Prévia da Sondagem da Indústria aponta melhor desempenho desde abril de 2014, aponta FGV?IBRE

Mas incerteza política pode afetar resultado final do mês.

A incerteza política pode dar o tom final ao resultado do Índice de Confiança da Indústria (ICI) de maio, que avançou 1,2 ponto, chegando a 92,4 pontos, segundo divulgação da prévia da Sondagem da Indústria. Os dados, divulgados nesta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV, foram feitos a partir da consulta a 781 empresas, entre os dias 2 e 17 deste mês, antes de vir a público as acusações contra o presidente Michel Temer. Caso o número se confirme no fim do mês, o índice terá atingido o melhor nível desde abril de 2014.

Entretanto, para a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE, Tabi Thuler Santos, os últimos acontecimentos em Brasília podem impactar no resultado final do ICI. A pesquisadora destacou que não é possível avaliar neste momento de que forma as mudanças irão se refletir.

“Esta incerteza que está pairando sobre todos os indicadores paira também sobre a confiança da indústria. Quanto mais tempo a incerteza perdurar, mais para baixo a confiança pode ir”, avaliou a economista.

Os dados da prévia indicaram que a melhora mais significativa foi do Índice de Situação Atual (ISA), que subiu 1,3 ponto, indo para 89,6. A elevação do Índice de Expectativa (IE) foi mais tímida, de 0,8 ponto, passando a 95,2. Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) caiu 0,2 ponto percentual, ficando em 74,5%.

“É um contexto de recuperação lenta e gradual. Há melhora de alguns indicadores, com alguma piora de outros. A alta na margem de 0,7% da produção industrial no primeiro trimestre deixa carregamento estatístico de queda de 1,2% para o segundo trimestre. O NUCI estagnado desde janeiro indica que não há um avanço consistente do uso da capacidade. Não é uma recuperação consistente, porque não é repetida ao longo dos meses, e não é em todos os setores”, explicou Tabi.