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13/04/2017 - 07:10

Brasil não tem espaço para juros de dois dígitos, diz economista

Reginaldo Gonçalves, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM), salienta que a taxa básica de juros continua muito elevada, incompatível com a queda da inflação e com a urgência da retomada do crescimento econômico.

“Considerando as últimas estimativas do mercado coletadas pelo Banco Central, de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2017 em 4,10%, ante previsão anterior de 4,12%, não há mais espaço no Brasil para taxa de juros básica de dois dígitos”, afirma o professor Reginaldo, ponderando: “Por isso, o Copom precisa abandonar a tendência de redução homeopática da Selic, como fez novamente neste 12 de abril. Um dos remédios que o País está precisando para reagir à grande crise dos últimos anos é uma queda acentuada dos juros”.

Enfatizando que a simples manutenção de juros altos não é suficiente para conter a inflação, o professor lembra que o IPCA ficará abaixo da meta central para 2017, que é de 4,5%. “A esta altura da estagnação, o índice está sendo domado pela própria inércia do mercado, motivada, dentre outros fatores, por um contingente de 13 milhões de desempregados e ceticismo quanto aos investimentos”.

Os apontamentos da equipe econômica de que há um pequeno crescimento ainda são expressos timidamente por alguns setores e sequer percebidos por outros, pondera Reginaldo. “É fato que o primeiro trimestre sempre apresenta menor potencial de expansão do PIB, em virtude de uma série de situações, como a letargia inerente às festas de final de ano, férias coletivas e período de carnaval, dentre outros fatores que acabam por reduzir o nível de atividade e retardar sua retomada. Mas, os primeiros sinais de abril não indicam reação expressiva”.

O professor lamenta que “o cenário econômico ainda esteja ruim, mesmo com a liberação do FGTS dos inativos”. Para ele, a maior parte das pessoas que receberem o dinheiro deverá utilizá-lo para pagar dívidas. Assim, também não deverá haver pressão suficiente do consumo para que tenhamos uma bolha de inflação de demanda. “Nada justifica manter juros de dois dígitos em nosso país”, afirma o docente.

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