvolvimento de soluções de software que permitam um tempo de resposta adequado à dinâmica do mercado, mas encontra uma realidade de oferta de serviços diferente daquela que necessita. Normalmente, pode contratar a partir da construção, mas o problem é que lhe falta estrutura, tempo e profissionais internos para resolver todas as etapas anteriores. Para as empresas, a necessidade de ajuda em todas estas fases do desenvolvimento de software aumenta dia-a-dia porque ela precisa se dedicar, pensar o negócio.

A história fica mais empolgante quando se adiciona a essa realidade, a verdade de que os requerimentos de negócio mudam com o tempo. Assim, a construção de um software torna-se um processo dinâmico e somente empresas fornecedoras que estejam dispostas e capacitadas a freqüentes contatos com o cliente conseguirão manter requerimentos e especificação funcional sincronizados com as necessidades reais da empresa.

A conclusão é que o mercado brasileiro precisa, não de fábricas de códigos limitadas na sua competência de desenvolvimento de soluções completas e adequadas, mas de fábricas de software, e não apenas no nome. O perfil deve ser de empresas integradoras que entendam o negócio dos clientes, ao mesmo tempo em que lhes transmitam a segurança de que a inteligência do negócio nunca migrará de suas mãos. O parceiro ideal, quando o assunto é desenvolvimento de software, é aquele com a dimensão exata para ser eficiente e flexível ao mesmo tempo, com conhecimento técnico e experiência de negócio.

Acreditamos que o mercado já se avizinhou dessa realidade, porque CIOs, gerentes, homens de TI ou executivos de negócios já sinalizaram a disposição de terceirizar muito mais que a fabricação de códigos. No mercado já existem empresas com talento para atender a realidade local com eficiência e com processos certificados, mas são poucas. Empresas que, além disso, estejam organizadas por áreas de competência e que ao sinal de chamada do cliente, possam escalar profissionais do seu time que entendam as regras e melhores práticas de negócio, por exemplo, rotinas de sistemas de riscos, meios de pagamento, seguros, logística, cash, entre outros, essas são raras.

De qualquer forma, o mais importante é compreender que não estamos falando aqui em corrigir questões semânticas, mas sim, resolver a necessidade do cliente corporativo, e o que se espera é uma reação do mercado. A solução, claramente, está em investimentos, expertise e a capacidade de se aliar ao cliente no desenvolvimento holístico do software.

. Por: Gilmar Batistela, presidente do Grupo Resource

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