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15/09/2017 - 07:13

Carta de Conjuntura aponta melhora no setor formal do mercado de trabalho, diz Ipea

Análise também destaca a desaceleração da desocupação e a expansão dos rendimentos reais no segundo trimestre.

A análise da Carta de Conjuntura do Ipea lançada no dia 14 de setembro (quinta-feira) aponta que o segundo trimestre do ano marcou o começo de um processo de recuperação mais nítido no mercado de trabalho brasileiro. A desaceleração da desocupação e a expansão dos rendimentos reais permitiu que 31,7% dos trabalhadores que estavam desocupados obtivessem emprego no período. E o percentual de pessoas ocupadas que perderam o posto de trabalho e passaram a desempregados recuou de 3,6% no segundo trimestre do ano passado para 3,4% no mesmo período deste ano. A queda para 12,8% na taxa de desemprego, registrada no trimestre encerrado em julho, ocorreu graças ao aumento da população ocupada, que teve a primeira variação interanual positiva desde agosto de 2015.

A seção de Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura também mostra que a redução da taxa de desemprego, pelo quarto período consecutivo, só não foi maior porque entrou mais gente na População Economicamente Ativa (PEA): alta de 1,6% no trimestre encerrado em julho. A parcela dos inativos desalentados que achavam que não conseguiriam emprego foi de 44,7% no segundo trimestre. Esse número é 2,5% menor que o registrado no trimestre anterior, o que indica aumento da confiança em alcançar uma vaga.

O setor formal reduziu as demissões. No segundo trimestre do ano, de todos os trabalhadores que transitaram da ocupação para a desocupação, 32% estavam no mercado formal, 10 pontos percentuais menor que há dois anos. Já o setor informal recebeu o maior número de desempregados. Dos trabalhadores que estavam desempregados e conseguiram uma nova ocupação, 43% foram incorporados pelo mercado informal, 28% obtiveram uma vaga formal, 28% se tornaram conta própria e 1% viraram empregadores. A alta interanual de 3,6% dos salários pagos pelo setor privado com carteira representa um desempenho melhor que o do salário dos informais (queda de 2,9%) e dos trabalhadores por conta própria (queda de 1,2%).

Desemprego atinge os mais jovens

Os jovens têm mais dificuldade de conseguir emprego e mais chance de serem mandados embora. Dos desempregados com 18 a 24 anos, apenas 25% obtiveram nova colocação no segundo trimestre. Entre 2012 e 2017, o percentual de trabalhadores com 18 a 24 anos que foram dispensados cresceu de 5,3% para 7,3%. Além de receberem as menores remunerações, os mais jovens apresentam queda de salário (0,5%) na comparação com o mesmo período de 2016. Já os idosos com mais de 60 anos elevaram em 14% os ganhos salariais. No segundo trimestre, o país tinha aproximadamente 13,5 milhões de desocupados, dentre os quais 65% com idade inferior a 40 anos.

No segundo trimestre de 2017, enquanto os empregados com mais de 60 anos receberam, em média, R$ 2.881,00 (14% a mais que no mesmo período de 2016), o grupo de empregados com idade entre 18 e 24 anos obteve remuneração média de R$ 1.122,00, valor 0,5% abaixo do observado no mesmo período do ano anterior.

Diferença de rendimentos segundo o grau de instrução — Os trabalhadores mais instruídos apresentam maior probabilidade de sair do desemprego e menor probabilidade de entrar no desemprego. No último trimestre, 33% dos trabalhadores com nível superior que estavam desempregados conseguiram voltar ao contingente de ocupados, enquanto apenas 1,9% dos ocupados com ensino superior foram dispensados. Mas o desemprego também caiu entre os que têm ensino médio incompleto (redução de 2,4 pontos percentuais). Para os trabalhadores com ensino fundamental completo e incompleto, a taxa de desocupação manteve-se praticamente estável. O nível médio é a instrução de metade do contingente de desempregados.

No último trimestre, os empregados mais qualificados receberam, em média, R$ 4.889,00, quase três vezes mais que o trabalhador com ensino médio e 4,2 vezes mais que o empregado sem o ensino fundamental completo. O rendimento médio real registrou, pela oitava vez consecutiva, crescimento na variação interanual, ao apontar alta de 3%. A acentuada queda da inflação nos últimos meses vem contribuindo positivamente para essa expansão dos salários reais.

Desempenho de setores e Unidades da Federação — A queda do desemprego no último trimestre foi geral em todas as regiões, com destaque para as áreas não metropolitanas. Dentre as 27 Unidades da Federação, seis apresentaram alta de desemprego, com destaque negativo para Pernambuco e Rio de Janeiro, cujas taxas aceleraram de 17,1% e 14,5% para 18,9% e 15,7, respectivamente, nesse período de comparação.

Em julho, houve aumento do número de empregados em quase todos os setores, com destaque para a indústria, o comércio e os serviços, que geraram, respectivamente, 12,3 mil, 10,2 mil e 7,7 mil novos postos com carteira assinada. Houve expansão da população ocupada em diversos segmentos, com destaque para “alojamento e alimentação” (15,2%), “outros serviços” (7,3%), “transportes e correios” (3,1%) e “indústria” (2,3%).

As maiores altas dos rendimentos em termos setoriais ocorreram na agricultura e nos setores de serviços, em especial os relacionados a “transportes, comunicação e correios” e “intermediação financeira”.

Para os próximos meses, a tendência é que a taxa de desemprego continue diminuindo lentamente, mesmo com melhora da economia. Em compensação, os rendimentos devem continuar a alta, o que contribuirá para a retomada do consumo das famílias.

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