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O corredor agrícola

A idéia de existir um corredor agrícola, no Rio de Janeiro, vem de longe. Começou em 1979, com 14 escolas da rede estadual de ensino, inclusive duas que foram especialmente criadas com esse espírito: uma em Teresópolis (Centro Interescolar Agrícola José Francisco Lippi) e outra em Valença (CIA Monsenhor Tomás Tejerina de Prado). A primeira foi inaugurada no final do nosso mandato (1983) e a segunda num dia inesquecível: choveu uma barbaridade. O par de sapatos do Secretário de Educação foi deixado na escola, como lembrança.

Há pouco, o Corredor Agrícola foi recriado, pela Secretaria de Estado de Educação, desta feita com nove escolas. Quais as vantagens? Oferecer oportunidades aos jovens do interior e até mesmo a chance de vender os seus produtos nas feiras locais, carentes de hortigranjeiros de primeira qualidade, sem a absorção dos lamentáveis agrotóxicos em doses excessivas. A importância desse movimento é muito grande, pois até hoje o Rio de Janeiro, com excelentes condições de clima e solo, depende da importação de produtos agrícolas de estados vizinhos. Só produzimos cerca de 20% do que consumimos.

Isso encarece os produtos essenciais à cesta básica dos cidadãos. Eles chegam por intermédio de caminhões, em percursos penosos pelo mau estado das nossas estradas, e naturalmente mais caros. Se formos examinar a relação custo/benefício, a conclusão será óbvia: temos que produzir aqui mesmo, aproveitando áreas disponíveis, no interior, pois nem todas foram tragadas pela voragem imobiliária ou pela visível industrialização que hoje marca o Estado fluminense.

O objetivo dessas escolas é, após analisar e identificar as necessidades e demandas das regiões onde estão inseridas, aplicar e desenvolver iniciativas, por intermédio de alunos e professores, que são efetivadas nas próprias unidades ou até mesmo em pequenas propriedades rurais próximas. Na linha do combate à exclusão, na aprendizagem de técnicas adequadas e no estudo do mercado de comercialização, esse trabalho contribui para a melhoria da qualidade de vida dos que estão envolvidos no projeto.

Por outro lado, ele se insere nos projetos mais amplos do Governo do Estado, que criou programas como o Frutificar, o Florescer, o Prosperar, o Multiplicar, e o de Cultivo Orgânico, com os quais existe uma interação necessária. Todos ganham com esse entrosamento.

O CIA José Francisco Lippi está com 1023 alunos, aos quais se oferece o curso de técnico em agropecuária. Trabalham com a produção de mudas de plantas olerícolas e ornamentais, fruticultura, paisagismo, hidroponia e preparação e cultivo de bromélias. Possui também uma estação climatológica que transmite dados para todo o País. O CIA Monsenhor Tomás Tejerina de Prado tem 178 alunos, aos quais são oferecidas oportunidades em zootecnia, agricultura, processamento de produtos agropecuários, administração de propriedades rurais e desenho e topografia. Em Cambuci trabalha-se a piscicultura, em Itaperuna (CIAPI) a vez é dos cursos de olericultura, hortofruticultura, jardinagem, caprinocultura, avicultura, apicultura, etc. Em Friburgo é a vez da produção de mudas e hortaliças através de estufa e reflorestamento de eucaliptos. Os exemplos são numerosos de uma atividade que merece toda a prioridade do Estado.

. Arnaldo Niskier: professor emérito da ECEME, membro da Academia Brasileira de Letras e Secretário Estadual de Educação do Rio de Janeiro

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