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27/06/2017 - 06:06

Transtorno Obsessivo Compulsivo- TOC

Entenda o porquê desta doença, que afeta 2% da população mundial.

Com certeza você já ouviu alguém dizer alguma dessas frases: “Não consigo sair de casa sem antes checar a bolsa umas centenas de vezes! É meu TOC!”, “Nossa! Não posso ver nada fora do lugar, preciso arrumar! É também um tipo TOC!”. O cantor Roberto Carlos, por exemplo, em suas entrevistas já citou inúmeras vezes que melhorou muito sua qualidade de vida após se tratar do TOC.

O TOC não é uma simples mania. É uma doença que obriga seus portadores a realizarem atos compulsivos – sejam eles físicos ou mentais – com o propósito de aliviar a ansiedade e o incômodo causados por pensamentos desagradáveis que aparecem de forma constante na mente dos pacientes.

O transtorno obsessivo compulsivo, que pode levar uma pessoa a lavar as mãos sem necessidade, a ponto de esfolá-las, é considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais frequente na população. “Supõe-se que 2% da população geral sofra com esse transtorno”, explica a psicóloga Edyclaudia Gomes de Sousa, Membro da Sociedade Brasileira de Psicologia e pós graduanda em doenças mentais e atenção psicossocial, alertando que crianças em período escolar e jovens adultos, entre 18 e 20 anos, são os grupos com alta incidência do TOC.

Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano 2020 o TOC estará entre as dez causas mais importantes de comprometimento por doença. Para a psicóloga, a ansiedade generalizada é um dos primeiros sintomas do TOC. “Isso foge do controle da pessoa que, ao se dar conta, já está fazendo. Ela não pensa para fazer e se não fizer, culmina em um sentimento de culpa, condenação”, afirma Edyclaudia, lembrando que o conteúdo dessas obsessões, ou “pensamentos intrusivos”, varia de forma ampla. “Preocupação com contaminação, aversão à sujeira, nojo excessivo e obsessões religiosas ou sexuais são casos típicos nas fixações do portador do TOC”, completa.

Ainda de acordo com a psicóloga, “o pensamento ruim vem, provoca um incômodo, e então o portador sente a necessidade de realizar algum tipo de compulsão, algum tipo de rito, para se livrar dele”, diz a especialista. Como refém

Andréa Maia Fernandes, 44, secretária, casada e mãe de dois filhos há seis anos, depois de passar por um  quadro depressivo notou que algo de errado estava acontecendo com seu comportamento. Ela se percebeu uma pessoa simétrica, que gosta de tudo no lugar, mas o que antes acontecia naturalmente passou a ser um exagero. Quando limpava um cômodo de sua casa, por exemplo, voltava várias vezes ao local para se certificar que estava tudo em ordem. Acontecia também com outras tarefas casuais como estender roupas no varal: “Era uma angústia, eu determinava que tinha que ser calça comprida, seguida de bermuda e short por cor, tamanho e forma. Se não fizesse de acordo sentia  uma agonia, um nervoso que me fazia voltar ao varal e corrigir o que estava de errado em minha ânsia potencializada. Pensava: tenho que ir lá e fazer certo”.

Na terapia, ela descobriu que sofria de transtorno obsessivo compulsivo, o TOC, e que era possível sair deste quadro. “Descobri que muito da doença tinha a ver com o controle excessivo que exercia sobre as coisas e pessoas, queria que todos fizessem tudo a meu modo. Aos poucos fui relaxando e melhorando. Estou 80% controlada e ainda me trato com terapia e psiquiatra. Hoje procuro fazer com que as coisas não mais me incomodem” conta Andréa.

Mesmo com milhares de repetições, a pessoa não consegue acabar com as obsessões em definitivo e dessa forma, as horas correm despercebidamente. Em razão do tempo perdido para a realização dos rituais, a pessoa passa a evitar situações que estejam relacionadas à sua obsessão, evitando assim os rituais que precisaria realizar.

Esse comportamento gera consequências como o isolamento e a paralisação. “O TOC é uma das condições mais incapacitantes que existem”, diz Edyclaudia. “Todo mundo já teve em algum momento da vida, um pensamento intrusivo. Mas para estabelecer um diagnóstico psiquiátrico, e categorizar como transtorno, o comprometimento funcional deve ser evidente”, esclarece.

Procure ajuda — O tratamento envolve duas linhas distintas de atuação: medicamentos e sessões de psicoterapia. Fazer apenas um desses dois não irá resolver o problema. “O medicamento age no efeito, mas não na causa. Haverá uma melhora, mas a causa permanece. Nesse sentido, a psicologia vem para atuar no aspecto emocional e tratar a causa em sua origem”, explica. Os remédios utilizados no tratamento são os antidepressivos, inibidores seletivos de recaptura de serotonina. As causas que originam o transtorno ainda são desconhecidas. “É inegável que fatores genéticos estão implicados, apesar de não haver um gene específico”, detalha Edyclaudia Gomes de Sousa. Eventos como perda, trauma ou frustração também podem ser responsáveis por disparar os sintomas. “O relevante não é o fato em si, mas o seu significado. Uma turbulência em um avião pode não afetar tanto uma pessoa, mas gerar pânico em outra que nunca mais irá querer viajar”, finaliza. |Consultório em Copacabana e Nova Iguaçu. | Equipe DMC 21.

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