Goldfajn: "reformas podem levar à queda de juros estruturais"

Presidente do Banco Central defendeu as reformas como importantes para a continuidade do processo de queda de juros.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a mudança econômica promovida pelo governo, principalmente com as reformas estruturais, podem levar a uma queda da taxa de juros do País.

Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ele explicou que, atualmente, a taxa de juros está em queda por três fatores: expectativas de inflação ancoradas em torno da meta, inflação em queda e alto grau de ociosidade na economia.

Para Goldfajn, no entanto, a continuidade da queda das taxas vai depender de “avanços” que levem à diminuição da taxa estrutural de juros da economia.

Ele classificou esses avanços necessários como crescimento da produtividade, perspectivas para a política fiscal, qualidade do ambiente contratual e de negócios, eficiência na alocação de recursos via sistema financeiro e qualidade das políticas econômicas.

Agenda econômica: “O redirecionamento da política econômica pelo governo, com a aprovação e implementação de ajustes e reformas que estamos empreendendo, entre elas a reforma da Previdência e a modernização da remuneração do BNDES, podem produzir queda da taxa de juros estrutural da economia brasileira”, afirmou.

O presidente do BC explicou, ainda, que o Brasil não está em um cenário de dominância fiscal. Ou seja, não há um quadro no qual as contas públicas alimentam a inflação.

“Hoje temos uma política monetária que funciona bem, que acabou levando a uma queda da inflação e da expectativa de inflação para os próximos anos”, observou. “Os juros (a Selic) devem continuar caindo se as reformas e ajustes fiscais continuarem”, argumentou.