Rio tem queda acentuada nos preços dos imóveis e dos aluguéis, aponta empresário

Para especialistas, preços eram irreais; negociação deixa cenário justo. Crise econômica e superoferta de imóveis empurram preços para baixo.

Os compradores de imóveis e os candidatos a inquilino estão vivendo um momento favorável, no Rio. A cidade sofreu uma explosão de preços nos anos que antecederam as  Olimpíadas, mas agora, os tempos são outros. Mesmo com a economia do país voltando há aquecer  o ramo imobiliário teve uma queda de 35% em média.

Segundo o empresário Michael Magno, da  Magno Empreendimentos imobiliários, muitos proprietários ficaram meses e até anos sem vender seus  imóveis, principalmente, por causa do valor alto. “A Copa do Mundo, as Olimpíadas  fizeram os preços de venda e aluguel dos imóveis no Rio subirem muito, por causa da demanda. Depois da festa, com a oferta maior do que a procura e com a economia em crise, o preço foi baixando, baixando ...” explica Magno.

Para os especialistas, os preços estavam irreais e a negociação torna o cenário mais justo. A queda é, em média, de 35%. “Por conta da crise financeira, cada centavo passa a ser questionado. Qualquer redução pode ser decisiva para o momento de fechamento. Pode ajudar ou definir que um pretendente feche por um ou outro imóvel”, comenta o empresário, lembrando que este é um movimento que está acontecendo também com os aluguéis no Rio. Ainda de acordo com Michael Magno em maio, o índice que reajusta a maioria dos contratos de aluguel caiu pelo segundo mês seguido. “As placas estão espalhadas de todas as formas e tamanhos. É muito imóvel vazio para alugar ou vender. “Nossa empresa, que administra negócios imobiliários, estima que 13% dos imóveis do Rio estejam vagos. E quase 25% é composto por salas  comerciais” complementa.

E tem que baixar o preço mesmo porque a chamada inflação do aluguel, calculada pela Fundação Getúlio Vargas, teve nova queda: menos 0,93% em maio, o segundo mês consecutivo de deflação. Magno explica que o  IGPM, o índice de correção anual dos aluguéis, ainda é positivo, mas a realidade do mercado já é bem diferente. “A crise econômica e, principalmente, a superoferta de imóveis estão empurrando os preços para baixo, principalmente no Rio. De maio de 2016 até hoje, o preço médio do aluguel na cidade caiu mais de 6%. Em alguns bairros, a redução passou dos 12%” comenta o empresário alertando que tanto pra venda quanto para aluguel, o proprietário do imóvel tem que estar disponível. “Tem que estar suscetível a estar conversando, entendendo as necessidades do mercado, se adequando a elas pra passar por este momento de crise. É hora de se ajustar os preços, de se entender o que realmente vale. E vale o que vende”, destaca.