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25/11/2017 - 08:25

É hora de unir forças: Setor privado e Acordo de Paris

O clima está na agenda política internacional. Com o Acordo de Paris, o mais importante documento global de clima de toda a história, 190 países (97% das emissões globais) apresentaram as intenções de redução de gases de efeito estufa e os desafios que se colocam ao mundo não podem ser resolvidos unilateralmente. Pelo contrário, exigem cada vez mais cooperação.

O Acordo de Paris aponta para uma transição global de baixo carbono, exigindo incentivos às mudanças nos cidadãos, nas instituições, nos negócios e nos investimentos para o setor privado. Não atuar resultaria em impactos negativos para o meio ambiente, para a economia e para a saúde pública, aumentaria as desigualdades e a diferença de riqueza nos países.

O Acordo encaixa-se no quadro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) para erradicar a pobreza, construir economias mais prósperas e sociedades mais justas. Para as nações que aproveitarem o momento abrem-se excelentes oportunidades ao desenvolvimento, à transformação econômica e à criação de empregos, produtos e serviços, por meio das novas opções ligadas às tecnologias de baixo carbono.

A União Europeia lidera os esforços mundiais de combate às mudanças climáticas e os governos são os principais responsáveis por legislar, mas o papel do setor privado é essencial e a transição de modelo abre inúmeras inovações de baixo carbono. O setor privado e seu potencial para financiar ações de mitigação e adaptação são fundamentais na visão europeia. O setor privado deve ser um parceiro capaz, poderoso e engajado para uma transição à economia de baixo carbono, e uma alavanca ao crescimento econômico sustentável e inclusivo.

Por sua vez, o sistema financeiro precisa mudar e se adaptar. Novos modelos de investimento e empréstimo precisam ser projetados para empresas verdes e outras formas de utilizar fundos públicos e privados devem ser desenvolvidas. Soluções existem; novas tecnologias, modelos de negócios e instrumentos financeiros já estão disponíveis, e o setor privado é a peça fundamental para colocá-los em prática.

A União Europeia e o WWF-Brasil trabalham para impulsionar o financiamento climático e contribuir para que o setor privado eleve a ambição da redução de emissões, encontrando e implementando as soluções necessárias.

O financiamento é um dos principais gargalos para o clima. A UE, que é um dos maiores fornecedores da verba pública da ação climática, dedica 20% do seu orçamento 2014-2020 para o setor, incluindo 14 bilhões de Euros para ajuda a países em desenvolvimento e outros parceiros. Além disso, está empenhada em aumentar a mobilização do financiamento internacional da ação climática, no objetivo coletivo dos países desenvolvidos de mobilizarem conjuntamente 100 bilhões de USD por ano entre 2020 e 2025. Uma cifra muito inferior aos bilhões de dólares anuais necessários para remediar as consequências dos desastres causados pelas mudanças climáticas. Um número que apenas crescerá se não transitarmos para economias de baixo carbono.

No cenário internacional, dois anos depois do Acordo de Paris, as Partes retornaram às negociações para desenvolver as regras e estratégias para a implementar as metas individuais. Em dezembro o clima voltará a ser assunto com foco específico no financiamento, em uma reunião convocada pelo presidente francês Emmanuel Macron.

E em novembro a UE vai organizar em São Paulo o Fórum de Negócios Verdes, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, da WWF-Brasil e da Febraban para dar fluidez à relação entre entidades financeiras e o setor privado e para agilizar a disponibilização e execução de fundos para soluções inovadoras frente às metas nacionais de sustentabilidade energética, gestão ambiental e redução de emissões de carbono no Brasil. Esta parceria mostra que é necessário agir em conjunto. A transição para a economia de baixo carbono não é uma escolha ou uma demanda ambientalista. É uma questão de sobrevivência.

Saiba mais no Forum UE-Brasil de Negócios Verdes, que acontece em São Paulo nos dias 27 e 28 de novembro(segunda e terça-feira).

. Por: João Gomes Cravinho (Embaixador da UE-Brasil ) e Mauricio Voivodic (Dir. Executivo do WWF-Brasil)

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