André Trigueiro retorna ao FICA e lança seu sexto livro

Presidente do júri da mostra competitiva por dois anos e repórter em tantas outras oportunidades, André Trigueiro lançou durante o 19º FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental) o livro "Cidades e Soluções: como construir uma sociedade sustentável". A obra, que é a sexta do jornalista, é inspirada no programa televisivo de mesmo nome e relata experiências bem sucedidas de projetos ambientais em todo o mundo. O lançamento foi realizado na casa onde morou a poetisa goiana Cora Coralina, na Cidade de Goiás, patrimônio histórico da humanidade.

"O livro cumpre uma função que extrapola o programa de TV e sugere que o mundo tem jeito; há esperança", afirmou Trigueiro. Pautas específicas tratadas na televisão foram selecionadas e desdobradas em novas questões que o programa não trouxe - inclusive levando em consideração a continuidade desses projetos, já que, conforme assinala, vários se perdem ao longo do caminho devido à falta de apoio de classes como as política e empresarial. De acordo com ele, é emblemático que a obra seja lançada no no auge de uma crise política, econômica, ética e ambiental. "Mas é nos momentos de crise que as soluções se revelam mais urgente e valiosas", ressaltou.

FICA 2017 —Participante recorrente do FICA, o jornalista explica que uma das funções de um festival com a temática ambiental é justamente contar histórias que não são vistas na televisão e no cinema comercial. "Não é possível falar de sustentabilidade no mundo sem falar em contrariar interesses; há um componente subversivo no movimento ambiental e é essa discussão que o FICA resgata", explicou. Segundo Trigueiro, toda essa movimentação em torno da mostra conflui com a emergência de uma nova consciência que começa a ganhar ainda mais espaço nas mídias. O ambiente de debates criado pelo FICA reverbera mundo afora, disse.

Números —O 19º FICA encerrou no dia 25 de junho (domingo) e distribuiu R$ 430 mil nas mostra principal e paralelas. Na mostra competitiva principal, o filme vencedor foi o documentário "Martírio", de Vincent Carelli, que conta a história da ocupação das terras dos índios Guarani Kaiowá. Na mostra paralela da Saneago, com a temática sobre a água, o prêmio principal foi para outro documentário, "Ilha", de Daniel de la Calle, que trata da especulação imobiliária no território quase isolado de Boipeba, na Bahia. Por fim, na 15ª Mostra ABD, o prêmio principal ficou com a ficção goiana "Algo do que fica", de Benedito Ferreira, que abordou a temática do Césio 137.