Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

01/04/2008 - 09:32

Presidente Lula dá inicio às obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro


Investimentos de US$ 8,4 bilhões, concluída, estará gerando cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos, uma obra que marcará a política industrial da América Latina.

A Petrobras iniciou no dia 31 de março (segunda-feira), as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A cerimônia, que marcou o início da terraplanagem, contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Itaboraí. A licença de instalação para essa primeira fase do projeto foi emitida pela Feema no dia 28 de março (sexta-feira). A terraplanagem deverá ser concluída até o primeiro semestre de 2009, gerando mais de 200 mil empregos diretos e indiretos.

Com custo aproximado de R$ 820 milhões as obras de terraplanagem devem movimentar 45 milhões de metros cúbicos de terra no Comperj, que equivalem a 12 Maracanãs repletos de terra, mobilizando mais de 600 equipamentos. O período das obras é de 440 dias corridos realizados pelo Consórcio formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Odebrecht.

O licenciamento ambiental do Comperj foi considerado inovador por aliar extremo rigor ambiental e complexidade, sem representar aumento de prazo. Os estudos, acompanhados pela Feema, priorizaram o reúso da água, a diminuição de emissões atmosféricas e a minimização de resíduos. A sociedade civil participou por meio das audiências públicas que reuniram 3,6 mil pessoas nos municípios de Itaboraí, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e São Gonçalo.

O Comperj marca a retomada da Companhia ao setor petroquímico e vai transformar o perfil sócio-econômico de sua região de influência. Previsto para entrar em operação em 2012 e com capacidade para processar 150 mil barris diários de petróleo pesado de Marlim, o empreendimento vai gerar uma economia para o País de mais de US$ 2 bilhões/ano em divisas, por meio da redução da importação de derivados e de produtos petroquímicos.

Com investimentos da ordem de US$ 8,4 bilhões, estima-se que o Comperj vá gerar um total de mais de 200 mil empregos diretos, indiretos e por “efeito-renda” durante os cinco anos da obra e após a entrada em operação, todos em escala nacional. Para atender a essa demanda, a Petrobras, em parceria com as prefeituras, vai capacitar cerca de 30 mil profissionais da região.

Dados de mercado e números do Comperj: • O complexo terá capacidade para processar 150 mil barris/dia de óleo pesado nacional.

• Em uma mesma planta industrial haverá uma unidade de refino e de 1ª geração (Unidade Petroquímica Básica - UPB) para produção de petroquímicos básicos, além de um conjunto de unidades de 2ª geração (Unidades Petroquímicas Associadas - UPA’s), que vai transformar estes produtos básicos em produtos petroquímicos. Haverá ainda uma Central de Utilidades (UTIL), responsável pelo fornecimento de água, vapor e energia elétrica necessários para a operação de todo o complexo.

• Petroquímicos básicos (1ª geração): eteno (1,3 milhão de toneladas/ano), propeno (880 mil toneladas/ano), benzeno (600 mil toneladas/ano), paraxileno (700 mil toneladas/ano) e butadieno (157 mil toneladas/ano);

• Petroquímicos de 2ª geração: estireno (500 mil toneladas/ano), etileno-glicol (600 mil toneladas/ano), polietilenos (800 mil toneladas/ano), polipropileno (850 mil toneladas/ano) e PTA/PET (500 mil/600 mil toneladas/ano).

• As empresas de 3ª geração, que poderão ser atraídas pelo complexo e se instalarem também nos municípios vizinhos e ao longo do Arco Rodoviário, que ligará Itaboraí ao Porto de Itaguaí, serão responsáveis por transformar esses produtos petroquímicos de 2ª geração em bens de consumo, tais como: copos e sacos plásticos, componentes para as indústrias montadoras de automóveis e linha branca como eletrodomésticos, entre outros.

Centro de Integração do Comperj capacitará cerca de 30 mil profissionais: O Centro de Integração do Comperj está inserido no Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural – Prominp e tem como objetivo qualificar e capacitar a mão-de-obra local para atuar na implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.

A Petrobras, em parceria com as prefeituras, vai implantar Centros de Integração em todos os municípios do entorno do Complexo Petroquímico (Itaboraí, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Niterói, Maricá, Magé, Rio Bonito, Silva Jardim e Tanguá) e o ingresso será feito por processo seletivo.

Cerca de 30 mil profissionais serão qualificados em mais de 60 tipos de cursos gratuitos, sendo 78% em nível básico, 21% em nível técnico e 1% em nível superior, divididos em cinco ciclos anuais.

O 1° Ciclo de Qualificação Profissional do Centro de Integração do Comperj teve início em maio de 2007 oferecendo cursos na área de Construção Civil. Atualmente, 480 alunos já foram qualificados e outros mil estão em sala de aula.

O 2° Ciclo do Centro de Integração terá início em maio de 2008 oferecendo 5.000 vagas, divididas em 29 categorias, sendo 89% para o nível básico,9% para o nível técnico e 2% para o nível superior.

O público-alvo, o conteúdo programático e o cronograma das aulas fazem parte do Plano de Qualificação Profissional, a ser atualizado periodicamente para assegurar que o Centro de Integração do Comperj esteja alinhado com as necessidades regionais.

Os profissionais capacitados pelo Centro de Integração farão parte de um banco de dados de candidatos a empregos no Comperj e nas empresas que serão atraídas para a região. Mais de 20 alunos já foram contratados para trabalhar nas obras do Centro de Integração em São Gonçalo.

O objetivo é fazer do Centro de Integração um grande articulador local, que irá contribuir para o desenvolvimento social e industrial na área de abrangência do Comperj.

Corredor Ecológico do Comperj: Lançado em 05 de junho de 2007, dia mundial do meio ambiente, o Corredor Ecológico é um projeto da Petrobras em parceria com a Embrapa e outros parceiros, com a proposta de conectar o manguezal à Mata Atlântica, por meio de extensa área revegetada pelo Comperj . A idéia é capacitar cerca de 400 pessoas da comunidade em cursos semestrais de práticas de silvicultura, além de artesanato. As aulas começaram no fim do ano passado. A idéia é empregar esses viveiristas nas atividades de implantação e manutenção do corredor. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) elabora projetos para a recuperação das áreas degradadas, próximas ao Comperj.

Já foram plantadas 2.500 mudas de cerca de 30 diferentes espécies arbóreas na Fazenda do Viveiro, em Sambaetiba, uma das primeiras propriedades negociadas pela Petrobras na área do projeto. Esse foi apenas o primeiro lote de um total de três milhões e 600 mil mudas que farão parte do Corredor Ecológico.

Sistema de reuso da água inédito no Brasil: O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj contará com uma unidade para tratamento dos esgotos sanitários, efluentes industriais, águas pluviais e águas ácidas. Uma vez purificadas essas águas serão novamente utilizadas inúmeras vezes dentro do próprio complexo, ao invés de serem lançadas nos rios. O sistema de efluentes do Comperj é inédito no Brasil pela sua escala e eficiência. A reutilização só não será completa, pois menos de 10% da água, embora não represente risco ao meio ambiente, acaba se tornando salgada.

Água para as obras e para a comunidade: Com intuito de ampliar a produção de água tratada do sistema de abastecimento do município de Itaboraí, a Petrobras assinou no dia 14 de março do presente ano, convênio com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), com investimentos de R$ 30 milhões. Este convênio ampliará o sistema Imunana-Laranjal e fornecerá mais 100 litros/segundo, sendo 50 litros/segundo às obras do Comperj e os outros 50 litros/segundo à comunidade de Porto das Caixas, Distrito de Itaboraí, próximo ao Complexo. Após o término das obras, a Petrobras destinará também os seus 50 litros/segundo para atendimento à população. Dessa forma, todo o incremento de 100 litros/segundo ficará destinado à comunidade.

O evento contou com a presença da ministra da Casa Civil Dilma Roussef, o governador Sérgio Cabral, o vice-governador Luíz Fernando Pezão, o presidente da Assembléia Legislativa , Jorge Picciani, vários prefeitos da região, deputados, como Edmilson Valentim (federal pelo PC do B), Luiz Sérgio ( federal pelo PT), o senador Marcelo Crivella, o presidente da Federação do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, o presidnete da Cedae Wagner Granja Victer, secretários estaduais empresários, diretores da petrobras, e uma multidão de pessoas que não se cansava de aplaudir o presidente.

O prefeito de Itaboraí, Cosme José Sales reconhece em seu discurso que o presidente Lula está promovendo o desenvolvimento sustentável na região. A população de Itaboraí está recebendo o maior presente de todos os tempos, e com certeza saberá aproveitar e agradecer por tudo”, exalta o prefeito.

“Uma obra gigantesca”, assim classificou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo. “ Este Complexo é do tamanho de sete refinarias de Duque de Caxias, ou 12 maracanãs, com tecnologia mundial de ponta, e um licenciamento ambiental super qualificado que respeita a biodiversidade e é ecologicamente comprometido com a região” destaca o presidente.

“E há todo um trabalho junto aos municípios para desenvolver um plano diretor para que não haja crescimento desordenado na região”, conclui.

“É uma obra tão gigante que qualquer estado gostaria de ter, ela significa duas receitas do Maranhão”, ressalta o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

“Desde os anos 70 que a petroquímica está estagnada, a Petrobras forte operando com a iniciativa privada e a boa vontade de um governo realizador, em alguns anos seremos os maiores exportadores e importadores mundiais neste setor”, finaliza o ministro.

O governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi enfático: “Essa região nunca teve investimento, e hoje está recebendo 8,4 bilhões de dólares, é a primeira vez que estes municipios terão seus jovens com oportunidades de qualificação” , e o Wagner Victer que sonhou, lutou e mobilizou enquanto secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, pela implantação desta refinaria, hoje como presidente da Cedae está aqui para assistir o empreendimento virar realidade.

“Mas gostaria de lembrar do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa que carrega o piano, do secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc que comprometido com a causa ambiental conseguiu a licença para o Complexo em tempo recorde, uma licença complicada e rigorosa que exige uma grande contrapartida. Também, a “presidente”, quer dizer a ministra da Casa Civil Dilma Roussef , a qual o Complexo tem sua rubrica. E ao presidente Lula, o obrigado por tudo que tem feito pelo Rio de Janeiro”, disse o governador.

Durante o seu discurso o presidente Lula ressaltou que o Complxo Petroquímico é uma obra que faz parte da política industrial da América Latina . Mas tudo foi possível graças aos parceiros privados, boa vontade local, de prefeitos e governos. Este empreendimento estará integrado com o Arco Rodoviários que se tornará realizado a partir de 2 de abril quando começa a licitação para as obras, e seguindo esta parceria sadia com o governo do estado o Rio de Janeiro vai conquistando o respeito e pode ser além de uma cidade mudialmente conhecida pelo turismo, também por ser o maior estado exportador e importador.

“Este momento do Brasil é muito especial. Eu acho que o país está vivendo um momento mágico, o Brasil está voltando a ser o que deveria ter sido há 30 ou 40 anos. A economia está crescendo, a renda da população está crescendo, e cada vez mais incluindo pessoas”, enfatiza o presidente.

O agora presidente da Cedae Wagner Granja Victer relembra a coordenação da campanha de conquista deste empreendimento, a qual deu o nome de “A Refinaria é Nossa”.

Mobilização popular em prol deste empreendimento, que teve início em 06 de janeiro de 2003, na Sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), sua segunda posse à frente da Secretaria de Energia, Indústria Naval e Petróleo.

Juntamente com várias entidades, sindicatos, associações, clube, universidades, órgãos federais, ANP, começou a campanha, que ganhou as ruas e que teve o logotipo da “gotinha de petróleo” como marca principal, foi um sucesso retumbante e, com certeza, a maior mobilização popular em nosso estado desde a campanha que criou a própria Petrobras na década de 50, da qual reaproveitamos a sonoridade do slogan: "O Petróleo é Nosso", lembra.

“As ações foram diversas e difundidas de norte a sul do estado: Cem mil cartas das crianças das escolas públicas pedindo ao presidente Lula pela refinaria, concursos de redação em escolas, centenas de palestras, desfiles de moda, revistas em quadrinhos (criando o personagem Chico Gota), poesias, repentes, raps, diversos shows, outdoors, adesivos em ônibus, bloco de carnaval, carros de polícia, bombeiros e aviões, saquinhos de supermercado, carros de corrida, placar do Maracanã, futebol de artistas, raspadinhas, pulseiras e brincos, bottons, camisetas, pratos da Boa Lembrança e até cardápios temáticos”, continua.

Ele acredita que pelo grau de mobilização da população fluminense, de parlamentares, prefeitos e de formadores de opinião, esta campanha ficará na história do Rio de Janeiro como uma marca de união do nosso povo que junto com grande parte da mídia, se uniu paulatinamente naquele processo.

“Naquele contexto é bom lembrar que a mobilização só foi possível porque ganhou sinergia e amparo nos fortes argumentos técnicos e estratégicos que apresentamos no processo de mobilização. Principalmente quando apontávamos, a partir de estudos, alguns feitos pela própria ANP, o gargalo que se apresentava para o Brasil e para o mundo na atividade de refino e, principalmente, na necessidade de agregarmos valor ao petróleo pesado aqui produzido e que vem sendo exportado a um baixo valor quando da sua troca (SWAP) por um petróleo mais adequado (leve) ao nosso perfil de refino e que hoje começa a ser descoberto na Bacia de Santos no litoral do Rio de Janeiro”, destaca.

Ssonhadores", ou "Profetas do Apocalipse", era assim que os "especialistas de plantão" alegavam ter excesso de refino no Brasil e no mundo. Por outras vezes alegavam que o Parque de Refino só seria ampliado no Nordeste do País, ou junto ao mercado consumidor principal, em São Paulo.

“Meu sentimento é de dever cumprido ao ver o processo evoluindo é especial para mim. Mas, o trabalho não pára. Recentemente, a Cedae, empresa que atualmente presido, e a Petrobras, assinaram um convênio que garantirá o fornecimento de água tratada às obras de implantação do Comperj. Além disso, a Cedae e a Petrobrás estão estudando a possibilidade de realizar o abastecimento de água do Comperj através da utilização da água de reuso da lavagem dos filtros do Guandu, em um processo inovador e sustentável de abastecimento do empreendimento e da região” informa.

“No mais, "A Refinaria já é nossa" e todos estamos de parabéns por esta luta vitoriosa que marcou positivamente a história do desenvolvimento econômico de nosso Estado e que foi mais uma demonstração que o trabalho, a correção nas ações e precisamente a determinação separa os realizadores dos pessimistas,” termina Victer.

Em entrevista coletiva, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa esclarece que a Companhia Petroquímica do Sudeste, nome dado ao Complexo que ainda está em fase de muitas avaliações, e acordos empresariais para a grande produção diversificada que este Complexo planeja gerar. Mas segundo ele a Petrobras não tem pressa, e tudo caminha dentro do cronograma traçado.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira