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27/04/2017 - 07:31

‘Inovanças — Criações à Brasileira’, nova exposição no Museu do Amanhã

Mostra lembrará cerca de 40 inovações de talentos brasileiros muitas vezes desconhecidos do grande público, como Raíssa Muller, Manoel Apolônio e Alfredo Moser. “A diversidade é a inovação da vida. E a inovação independe de gênero, idade, região, classe social, escolaridade e identidade. É possível lapidar ideias em soluções, trazendo melhorias para milhares de pessoas no Brasil e no mundo”, Luiz Alberto Oliveira

Rio de Janeiro — Criar, reinventar, conectar. O que nos leva a inovar? Os caminhos são repletos de possibilidades, desvios e curvas. Existe inovação sem tentativas? E se acabar errando? O Brasil é reconhecido como um país de vanguarda? De forma lúdica, linguagem audiovisual e interativa, a nova exposição do Museu do Amanhã “Inovanças – Criações à Brasileira” fará o visitante embarcar numa viagem pelo mundo das criações nacionais, apresentando grandes feitos e, em alguns casos, talentos poucos reconhecidos, com intuito de, sobretudo, inspirar outras invenções. O Ministério da Cultura, o Museu do Amanhã e a Finep apresentam a exposição ao público no dia 25 de abril, e ficará em cartaz até 22 de outubro.

Baixe aqui fotos da exposição! Essa é a primeira mostra temporária concebida integralmente pela equipe do Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, instituição que administra o Museu do Amanhã. À frente do projeto estão Luiz Alberto Oliveira e Leonardo Menezes, curadores da exposição “Inovanças”. “Os complexos desafios para as próximas décadas exigirão ideias originais que nos permitam acompanhar os inúmeros processos disruptivos que caracterizam nossa época. Inovar, criar novas formas e linhas de ação, tornou-se essencial: nos laboratórios e indústrias, nas florestas e comunidades, nas mais diferentes áreas e setores”, ressalta Luiz Alberto, curador do Museu do Amanhã.

A mostra que ocupará 600 m² foi idealizada sem paredes – uma inspiração no filme “Dogville”, de Lars von Trier – e remete à fluidez do processo criativo. De acordo com o curador, a ideia é mostrar que não há limites nem barreiras ao conhecimento e à inventividade, e apoiar ações que promovam a sustentabilidade e contribuam para a popularização e difusão da ciência e da tecnologia.

“A inovação nos atravessa a todo o momento. Os processos naturais são fonte de inovação que inspiram os humanos a buscarem soluções de forma criativa. Desvios representam oportunidades na busca por soluções inéditas. Por tentativa e acerto, brasileiros e brasileiras criaram soluções que inovaram o país e o mundo. Inovação pode ocorrer no encontro entre imprevisto e improviso. A inovação é um contínuo de aprimoramento a partir de novas colaborações”, define Leonardo, que além de curador da exposição “Inovanças” é também gerente de Conteúdo, de Exposições e do Observatório do Amanhã. “Nossas escolhas poderão solucionar questões atuais e futuras e podem contribuir para amanhãs mais plurais”.

“Inovanças” apresenta cerca de 40 inovações — do high ao low tech, destacando as tecnologias sociais – que transformam e beneficiam indivíduos e grupos em todas as regiões do Brasil e até no exterior. As invenções são apresentadas em vídeos, com declarações de seus criadores e, presencialmente, com a exposição de objetos.

“A parceria com o Museu vem coroar um instante histórico em que arte, cultura e inovação se unem para construir o Brasil sonhado por todos os brasileiros. Esperamos que os cases da exposição possam inspirar os inovadores de amanhã”, destaca Marcos Cintra, presidente da Finep.

As sete áreas da exposição remetem a diferentes características que a inovação brasileira apresenta, incluindo o conceito da inovação expandida e homenagens a personagens da nossa história, além de outros que fizeram do improviso a matéria-prima do seu trabalho:

1. Pyahu-Açu (“novidade grande”, em tupi-guarani): Mas, afinal, o que é inovação? São muitos os possíveis significados, e cada um deles reflete diferentes Brasis. Nesta área introdutória, o visitante se depara com vídeos que apresentam os conceitos-chave da exposição. Em telas, inovadores brasileiros falam de seus processos criativos e de seus inventos. A necessidade ou o senso de oportunidade, aliado à criatividade, impulsiona a desenvolver ideias que transformam o ambiente. Todos podem criar. E se conseguirem solucionar problemas cotidianos, muitas delas seguirão, pioneiras, se entrelaçando a redes que as tornarão perenes. Grandes criações surgem a partir da motivação. Essa fagulha assume formas tão diversas quanto os sotaques de um país-continente com díspares realidades socioeconômicas. Estamos cercados de inovações, transformações, movimentos.

2. Inspirais: Os processos naturais são fonte de inovação que impulsionam os humanos a buscarem soluções de forma criativa. A área apresenta criações que foram inspiradas na natureza. Compreender o balé dos pássaros, por exemplo, conduziu a experimentos que deram origem a modernas aeronaves. Nesta busca pela excelência, pesquisadores unem biologia, engenharia, design e arquitetura. A invenção de soluções biomiméticas (busca explicar e reproduzir fenômenos encontrados nos sistemas biológicos) podem consolidar os desenvolvimentos humano, econômico e ambiental. No campo da nanotecnologia, novos fármacos, materiais e até mesmo manipulações genéticas ampliam a ideia de inspiração na natureza e influenciam novos conceitos, como o de programação da matéria. Formas e funções inspiradas no natural ainda surgirão. Há um universo de informações, modelos e caminhos a ser explorado, em especial na imensa biodiversidade brasileira. Sempre que formos criar ou construir algo, podemos nos perguntar: como a natureza faria?

3. Errâncias: Para se perpetuar, a vida teve de se adaptar a mudanças no ambiente ou mutações aleatórias. Errâncias naturais que originaram o novo, o diverso. Aqui, o processo de criação e seus desvios são valorizados. Tudo isso é importante para se chegar ao objetivo final. A vida “erra” aos montes: as mutações que dão origem ao ciclo de evolução das espécies são derivações do código genético de inúmeros antecessores. A variação de cor dos olhos em humanos e as diferentes formas dos bicos de pássaros são exemplos destes desvios. E é assim também no processo de inovação. Ideias, normalmente, se materializam depois de um longo ciclo de tentativas e falhas. Todas essenciais para que a inovação possa se instaurar.

4. Brasilianxs: A história do Brasil pode ser contada de várias formas. Uma delas, pela inovação. A inovação de ser brasileiro só pode ser compreendida ao olharmos para as histórias de vida dos próprios cidadãos, algumas extraordinárias. A área apresenta os principais inovadores do país, seus principais erros, acertos e criações. Os personagens e seus inventos estarão no interior de guarda-chuvas que ocuparão o teto deste corredor, ligando as áreas “Errâncias” e “Imprevisto”.

5. Inexspectata: O imprevisto, o inesperado (“inexpectata”, em latim), sempre acompanhou a história da humanidade. A irregularidade dos padrões climáticos, algo imprevisível que afetou profundamente o planeta, nos obrigou a buscar soluções para um cenário de incertezas. Ficou famosa a história da descoberta da penicilina pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming. Ao acaso, inadvertidamente, assim nascia uma das mais importantes descobertas da humanidade. A imprevisibilidade está intimamente ligada a inovações como a biomembrana, espécie de curativo feito de látex extraído de seringueiras brasileiras, um caso de “descoberta ao acaso” por aqui. Muito do papel da ciência e da inovação no Brasil hoje é responder às surpresas que surgem ao longo do caminho e fazer do imprevisto uma oportunidade. Tecnologias, especialmente as sociais, serão fundamentais.

6. Impromptu (“improviso”, em latim): A arte do brasileiro em criar soluções é o foco desta área. Dentro de uma palafita, experiências representam como a busca pelo improviso pode revelar soluções inovadoras. A inovação pode florescer de situações que surgem de surpresa e nos deixam diante da necessidade de preencher lacunas. O “jeitinho brasileiro”, comumente destacado pelo aspecto negativo, pode ser um improviso baseado em criatividade e soluções amparadas por profundo rigor técnico. Neste espaço terá a Galeria dos Improvisadores, com referências a brasileiros craques no improviso, como o artista multifacetado Hermeto Pascoal, que transforma até microfonia em notas agradáveis; a comediante Dercy Gonçalves, que dominou os palcos com tiradas inusitadas; e, nos campos de futebol, o craque Mané Garrincha, que foi o expoente de um espetáculo único e arrebatador.

7. Awani jö: A inovação não precisa ser um processo solitário. O fazer em conjunto (do iorubá, “awani jö”, ou “estamos juntos”) ressurge como plataforma para soluções mais ágeis, amplas e equitativas. A colaboração entre indivíduos heterogêneos estimula a inovação. Da colaboração entre arquitetos e profissionais do carnaval aos mais modernos aplicativos para celulares, passando pela construção de complexos satélites, processos e produtos desenvolvidos coletivamente se mostram mais eficientes e dinâmicos. A criatividade compartilhada pode mudar significativamente a vida de um grupo, o funcionamento de uma empresa ou apoiar o desenvolvimento do país. A área final da exposição mostra como a cooperação permite criar alternativas, formular ideias e reinventar processos e contextos socioculturais, locais de trabalho, serviços sociais, artes e linguagens.

.Museu do Amanhã, de 25 de abril a 22 de outubro, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h (com encerramento da bilheteria às 17h), na Praça Mauá, Centro do Rio. Ingressos: A exposição temporária está incluída no valor da entrada para o Museu: .Inteira: R$ 20,00; ?Meia-entrada: R$ 10,00; www.museudoamanha.org.br

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