Pesquisa faz radiografia do mercado de trabalho para jovens nas favelas

Uma pesquisa financiada pela FINEP vai mostrar como funciona o mercado de trabalho para jovens em cinco comunidades carentes do Rio de Janeiro: Rocinha, Queimados, Vila Aliança, Alemão e Caju. Responderam ao questionário 590 estabelecimentos, de pet shops a padarias, que empregam 272 jovens entre 15 e 24 anos, cerca de 46% do total de empregados, tanto formais como informais.

Dados preliminares da pesquisa indicam que as funções que mais absorvem jovens são as chamadas ocupações não manuais de rotina, como vendedores, demonstradores, caixas e auxiliares de escritório. As ocupações técnicas e artísticas, principalmente o serviço militar, também absorvem uma parcela significativa.

Os resultados finais na pesquisa, realizada pelo Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (CIESPI), com financiamento de R$ 675 mil da FINEP, serão divulgados em agosto, durante um seminário na PUC do Rio. O estudo faz parte do Programa Conhecimento e Práticas Inovadoras de Geração de Trabalho e Renda para Jovens em Comunidades de Baixa Renda.

Os pesquisadores comunitários são moradores selecionados e treinados pelos profissionais do CIESPI para coletar dados dentro das comunidades. De prancheta em punho, percorrem as principais ruas das favelas entrevistando um por um os donos de estabelecimentos comerciais. O objetivo é identificar nas regiões carentes as áreas dos setores formal e informal que mais absorvem jovens entre 15 a 24 anos.

“O trabalho foi bem mais difícil do que podíamos imaginar. Muitas vezes, nem comerciantes que eram nossos amigos de infância aceitavam participar”, afirmam os pesquisadores Emerson Santos e Hudson Santos.

De acordo com os dados reunidos pelos pesquisadores, em 2005, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, 41% dos jovens entre 15 e 24 anos estavam empregados. O fato negativo é que apenas 14% conseguiam conciliar estudo e trabalho. | www.finep.gov.br