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30/05/2017 - 07:59

A ineficiência do Brasil em formar cidadãos bilíngues

De acordo com uma pesquisa do site de busca de empregos Catho divulgada em 2016, menos de 3% da população brasileira tem fluência no idioma inglês, mesmo o Brasil sendo o país com o maior número de escolas de inglês no mundo. Mas por que não formamos alunos bilíngues na educação tradicional, ou seja, nos ensinos fundamental e médio, assim como acontece em outros países? Por que os pais precisam investir em escolas de idiomas para seus filhos, limitando o real ensino do inglês apenas para os que têm condições de arcar com mais essa despesa?

As vantagens de falar uma segunda língua já são amplamente conhecidas e indiscutíveis. Crianças e adolescentes que se comunicam de forma fluente em um segundo idioma, com confiança, naturalidade e segurança, terão benefícios em inúmeras áreas da vida, tanto no contexto profissional como acadêmico, social e cultural. Além disso, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, e publicada em 2014, falar um outro idioma aumenta a inteligência, a fluência verbal e de leitura, mesmo quando o aprendizado acontece na idade adulta – sem contar que os salários dos profissionais com fluência são, em média, 52% maior de acordo com a pesquisa da Catho.

Outro estudo divulgado pela Universidade de York, no Canadá, constatou que, além de melhorar a concentração, falar duas línguas desde cedo ajuda a potencializar as conexões nervosas, fazendo com que as crianças cresçam com habilidades cognitivas mais desenvolvidas, trazendo efeitos positivos na inteligência e em outros aspectos da vida.

A boa notícia é que hoje já existem metodologias acessíveis, que transformam uma escola convencional – de qualquer porte – em bilíngue, por um custo em média quatro vezes menor do que uma mensalidade de escola de idiomas. Idealizadas com base em sistemas utilizados em outros países nos quais a fluência no inglês é natural durante a vida escolar, essas novas formas de ensino têm como objetivo promover o desenvolvimento da verdadeira fluência oral por meio de um aprendizado imersivo, integrado e lúdico. E justamente por serem adaptáveis a qualquer tamanho e porte de instituição, e por um custo baixo, ampliam o acesso de crianças e adolescentes ao verdadeiro e eficiente ensino bilíngue.

Crianças a partir dos três anos já estão aptas para o primeiro contato com o segundo idioma. É importante que os pais conheçam o programa linguístico da escola; ele deve ser adequado ao nível cognitivo da faixa etária, considerando as características e habilidades de cada fase. Dessa forma, os alunos terão contato com temas que são cotidianos na sua idade e o aprendizado será gradual e orgânico.

Outro ponto para o qual os pais devem estar atentos é que, assim como o aprendizado da língua materna, o aprendizado bilíngue não acontece de forma rápida e instantânea. É importante avaliar se a escola realmente mensura o desenvolvimento dos alunos no segundo idioma, o que pode ser feito por meio de exames de certificação internacionais, comuns nas escolas de inglês. Eles são uma excelente referência do progresso.

O bilinguismo representa um avanço considerável no setor educacional brasileiro. Ampliar o acesso ao verdadeiro ensino bilíngue, como acontece em países como Índia e China, é contribuir para a transformação da educação por meio da formação de crianças e jovens pluriculturais e globalizados, preparados para interagir com as mais de 730 milhões de pessoas que falam inglês ao redor do mundo.

. Por: Fernando Rodrigues e Antonio Gonzaga são diretores da Simple Bilingual Education

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