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03/04/2008 - 08:42

Instituto da Visão-Unifesp utiliza radioterapia intra-ocular no tratamento da maculopatia relacionada à idade – MRI

Cerca de 5 milhões de brasileiros são acometidos por alguma forma da doença, que deverá ter crescimento alarmante devido ao aumento da expectativa de vida da população.

Após intenso período de pesquisas, o Instituto da Visão da Unifesp está utilizando uma técnica de radioterapia intra-ocular para tratamento da Maculopatia Relacionada à Idade (MRI), uma das principais causas de perda da visão em pacientes acima de 55 anos. No Brasil são estimados 100 mil novos casos da doença a cada ano. Atualmente, estima-se que cerca de 5 milhões de brasileiros são acometidos por alguma forma da doença, que apresenta-se com duas manifestações: seca ou atrófica e úmida ou exudativa.

O único tratamento disponível a partir da década de 90 era a fotocoagulação com raio laser que, apesar de na maioria dos casos causar uma piora inicial, tinha resultados melhores do que a evolução natural da doença. Desde essa época a UNIFESP sempre se empenhou no combate à doença e na elaboração de novos tratamentos, sendo precursora nessa área de pesquisa no Brasil. Tanto que é responsável pela realização da primeira pesquisa com terapia fotodinâmica da América do Sul - onde o tratamento ainda é utilizado – e pelo desenvolvimento pioneiro de um novo tratamento denominado Fototrombose com indocianina verde.

Com o surgimento de novas propostas terapêuticas, o Instituto da Visão da Unifesp tornou-se o centro de pesquisa que mais incluiu pacientes nos protocolos científicos realizados com utilização de injeções de anti-angiogênicos (substâncias que impendem o crescimento de vasos anormais na mácula), como o Retanne (Anecortave), Macugem (pegactanibe), Lucentis ( ranibizumabe) e Avastin ( Bevacizumabe), em mais de mil pacientes. Com os novos tratamentos cerca de 40% dos pacientes apresentaram melhora relativa da visão central, ou seja, capacidade de detectar formas e cores, inclusive de letras e números. “Para coroar essa ação, recentemente o Instituto da Visão promoveu o XXXI Congresso de Oftalmologia, com a presença do maior especialista mundial sobre o tema, o Dr. Philip J Rosenfeld, MD, PhD, Professor of Ophthalmology, Bascom Palmer Eye Institute, Miami, EUA, que apresentou os últimos avanços terapêuticos e discutiu vários casos complexos com os membros do Setor de Retina e Vítreo do Instituto da Visão”, comenta o Prof. Michel Eid Farah, pesquisador da Unifesp.

Apesar de nem sempre se conseguir a recuperação da visão, é possível controlar a evolução da doença na maioria dos casos. Exceções existem, principalmente quando os pacientes apresentam o problema há muito tempo, sem tratamento. Daí a importância do diagnóstico precoce, que possibilita melhor prognóstico.

Sinais sugestivos da MRI - O paciente deve desconfiar que sua visão não está perfeita quando, ao comparar a visão de um olho com a do outro, notar embaçamento, perda de detalhes e distorção das imagens. Uma linha reta, por exemplo, pode parecer ondulada. Sinais como esses devem ser investigados por um oftalmologista.

Tratamento com Radioterapia - Segundo o Dr. Michel Farah, “o tratamento com uso de radioterapia intra-ocular já foi utilizado em 22 pacientes do Instituto da Visão”. Ele explica que, nessa fase inicial, o tratamento é realizado por meio de uma micro-cirurgia, em que se aplica um isótopo de estrôncio-90 (substância radioativa), por cerca de quatro minutos, na lesão macular. O procedimento completo dura cerca de 30 minutos, com a participação da equipe de Oftalmologia e Radioterapia do Hospital São Paulo.

A primeira fase do estudo utilizou apenas a radioterapia intra-ocular, enquanto na segunda fase foi associado o uso de Avastin intra-ocular, com a expectativa de se diminuir a necessidade de reaplicações e injeções intra-oculares, que muitas vezes tornam o tratamento exaustivo e oneroso. O Dr. Michel Farah salienta que “os resultados desses estudos são preliminares, sem nenhuma conclusão definitiva até o momento. Para isso precisamos avaliar todos os participantes após dois ou três anos de tratamento, sendo que, até o momento o grupo completou um ano e meio de evolução, com resultados preliminares muito bons”.

“Esses resultados foram tão animadores, que o FDA aprovou estudo semelhante multicêntrico internacional com a participação da Unifesp, já em andamento, com base nos dados brasileiros”, conclui o especialista.

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