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28/07/2017 - 08:38

Fernando Valente Pimentel — Com inflação domada é preciso fomentar crescimento econômico


Fernando Valente Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)

Teria sido mais coerente com os níveis inflacionários e o crescimento econômico pífio da economia uma queda mais expressiva da Selic na reunião do Copom encerrada em 26 de junho. Afinal, a prioridade é fomentar o crescimento do Brasil que, lamentavelmente, tem previsão do mercado de apenas 0,34% este ano, muito aquém do esperado e do necessário.

Apesar dos problemas políticos, a economia segue dando sinais tênues de recuperação, conforme evidencia o desempenho da indústria têxtil e de confecção nos primeiros cinco meses de 2017, um pouco acima do esperado, o que nos levou a uma leve revisão das estimativas feitas em janeiro. Agora, a expectativa é de que a produção de vestuário cresça 2% até o final do ano, ante previsão inicial de 1%. Deverão ser produzidas 5,5 bilhões de peças. As perspectivas também são positivas para a geração de empregos e investimentos. Porém, é preciso ressalvar que é baixa a base de comparação de igual período do ano passado.

A reação ainda é tímida ante a necessidade de que o Brasil restabeleça um patamar mais elevado de crescimento econômico e consiga reverter o quadro de 14 milhões de desempregados. O País precisa de um projeto de médio e de longo prazo para crescer 4% ao ano e atingir taxa de investimento de 24% do PIB. Para tal, um dos fatores imprescindíveis é uma taxa de juros compatível com a praticada no mundo e crédito para irrigar a economia, o consumo e a atividade produtiva.

Assim, considerando que a inflação está sob controle e que os números do PIB são pífios, é muito pertinente que o Copom, sem voluntarismos, reduza os juros de modo mais acentuado, dando uma injeção de ânimo nos setores produtivos. A redução mais aguda da Selic iria somar-se, neste momento, à sanção da reforma trabalhista, que teve ótima repercussão no meio empresarial. Seria, portanto, mais um fator de estímulo à reação contra a terrível crise que se abateu sobre o Brasil.

O momento é estratégico para se redespertar o chamado “espírito animal” no empresariado, cujo instinto de preservação levou a uma freada nos investimentos e produção, em meio ao furacão da crise político-econômica. A recuperação tem sido impulsionada, em grande parte, pela resiliência e capacidade de superação dos empresários, mas políticas públicas adequadas, como as reformas trabalhista e previdenciária, ajudam bastante. É hora de incluir os juros mais baixos entre as medidas imediatas de incentivo a quem produz e trabalha!.

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