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21/03/2008 - 09:14

Panturrilha fortalecida diminui desconfortos das varizes

Encontro de Angiologia traz tratamentos para doença que atinge 35% dos que têm mais de 15 anos.

Panturrilha ou batata da perna. Não importa o nome. Ela precisa estar fortalecida para se evitar os típicos desconfortos das varizes: inchaço, dor, queimação, sensação de cansaço, câimbras. Sem falar no incômodo estético: veias dilatadas, alongadas e tortuosas nas pernas. “Entre as recomendações está a prática de atividades regulares, como a caminhada e a natação. A panturrilha fortalecida massageia as veias para facilitar o retorno do sangue para o coração. O que é fundamental para a saúde circulatória por funcionar como um coração periférico”, explica o presidente da regional fluminense da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV-RJ), Ivanésio Merlo. As varizes estão entre os principais temas do 22º Encontro de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro, que ocorre até 15 de março, sábado, no Windsor Barra. Estima-se que 35% da população acima de 15 anos e 70% dos que têm mais de 70 anos sofrem desse mal. O envelhecimento aumenta a tendência ao surgimento da doença.

Cresce número de jovens mulheres com varizes - As mulheres são as principais vítimas por causa dos hormônios femininos, principalmente o estrogênio. Para se ter uma idéia em números, a doença atinge uma em cada cinco e um em cada quinze homens. “Um fato que merece atenção é o número crescente de jovens com varizes, que se deve ao uso cada vez mais cedo de anticoncepcionais. Por isso, àqueles à base do hormônio estrogênio devem ser evitados”, orienta Ivanésio Merlo.

Na maioria dos casos, a dilatação das veias é uma alteração hereditária e se deve à insuficiência valvular. Para essas pessoas, alguns fatores podem ser desencadeantes, tais como: ficar de pé ou sentado por períodos prolongados, obesidade, pés planos e gravidez. “Já o uso de salto alto, depilação com cera quente, musculação e cruzar as pernas estão entre os principais mitos. Não há ação comprovada”, explica o presidente da regional fluminense da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Meias elásticas ajudam quem não pode caminhar - Uma outra forma de melhorar a circulação é usar meias elásticas. De acordo com os especialistas da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, regional Rio, ela auxilia na pressão natural do organismo e é fundamental para os que não podem realizar atividades físicas. “Como o Brasil é um país quente, ela pode gerar um desconforto, porém a melhora quanto à sensação de peso supera isso”, avalia o angiologista e cirurgião vascular Ivanésio Merlo. No caso de pernas inchadas, a pessoa precisa elevá-las durante a noite. “Uma boa estratégia é colocar um calço de 10 centímetros sob os pés da cama. É melhor do que colocar uma almofada, que pode sobrecarregar o joelho”, diz o especialista. É importante também evitar a pressão intra-abdominal, que pode ser causada pelo uso de calças e cintos apertados e também por prisão de ventre. Por isso, os médicos recomendam uma dieta rica em fibras e líquidos, evitando o excesso de sal, condimentos e gorduras.

As varizes podem ser divididas em três grupos principais: as microvarizes, as varizes de médio calibre e as de grosso calibre. Apesar dos avanços tecnológicos, o tratamento deve ser individualizado e feito sempre pelo angiologista – médico especialista em doenças vasculares. E dependo do caso, as novidades não substituem o tratamento clássico, com escleroterapia ou cirurgia. Vale destacar que ainda não se pode falar em cura para as varizes, mas apenas em controle.

É importante que as varizes sejam tratadas o quanto antes. Entre as principais complicações estão: o inchaço nas pernas, o posterior escurecimento na região do tornozelo, o eczema e finalmente o aparecimento da úlcera. Em determinadas situações, o tratamento não é aconselhável, como por exemplo: Diabetes descompensados, hipertensos graves, distúrbios da coagulação e em processos infecciosos sistêmicos ou de pele.

Como se livrar dos caminhos tortuosos? O 22º Encontro de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro tem entre os principais temas as varizes. Veja os tipos de tratamentos, de acordo com cada caso:

Cirurgia – Cada vez menos agressivas, elas são realizadas através de mini-incisões e o tempo de internação hospitalar raramente precisa passar de 24 horas. As varizes retiradas na cirurgia não provocam danos à circulação, uma vez que as veias normais e o sistema venoso profundo se encarregam de garantir o fluxo de retorno.

Crioescleroterapia – Utiliza os mesmos produtos da escleroterapia normal, sendo que o equipamento diminui a temperatura do produto injetado para 40 graus abaixo de zero. O esclerosante, além do efeito normal, destrói pelo frio a parede interna do vasinho, eliminando-o.

Endolaser - trata-se de um método indicado para varizes de médio e grosso calibres, inclusive safenas. Uma fibra ótica é introduzida na veia e à medida que ela a percorre, a luz do laser é liberada pela ponta do aparelho. As paredes dessa veia perdem sua função e ela é reabsorvida pelo organismo, que desvia o sangue circulante para aquelas que estiverem saudáveis. A técnica é minimamente invasiva, sem cicatrizes, quase sem sangramentos e não há risco de lesão do nervo safeno e dos vasos linfáticos. É também conhecido pela sigla EVLT, em inglês: endovenous laser therapy.

Escleroterapia química – conhecida como “aplicação”, é a técnica usada há mais tempo. São indicadas para as microvarizes e para as varizes de calibre muito pequeno. As microagulhas injetam no vasinho o líquido concentrado chamado de esclerosante. A glicose é um dos tipos usados, por não causar alergia e ser tolerável. O sangue é expulso para as veias normais e o esclerosante entope as veias que estão sendo tratadas. Nesse método, as paredes dos vasos são ressecadas e destruídas.

Espuma esclerosante – O líquido provoca uma forte irritação no endotélio da veia, determinando seu fechamento. Assim, a veia seca e desaparece. Trata-se de um método antigo que foi recentemente revitalizado. Ele não é isento de complicações tais como: fibrose pulmonar ou o fato do líquido poder atingir o sistema venoso profundo. Isso pode ocorrer também em outros métodos. Por isso, a necessidade de ultrassonografia durante o procedimento, que deve ser feito por angiologista e cirurgião vascular com experiência nele. A espuma esclerosante é considerada uma boa opção em casos de restrição à cirurgia.

Laser escleroterapia – a escleroterapia com laser é um outro método e trata as microvarizes por cauterização. Trata-se de um coadjuvante à escleroterapia química e deve ser feita sempre por um angiologista e cirurgião vascular. Esse tratamento combinado com laser e injeções apresenta tanto melhor resultado, quanto recuperação.

Radiofreqüência – é a mesma técnica anterior para destruir veias maiores como a safena, sendo que usa o calor produzido por cateteres dotados de dispositivo de radiofreqüência. No Brasil, está sendo avaliado porque ele pode causar manchas e queimaduras.

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