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30/11/2017 - 07:24

Saúde mamária com atenção

Passou o Outubro Rosa, mas a atenção deve continuar. O atendimento dos serviços de mastologia em Petrópolis (RJ) cresceu em 80% este ano, no Hospital de Ensino Alcides Carneiro (HAC), com um aumento no volume de cirurgias de 37%. Os bons resultados são alguns dos frutos do projeto "Capacitação das equipes da Estratégia Saúde da Família - Um caminho para implementar a prevenção secundária do câncer de mama", realizado de maio a outubro. A iniciativa é do Serviço de Mastologia do HAC, em parceria com a FMP/Fase, Serviço Social Autônomo Hospital Alcides Carneiro e Prefeitura, com apoio da Roche.

Desde janeiro de 2000, iniciamos o Ambulatório de Mastologia no HAC e fomos ampliando o espaço, as internações, as cirurgias e oferecendo aos usuários do SUS uma situação de igualdade para o tratamento do câncer de mama frente ao sistema privado. Evoluímos com a aproximação da Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos (Appo) e suas voluntárias, que nos auxiliam na orientação após as consultas das pacientes, dando suporte emocional e orientação de direitos. Vínhamos evoluindo, mas constantemente atendíamos pacientes com uma história que começava há seis, oito meses, dentro do próprio sistema. Precisávamos entender o que estava causando a demora e resolvemos nos aproximar da comunidade e de quem está mais próximo dela: as equipes de Saúde da Família.

Em julho de 2016, o HAC foi incluído no programa Roche Testing, que tem como objetivo subsidiar testes de diagnóstico para auxiliar no tratamento do câncer de mama. Isso ajudou a zerar o custo financeiro do teste de imuno-histoquímica e a diminuir o tempo de espera pelo resultado do serviço, que era de 40 a 60 dias, para de 10 a 15 dias, melhorando o intervalo entre o diagnóstico e o início do tratamento.

Cientes que iríamos intervir na Atenção Básica e divulgar a detecção precoce do câncer de mama, principalmente através da mamografia conforme preconizado pelo Ministério da Saúde e o INCA, iniciamos a busca de parcerias para aquisição de um mamógrafo digital para o HAC. Em dezembro de 2016, recebemos a notícia de que o nosso projeto tinha sido aprovado através de emenda parlamentar, com o deputado Hugo Leal, para a compra do aparelho, que ainda vai chegar.

Enquanto isso, o projeto “Capacitação das equipes da Estratégia Saúde da Família” era apresentado para um possível financiamento, que foi aprovado pela Roche em novembro de 2016. Àquela altura, o projeto de extensão “Saúde Mamária em Petrópolis” da FMP/Fase já envolvia os estudantes. Foram convidados alunos das Ligas de Oncologia, de Radiologia, de Saúde da Mulher e de Saúde da Família. Formamos um grupo de trabalho Interligas para desenvolver os tópicos para formatação de duas cartilhas sobre câncer de mama: uma voltada para os agentes comunitários e a outra para os profissionais da Atenção Básica.

Em março deste ano, o projeto foi apresentado ao secretário de Saúde de Petrópolis, Silmar Fortes, que aprovou a capacitação. Grupos de alunos da FMP/Fase montaram esquetes teatrais relacionadas ao tema e aos objetivos do projeto, para a sensibilização dos agentes comunitários, que receberam informações sobre três tipos de câncer: colo retal, linfoma e mama. Preparamos aulas esclarecendo sobre importância do diagnóstico precoce; modificação dos hábitos de vida como fatores protetores e fatores de risco; o preconceito com os exames realizados na detecção dos tumores; a importância deles nas etapas dos cuidados dos pacientes com câncer e a identificação de membros da comunidade com problema, que devem ser conduzidos na Rede de Atenção à Saúde.

De maio a outubro, os profissionais foram distribuídos nos diversos ambulatórios de Mastologia do HAC, com a finalidade de capacitação da Atenção Básica na parte prática. Foram computadas 284 horas, sendo atendidos 1.822 pacientes, com aumento de 80% em igual período de 2016. Foi observado ainda um aumento de cerca de 38%, em número de pacientes, e de 37%, nas cirurgias realizadas, de maio a setembro de 2017 em relação a igual período de 2016.

Apresentamos o projeto no seminário “Barreiras e estratégias de implementação das diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil”, no Simpósio Internacional de Mastologia, em junho, no Rio de Janeiro, como opção de baixo custo e efetivo. Simplesmente por adequar, organizar e hierarquizar o acesso das pacientes à atenção secundária. Ao auxiliarmos a Coordenação de Programas do Município de Petrópolis a elaborar o fluxograma do atendimento das alterações mamárias para Atenção Básica, o principal ganho foi priorizar as pacientes que realizaram exames de imagem. Assim, otimizamos o acesso para a atenção secundária. Estamos encerrando a capacitação, mas continuaremos a verificação periódica para executar ajustes no sistema. Tudo em nome da boa saúde mamária.?

. ?Por: Carlos Vinícius Pereira Leite, mastologista e professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase).?

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