Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

24/11/2017 - 06:39

Taxa de investimento da economia volta a crescer a partir do 3º tri, prevê Itaú Unibanco

São Paulo — Um dos principais motores da atividade econômica, a taxa de investimento da economia brasileira voltou a crescer a partir do terceiro trimestre e permanecerá em terreno positivo, mas não o suficiente para o crescimento do PIB ultrapassar 0,8% neste ano, avaliaram economistas do Itaú Unibanco.

“A gente espera que o investimento fique acima da linha. O investimento é mais volátil, mas a tendência é continuar no positivo”, afirmou o economista-chefe do banco, Mário Mesquita, durante evento com jornalistas no dia 23 de novembro (quinta-feira(, em São Paulo.

Nos próximos meses, o programa de concessões públicas, a recuperação gradual do consumo e a taxa básica de juros em sua mínima histórica devem ajudar os investimentos a contribuir positivamente para o desempenho da economia, segundo Mesquita.

Depois de levar a Selic a 7,5 por cento ao ano, o Banco Central deve promover um novo corte para 7 por cento em sua última reunião do ano e deixar a taxa básica em 6,5 por cento no início do ano que vem, segundo o Itaú, que vê possibilidade de aumento dos juros somente em 2019.

“Boa parte dos investimentos até agora foi para manutenção do parque, para evitar depreciação. O horizonte de investimentos é de longo prazo, se houver condições favoráveis, como juros baixos, pode ser que antecipem investimentos”, avaliou Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco.

O PIB brasileiro cresceu 0,2% no segundo trimestre deste ano em relação aos três primeiros meses do ano, impulsionado pelo consumo das famílias, mas com investimentos produtivos em queda. Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou 0,7 % na comparação com janeiro a março e despencou 6,5% sobre um ano antes. Os dados do terceiro trimestre serão divulgados pelo IBGE no dia 1º de dezembro.

No cenário do Itaú, o principal risco nos próximos anos é a questão fiscal. Em seu cenário principal, Mário Mesquita mantém previsão de que a reforma da Previdência só será aprovada pelo Congresso em 2019, a tempo de evitar que o futuro governo descumpra no ano seguinte o teto de gastos previsto na Constituição.

Porém, mesmo após a eventual modernização das leis previdenciárias, as despesas do governo continuarão em foco. Para que o teto de gastos não seja rompido até 2025, o governo precisará eliminar o abono salarial, reformar o seguro desemprego, reinstituir a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento de empresas beneficiadas no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e cortar subsídios, avalia Mesquita.

Ainda que cumpridas todas essas medidas, o resultado primário sairá do negativo somente em 2021. “A equação fiscal é uma agenda que não é mais de governo, é uma agenda de Estado”, avaliou Pedro Schneider, outro economista do Itaú Unibanco.

A taxa de desemprego, cujo comportamento tem influência decisiva nas eleições presidenciais, deve reduzir o ritmo de queda observado nos últimos meses, e terminar o ano que vem em 11,8%, de acordo com o banco.| Iuri Dantas/Reuters.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira