Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

15/06/2017 - 09:59

"Não vai ter Brexit"

O Reino Unido de Theresa May está em palpos de aranha. David Cameron lançou um canhestro plebiscito que se revelou um bumerangue. Deu no "Brexit", por pequena margem de votos e enorme abstenção da juventude. No impacto da volta, as resistências foram inúteis. Voltar atrás não é coisa de inglês.

O resultado, metaforicamente, correspondeu à propositura de divórcio irrefletida. Rompe-se o vínculo, sem pensar nas consequências, sobre as quais o juiz é obrigado a advertir as partes: vêm as pensões, conjugadas com outros deveres obrigacionais da vida, as visitas, os horários, os sorvetes (pode ou não?), circunstâncias que, não raro, levam as partes novamente ao Judiciário. Não paga a pensão, o cárcere brasileiro pode ser o destino do devedor.

É tarde para o arrependimento. Nem sempre. O tempo, no ponto, faz um grande trabalho. Envergonha? O que jamais errou que atire a primeira pedra. A vida em paz, em nosso País, já é um grande desafio. Por essa razão os jovens, hoje, permanecem mais com as famílias.

O Reino Unido, para escapar do imbróglio em que se meteu, somente passando uma borracha sobre o tal "Brexit". A pose do inglês estremece, mas os fatos falam mais alto. É melhor não fazer acordo algum do que celebrar um mal acordo. Ambas as hipóteses são trágicas. O acordo depende de imposições da UE, inaceitáveis pela parte que se divorciou. Grandes somas de dinheiro. O "não tem acordo" será ficar proscrito no comércio internacional. Não se pode esperar bondades de quem foi repudiado. Esse isolamento dos RU em relação aos vizinhos será simples loucura.

Dado o aperto da votação e suas consequências, seria plenamente legítimo e democrático novo plebiscito. Conduta muito agressiva à altivez histórica dos britânicos. Não há, porém, outra saída. Têm de descer de seu famoso pedestal, para sobreviver. Ainda que de cara feia e voz embargada, aos ingleses só resta dizer "não vai ter Brexit". O episódio deu exemplo magno do que não se deve fazer em política. Os atos precipitados têm um alto preço, que, muitas vezes, governos e nações não têm como pagar, só lhes restando a humildade do arrependimento eficaz.

. Por: Amadeu Roberto Garrido de Paula, Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira