Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

06/04/2017 - 08:19

Museu Marítimo do Brasil no Rio de Janeiro


A comunidade marítima desejava há muitos anos que se criasse um Museu Marítimo no Brasil, como os existentes em vários países do mundo, em todos os continentes.

A Marinha do Brasil, detentora e mantenedora de importante acervo que remete à memória histórica da formação e desenvolvimento do país e de sua própria trajetória enquanto instituição nacional que pensa, detém e articula o poder marítimo — que além do poder naval, militar, é formado por todas as empresas e organizações ligadas ao mar — tomou para si a incumbência de criar o Museu Marítimo do Brasil. Ao assumir este protagonismo, a partir de sua Direção do Patrimônio Histórico e de Documentação, a Marinha se projeta de forma socialmente responsável e produtiva colaborando de maneira significativa na renovação da área portuária do Rio de Janeiro e de sua transformação em grande complexo econômico-cultural, educacional e artístico.

A história marítima brasileira, como elemento fundamental para a formação do país em suas esferas territoriais e econômicas, bem como nas simbólicas e culturais, constitui-se em tema de enorme relevância educacional e social. Um povo que se desconhece não tem como delinear uma forte identidade, tornando-se incapaz de projetar seu futuro. Um museu, nessa perspectiva, é instrumento essencial de formação e educação popular, de visitação obrigatória para as diferentes classes sociais, níveis de ensino e esferas profissionais. O novo Museu, ao atuar no campo da memória histórica de tema estreitamente ligado à formação do país, cumprirá relevante função cultural e educacional.

Um museu também constrói uma imagem de um povo para os outros povos, projeta seu povo de forma ativa e potente diante do mundo. Um museu constrói imagem e linguagem com as quais um povo se instrumentaliza para falar de si, para se pensar. Um museu é a reconstrução de um discurso identitário que busca na origem remota e muitas vezes perdida o sentido do presente e mesmo do futuro. Essas articulações próprias aos museus mesclam de forma única os processos culturais, educacionais, científicos, sociais e também os artísticos.

Com a grande reforma da área portuária do Rio de Janeiro, retomou-se para a cidade um enorme conjunto de valores simbólicos e econômicos: o tecido urbano central vê-se novamente frente à sua vocação primeira de estar voltado para o mar, integrado à vida marítima. A reforma da área portuária do Rio de Janeiro inscreve a cidade em novo ciclo de desenvolvimento e patamar cultural frente ao panorama brasileiro. A cidade reencontra sua própria história, sua origem, seu sentido que foi e é o de ser portal e porto inigualável para este enorme e complexo país.

Pousado no epicentro dessa enorme área, que vai do Museu Histórico Nacional até a Rodoviária, o Espaço Cultural da Marinha onde será construído o Museu Marítimo do Brasil traz em sua localização qualidades e valores geográficos e históricos extraordinários. Localiza-se na orla histórica em frente à Igreja da Candelária e à antiga Alfândega do Rio de Janeiro (hoje a Casa França-Brasil), a meio caminho entre a Praça Mauá e a Praça XV, que, depois da reforma estão interligadas por trajeto pedestre que margeia as águas da Baía. O novo Museu — recolhendo em si tempo, geografia e história — passará a constituir parte de um complexo de museus e centros culturais que já desloca para a região milhares de turistas, estudantes e consumidores de arte e cultura. O grande agrupamento cultural da orla histórica, ao qual se juntará o Museu Marítimo, é constituído pelo Museu Histórico Nacional, Museu Naval, Paço Imperial, Centro Cultural do Correios, Centro Cultural do Banco do Brasil, Centro Cultural da Justiça Federal, Casa França-Brasil, Ilha Fiscal, Museu de Arte do Rio, Museu do Amanhã e o AquaRio.

O Museu Marítimo nascerá carregado de valores que transitam entre história e transformação da cidade, entre a perspectiva da memória e a potência de revelar às novas gerações um sentido que as faça compreender passado e presente e colocar-se diante do futuro dessas terras, rios e mares chamados Brasil.

Perfil conceitual — A primeira definição significativa sobre o Museu Marítimo do Brasil é que ele se constituirá como um museu da história marítima brasileira. O fato de o novo museu circunscrever a brasilidade como seu objeto fundamental o caracterizará e diferenciará de outros museus marítimos ao redor do mundo.

O Museu terá como seu objeto fundamental a história marítima do Brasil, seu passado, presente e perspectivas futuras, sua pluralidade e seu vasto espectro de abrangências: . O universo marítimo como origem do nascimento da nação e de sua história | .Sua geografia costeira e suas enormes bacias hidrográficas | A navegação no Brasil em seus diferentes aspectos; traços culturais estruturais de seu povo em relação à pluralidade de seu poder marítimo; e o poder marítimo e seus elementos constitutivos.

Ao mesmo tempo em que o Museu Marítimo irá abraçar o objeto brasilidade que delineia sua identidade e particularidade, não abandonará nem abdicará da questão subjacente também central em qualquer museu marítimo: o próprio mar como elemento simbólico essencial na história humana, em qualquer tempo. Perpassará toda sua construção conceitual a presença de mito e simbologia do mar no imaginário, a travessia das águas infinitas em busca de um outro lado do mundo e das coisas, o encontro do horizonte mítico e suas significações e, de forma específica e particular, de como este imaginário se desdobra na pluralidade cultural brasileira. Tais aspectos em torno da experiência humana milenar em relação ao mar, tão fortemente atuantes até os dias de hoje em todas as culturas do planeta, não poderiam deixar de estarem presentes em toda a construção de sentido que um museu marítimo engendra. Ela constituirá, em convergência e sintonia, o discurso sobre nossa própria história, a história marítima brasileira, exatamente no que ela tem de particular e universal.

Assim, também se apresentam como objetos conceituais do Museu: .Mar e rios como instâncias culturais, simbólicas e míticas; regionalismos e universalidades da mítica marinha | .A convergência de mitos e traços culturais estabelecidos em torno de uma "cultura marítima" de diversas origens na formação da brasilidade (incluam-se em 'cultura marítima' os rios e os complexos hídricos) | . O homem do mar |. O Rio de Janeiro e sua vocação marítima – história, presença e realidade; e o Rio de Janeiro como portal entre espaço interior e exterior, entre Brasil e mundo através do mar.

A própria localização do Museu Marítimo, a cidade do Rio de Janeiro, toda a extraordinária história que ela compreende, sua conformação marítima e sua significação na formação do país são pontos importantes na elaboração do conjunto de objetos teóricos que definirão a abrangência temática e museológica. Estar localizado na área portuária do Rio de Janeiro, fundamental para a história brasileira, corrobora e reafirma essa opção.

Através do acervo da Diretoria do Patrimônio da Marinha que será incorporado ao Museu, este conjunto de objetos conceituais ganha sentido a partir de uma leitura transversal de suas camadas, de seu encadeamento, tornando visíveis suas interrelações. No Museu Marítimo convergem história, ciência, ecologia, tecnologia e arte. As atuais coleções de cartografia, arqueologia subaquática, modelos navais, instrumentos científicos e de navegação, e a Galeota D. João VI serão a base museológica do Museu, mas não a fonte exclusiva de seu campo expositivo. De suas qualidades e lacunas será pensado e organizado um projeto de permanente formação de acervo.

Como instrumento essencial de formação e reflexão, o Museu Marítimo do Brasil estará atento às questões atuais no contexto global a serem abordadas em suas exposições temporárias. Desenvolverá ainda um forte programa educacional e um programa editorial com publicações que ampliem as questões abordadas em suas exposições.

A partir dessas definições, o público-alvo do Museu será um conjunto amplo e diferenciado, plural e variado. Irá abranger, em uma ponta, estudantes em vários níveis de aprendizado — do básico ao superior —, chegando a sua outra extremidade ao turista internacional que, ao visitar o país e a cidade, busca as fontes de sua história. Entre essas duas polaridades de interesses, acreditamos que seja atraído pelo Museu tanto o habitante da cidade em busca de atividades culturais e de lazer, como o turista nacional que transita pela nova área urbana carioca; aqueles que trazem uma curiosidade superficial em torno dos fatos e objetos que encontrarão; e ainda os que, com interesses mais profundos e articulados, poderão usufruir de maneira plena o que lhes disponibilizará o Museu.

Perfil arquitetural — Toda grande reforma urbana implica uma nova camada construtiva que se inscreve sobre o tecido da cidade, gerando novos marcos arquitetônicos que passam a balizar sua urbanidade, fixando o surgimento de um novo tempo, uma nova época.

Com menos de quatro anos de existência, é o que acontece com a nova área portuária, onde o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio já configuram referências de imagem mundialmente divulgadas da cidade. O Museu Marítimo por sua localização geográfica e importância de sua temática para a história do Rio de Janeiro irá ocupar lugar nuclear nessa criação de novos marcos arquitetônicos da região, se agregando a um circuito em que, a exemplo de grandes cidades do mundo, museus desencadeiam a transformação de grandes áreas.

Assim, este novo museu pousado literalmente sobre o mar, diante do centro nervoso de uma das mais famosas cidades litorâneas do planeta, se pretende atraente, renovador, integrado à paisagem e ao mesmo tempo potente.

Sua linha arquitetônica de volume simples respeita a limpeza visual que a visão do horizonte marítimo exige, e porque a área disponível é estreita. O terreno a ser ocupado pelo principal corpo do Museu, o píer de 17m x 280m, impõe à construção uma difícil característica, explorada favoravelmente no estudo proposto pelo escritório carioca Jacobsen Arquitetura.

A óbvia mas fundamental afirmação é a que o Museu será construído para proporcionar uma experiência singular a quem o percorrer, e essa experiência deve trazer o seu sentido, seu objeto principal: o mar e sua relação com o homem brasileiro, o mar e a aventura do humano.

No dia 5 de abril (quarta-feira), o almirante José Carlos Mathias, diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, os arquitetos Bernardo e Paulo Jacobsen, e a museóloga Margareth de Moraes apresentaram o Museu Marítimo do Brasil, a ser construído no atual Espaço Cultural da Marinha, na Praça XV, Rio de Janeiro (RJ), que será inteiramente revitalizado para se adequar aos novos usos. O novo Museu se integrará ao patrimo?nio histo?rico, natural e urbano de seu entorno, onde estão a Ilha Fiscal, a Igreja da Candelária, a Casa Franc?a-Brasil, o CCBB, o Museu Naval, o Museu Histórico Nacional, o Museu de Arte do Rio e o Museu do Amanha?.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira