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30/05/2017 - 07:30

China vai propor ampliação do Brics, antecipa professor da FGV

O presidente da China, Xi Jinping, anunciou planos ousados durante o "1st Brics Think-Tank Forum on Pragmatic Cooperation”, em Shangai, realizado nos dias 22 e 23 de maio(segunda e terça-feira). O professor da FGV Direito Rio Evandro Menezes de Carvalho, coordenador do Núcleo de Estudos China-Brasil, presente na reunião, destaca o desejo do gigante asiático em querer ampliar os países componentes do Brics. O conjunto econômico de países considerados "emergentes", formado atualmente pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ao contrário do Mercosul ou da União Europeia, não pode ser reconhecido como um bloco econômico oficial, pois não possui um estatuto ou registro formal.

"A China quer propor a ampliação do grupo com novos países, entre eles o Paquistão e o México. A Índia já se posicionou contra o ingresso do Paquistão, mas esse imbróglio pode ser resolvido com conversas conjuntas", assegura Evandro Menezes de Carvalho.

O professor da FGV antecipa ainda que a China deseja criar e bancar a construção de uma Secretaria Permanente para o Brics. De acordo com ele, a ideia inicial é que ela seja sediada em Macau, onde se fala português, para conseguir o apoio do governo brasileiro. "Será o embrião da criação de uma organização internacional. A proposta aponta para essa direção. Caso seja aprovado, o Brics terá um maior caráter operacional e o retira de uma ameaça devido às crises econômicas do Brasil e a política da Rússia", diz o doutor em Direito Internacional.

One Belt, One Road — Outra novidade apontada pelo professor da FGV é a implementação do que pode ser chamada de uma “Nova Rota da Seda”. Xi Jinping quer iniciar a construção de uma rede de vias férreas, estradas, oleodutos e redes elétricas que ligariam a China a Ásia Central, Ásia Ocidental e partes do sul da Ásia. Esta iniciativa, One Belt e One Road (OBOR) tem como objetivo criar a maior plataforma de cooperação econômica do mundo, incluindo coordenação de políticas, colaboração comercial e financeira e cooperação social e cultural.

"O Cinturão Econômico da Rota da Seda está previsto como três rotas que ligam a China à Europa (através da Ásia Central), ao Golfo Pérsico e ao Mediterrâneo (através da Ásia Ocidental) e ao Oceano Índico (via sul da Ásia). A nova Rota da Seda está planejada para criar conexões entre vias navegáveis ??regionais. Mais de 60 países, com um PIB combinado de US$ 21 trilhões, manifestaram interesse em participar do plano de ação OBOR", garante Evandro Menezes de Carvalho.

Fundo de Investimento Brasil e China – Sobre o anúncio da criação do fundo de investimento para obras de infraestrutura, com aporte de US$ 20 bilhões, entre o Brasil e a China, que deve acontecer nesta terça-feira (30), Evandro Menezes de Carvalho diz que o objetivo é o financiamento de projetos considerados de comum interesse para os dois países. Segundo ele, o fundo deve começar a operar em junho.

"A China é um importante investidor. Só até meados de abril deste ano, o país investiu US$ 5,67 bilhões no Brasil. A expectativa é que até o fim deste ano sejam investidos aqui mais de US$ 15 bilhões pelos chineses. Eles viram na crise uma oportunidade de investimentos", afirma o professor da FGV.

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