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Empreendedor feito em casa

Aproveitar o potencial criativo dos funcionários é um dos caminhos para a expansão e o sucesso de qualquer empresa. Mas não se pode, em nome disso, abandonar o indispensável casamento entre planos de ação (processos) e agilidade na adaptação às mudanças exigidas pelo mercado e pelos avanços tecnológicos. A estratégia de estímulo aos talentos internos das empresas foi batizada, há quase três décadas, de intraempreendedorismo.

A aceitação de idéias que partem do andar de baixo pode esbarrar na cultura corporativa, o que nos conduz facilmente à conclusão de que é muito mais fácil cultivar os novos talentos nas pequenas e médias empresas do que nas grandes corporações, em geral mais burocratizadas. Mais difícil ainda é fazer o conceito funcionar em órgãos públicos.

O assunto é complexo, tanto do ponto de vista de como reagem gerentes e diretores, quanto do lado quem apresenta uma solução inovadora. O importante é entender que organizações mais preparadas para o intraempreendedorismo (o termo intrapreneurship veio do consultor norte-americano Gifford Pinchot) são as que estão conscientes de que poderão fracassar se não buscarem um constante reposicionamento.

Quando, em 1898, o escritor inglês Herbert George Wells lançou “A Guerra dos Mundos”, foi provavelmente considerado um louco ou, no máximo, um bom ficcionista por seus conterrâneos. Na realidade, Wells foi um visionário. Um ano antes de morrer, em 1945, já desiludido com os estragos deixados por duas guerras mundiais, ele publicou “A Mente à Beira da Exaustão”. É um texto apaixonante, em que Wells previu que a natureza, agredida, destruiria o homem. É exatamente o que está ocorrendo hoje com a exploração predatória dos recursos naturais a serviço de um capitalismo insaciável e excludente.

Esse é apenas um, entre tantos exemplos do passado, do que é ser diferente. Toda a idéia inovadora choca, provoca agitação, destrói rotinas e levanta ciúmes entre pessoas refratárias a mudanças. Assim, para colocar o potencial criativo a serviço da expansão de determinado negócio, é preciso preparar os jovens para saberem “vender” sua criatividade.

Do lado da organização é preciso cultivar o conceito de empresa empreendedora. Para isso, não se pode confundir empreendedorismo com alterações pontuais. Trata-se de uma mudança de mentalidade, de cultura. Essa postura facilita a implantação de projetos e estimula negócios, com amplo envolvimento de todo o corpo diretivo e dos próprios clientes, que passam a ser parceiros em novos desafios. Para se colocar em destaque no mercado é preciso buscar sempre o desenvolvimento calcado no estímulo à inovação. A empresa deve ter uma política interna de retenção de talentos. Idéias rejeitadas irão germinar, florescer e dar frutos em outras terras.

Às escolas cabe orientar e estimular os cérebros empreendedores. Além de cursos nas áreas de desenvolvimento pessoal, administrativo e tecnológico, por que não implantar um curso especial norteado pelo conceito de intraempreendedorismo? Nele, o aluno seria treinado na melhor forma de se posicionar no mundo do trabalho, como um cidadão profissional. Apreenderia a romper barreiras, a “vender” suas idéias, a “mudar” a cabeça de seu gerente.

Com esses compromissos de aprender a cultivar e estimular talentos, o intraempreendedor deixa de ser visto como o “indesejado” que só sabe questionar regras. Ganha o funcionário, que terá seu potencial reconhecido e um mundo de oportunidades; ganha a empresa em capacidade de inovação; e ganha o país, que poderá agregar mais valor aos seus serviços e produtos.

.Wilson Roberto Giustino é presidente do Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos) | E-mail: [email protected] | Site: www.cebrac.com.br

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