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04/08/2017 - 05:30

Ignore a política para um bom retorno no Brasil, diz Patria Pipe Master

A melhor gestora de fundos do Brasil está ampliando suas apostas.

Flávio Menezes está levantando recursos para a segunda rodada de investimentos depois que seu fundo Patria Pipe Master FIA deu retorno de 56% neste ano, o maior de uma lista de mais de 170 fundos com mandatos similares. O gestor concentra 80 por cento de seus R$ 310 milhões (US$ 99,2 milhões) em três companhias: a Companhia de Locação das Américas (Locamerica), uma empresa de aluguel de carros, e as construtoras Tenda e Tecnisa.

“Focamos em empresas de boa qualidade de setores resilientes”, disse Menezes em entrevista. “Se você fizer de maneira bem feita, tem possibilidade enorme de ganhar dinheiro.”

O fundo está focado no que os brasileiros precisarão, independentemente da crise, e em áreas com gargalos estruturais onde ainda existem ineficiências, disse ele. A maioria dos investidores, neste ano, está focada na política e nas reformas. Já Menezes diz que sua estratégia é atuar “quase como um private equity investindo em companhias públicas”, comprando participações relevantes e trabalhando com a administração para ser referência no setor.

O próximo fundo da Patria manterá a mesma filosofia de investimento e almeja ter o dobro do tamanho do primeiro, aproximadamente US$ 200 milhões. A empresa terá um braço offshore para investidores institucionais globais, algo que o primeiro não teve. A Pátria Investimentos, parceira da Blackstone Group, possui US$ 9,5 bilhões sob gestão, dos quais 80% atualmente vêm de investidores estrangeiros.

Menezes continua otimista em relação ao Brasil, mas disse que os investidores precisam ser mais seletivos. As ações brasileiras deram retorno de 13,7% neste ano, metade da média dos mercados emergentes, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Investimentos — A Pátria possui 18% da Locamerica e um assento influente no conselho. A firma ajudou a contratar o diretor financeiro no mês passado e a implementar uma estratégia de recuperação. Sob administração da Pátria, o lucro líquido quase duplicou em três anos e a empresa comprou a rival Auto Ricci, operação que criará uma empresa de locação de automóveis com receita anual de R$ 1,1 bilhão por ano, 46% superior à de 2016.

O alvo de seu segundo maior investimento é a Tenda, que atende a compradores de residências de baixa renda e quadruplicou seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior. Analistas do Itaú BBA liderados por Enrico Trotta, que mantém recomendação equivalente a compra para a Tenda, escreveram em relatório de 12 de julho que continuam otimistas em relação à empresa, porque ela possui um balanço confortável e é 30 por cento mais barata do que a rival MRV Engenharia e Participações.

A Pátria também possui 4,5% da Tecnisa, que passou por uma reestruturação desde que a rival Cyrela Brasil Realty se transformou na segunda maior acionista da companhia, no ano passado. A Cyrela contribuiu com R$ 74 milhões quando a Tecnisa precisou levantar R$ 200 milhões depois que um grande projeto em São Paulo foi travado pela crise devido ao aumento do desemprego e à queda dos preços dos imóveis. A Tecnisa fez aumento de capital próprio e também terá que reduzir mais despesas. A empresa já diminuiu sua equipe de 700 para 250 funcionários.

“Este é um setor difícil, mas a Tecnisa está focada em reestruturar seu portfólio — vender estoque, gerar caixa — para se preparar para um eventual ressurgimento desse mercado em cerca de dois anos”, afirmou. Obviamente, os riscos no Brasil são inevitáveis, disse Menezes.

“Mas a médio e longo prazo, se quiser dobrar seu capital, você precisa duplicar o lucro do seu negócio”, disse ele — e isso significa colocar a mão na massa, uma abordagem necessária para as empresas brasileiras.|Paula Sambo/Bloomberg.

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