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21/02/2018 - 07:34

Novo submarino impulsiona desenvolvimento, defesa e soberania nacional


Riachuelo S-40 deve ser lançado ao mar ainda em 2018. O Programa Prosub vai até 2029 , em um orçamento de R$ 35,5 bilhões, com geração de 16 mil empregos diretos e indiretos, e até o final do programa serão 32 mil empregos, e 320 empresas envolvidas com o Prosub.

Itaguaí (RJ) — Cerca de 500 toneladas de aço marcam um novo momento da indústria naval brasileira e demonstram o potencial tecnológico do Brasil quando se trata de defesa e soberania nacional. A montagem do primeiro submarino Riachuelo S-40 foi concluída, partindo para a fase final de construção. Parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) tem importância para diversas áreas e impulsiona o desenvolvimento.

A etapa final se dá com a integração das partes — Três partes, chamadas de seções, formam o Submarino Classe Riachuelo S-40. Elas foram levadas para o Complexo Naval de Itaguaí/RJ e, como um quebra-cabeça, tornaram-se a embarcação. Agora, dezenas de sistemas tecnológicos sofisticados e de última geração serão conectados entre si. O submarino deve ser lançado ao mar ainda este ano.

Proteção — Criado em 2009, o Prosurb deve funcionar durante 20 anos. O projeto inclui mais três do mesmo tipo, além de uma embarcação de propulsão nuclear. Atualmente, apenas cinco países no mundo são capazes disso. Mas, no caso específico do Brasil, o submarino movido à energia nuclear será utilizado como defesa das águas profundas do pré-sal.

O técnico em mecânica Antonio Pinheiro dos Santos, que participou do projeto, afirma que a iniciativa é importante para o município de Itaguaí, para o estado do Rio de Janeiro e para a segurança de todo o País.

“Quando um país detém tecnologia para fabricação de submarinos, ele passa a ser visto por outras nações com outros olhos. Como temos uma costa marinha muito grande, é necessário que se tenha um submarino para ter essa segurança”, afirma.

Impacto social — São 4,5 mil empregos diretos e 11,2 mil indiretos. Até a conclusão do programa, a previsão é de que sejam geradas 32 mil novas vagas de trabalho.

Desenvolvimento econômico — De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o submarino é um “gigante que significa a soberania e independência do Brasil” com capacidade para defender e fiscalizar a costa brasileira, por onde entra e sai 95% do comércio exterior e onde se encontra 90% da reserva de petróleo do País.

Programa Prosub vai até 2029 — Orçamento de R$ 35,5 bilhões, 16 mil empregos diretos e indiretos, e até o final do programa serão 32 mil empregos e 320 empresas estão envolvidas com o Prosub.

Presidente da República, Michel Temer, em cerimônia de início da Integração dos Submarinos Classe Riachuelo disse: “Inicialmente, comandante e ministro Raul Jungmann, que este é um dia muito especial para nossa Marinha, mas para o Brasil. E, a partir de agora, como pudemos verificar, tomará forma o primeiro submarino de fabricação nacional – o Riachuelo S40. Que está devendo muito aos trabalhadores que nele trabalharam. A quem eu peço um aplauso de todos os que estão aqui.

O Prosub, naturalmente, está entrando em etapa que, do ponto de vista técnico, é, particularmente, complexa. Mas a reconhecida excelência de nossa indústria naval nos dá certeza do êxito nesta empreitada.

Vamos avançando, governador Pezão, a passos firmes, em projeto abrangente e ambicioso. O Prosub é peça-chave não apenas em nossa política de defesa, mas em nossa estratégia de desenvolvimento científico e tecnológico.

Além de outros quatro submarinos convencionais, trata-se de construir nosso primeiro submarino de propulsão nuclear – sempre neste Complexo Naval de Itaguaí, pelas mãos, como já salientei, de brasileiros e brasileiras que colocam seu talento a serviço da nação.

Aliás, me lembrava, viu, governador Pezão, deputado Alexandre Vale, que esta região que está Itaguaí, é uma região que também foi muito prestigiada pelo governo federal. Nós temos mais de R$ 200 milhões em obras de infraestrutura nesta região. Ainda agora, o ministro Maurício Quintella, dos Transportes, Portos e Aviação Civil, me transmitiu o compromisso de incluir a dragagem do setor portuário de Itaguaí no Plano Nacional de Dragagem. E me diz ele: é a primeira prioridade do governo para logo, este ano, no início do ano que vem.

Então, digo eu, nós aqui estamos aqui, nesta região, escrevendo mais um capítulo, como salientou o ministro Jungmann, da defesa da soberania nacional. Porque, afinal, proteger nosso vasto patrimônio marítimo, na verdade, é proteger recursos vitais para a nossa economia, em favor, precisamente, não só das gerações presentes, mas também das gerações futuras.

Também estamos escrevendo, convenhamos, mas um novo capítulo de nossa longa trajetória rumo ao Brasil do conhecimento, da inovação, do progresso. Por isso que registro, os benefícios do Prosub vão muito além da esfera militar: ao construirmos os nossos submarinos, nós estamos construindo saber, estamos construindo autonomia tecnológica. Estamos abrindo novas fronteiras para nossa medicina, para nossa matriz energética, para nossa ciência. E estamos, naturalmente, contribuindo para a criação de empregos de qualidade nos mais variados domínios.

Por isso, registro eu enfaticamente, esta solenidade, senhor comandante, é uma injeção de otimismo. Com isso, nós estamos renovamos nossa confiança no Rio de Janeiro e no Brasil. Não foram poucos os avanços obtidos nestes últimos tempos em termos de progresso para o nosso País e em termos de ordem, que também nós estamos procurando.

Portanto, estamos celebrando esta conquista, que é uma conquista, que já foi salientada aqui, coletiva da sociedade brasileira por meio da Marinha. E tudo isso se deve a décadas de planejamento, que se deve, naturalmente, à capacidade de articularmos uma visão de longo prazo.

Portanto, meus senhores, minhas senhoras, trabalhadores que aqui se empenharam, ministros, deputados federais, meus amigos e colegas, eu quero mais uma vez saudar este momento. Há poucos instantes, o senhor comandante da Marinha, quando me apresentava uma maquete de toda essa área e dizer: é uma honra para nós que o senhor, presidente da República, esteja aqui. Digo eu, concluindo, é uma honra para mim, como chefe da nação, estar aqui assistindo a essa solenidade e participando coletivamente desse grande instante do nosso Brasil”, concluiu a sua fala.

Temer destaca importância da construção de submarinos em Itaguaí — A Marinha começou no dia 20 de fevereiro(terça-feira) a fase de integração dos quatro submarinos convencionais da Classe Riachuelo, construídos pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). O presidente Michel Temer e outras autoridades participaram da cerimônia de início da montagem final do primeiro deles, no Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O presidente acionou o mecanismo simbólico que uniu duas partes da embarcação.

Temer destacou a importância da construção do submarino para o desenvolvimento tecnológico e científico do país. "Vamos avançando a passos firmes em um projeto abrangente e ambicioso. O Prosub é peça chave não apenas em nossa política de defesa, mas também em nossa estratégia de desenvolvimento científico e tecnológico. Estamos construindo mais um capítulo em defesa da soberania nacional".

O presidente lembrou que a construção do submarino de propulsão nuclear, com tecnologia totalmente brasileira, impulsionará também setores tecnológicos como a medicina e a matriz energética, além de gerar empregos de mão de obra extremamente especializada.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, destacou a importância do país ter capacidade de dissuasão, alcançada com os submarinos, apesar de ser um país pacífico. "Vai nos possibilitar a capacidade de ter uma tecnologia que nos dê defesa, desenvolvimento e produtividade. O Brasil é um país provedor de paz. O Brasil é um defensor da ordem internacional e do direito internacional dos povos. Nós respeitamos a soberania e não aceitamos a solução pela força e a ingerência seja de quem for e por qual motivo. Mas infelizmente na ordem internacional prevalece a anarquia e não o direito. Por isso o Brasil precisa de capacidade de dissuasão para defender a sua soberania, o seu território e os seus interesses. Embora pacífico, não é desarmado e nunca será desarmado na defesa de seu povo e dos seus interesses".

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, lembrou que o projeto gera 4.700 postos de trabalho diretos e indiretos, o que é necessário para o estado, segundo ele, inclusive para promover a segurança.

"Hoje, a gente começa a retomar [a economia], devido a esse grande trabalho da equipe econômica. O Brasil começa a crescer de novo. O que nós precisamos no estado do Rio é de muita segurança, e o senhor [presidente Temer] está sendo parceiro nosso, mas a gente precisa muito de emprego, que a atividade econômica volte fortemente. O que o ministro [da Fazenda, Henrique] Meirelles puder colocar aqui, trazer investimentos estratégicos, é fundamental. A gente só ganha a guerra da segurança pública com a carteira de trabalho assinada".

Construção — Essa fase é a última antes do lançamento ao mar do submarino Riachuelo, previsto para o segundo semestre. A montagem envolve elevada sofisticação tecnológica e o projeto conta com a participação de universidades e centros de pesquisa, fomentando o desenvolvimento tecnológico e de materiais do país.

Os segmentos foram construídos na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), também em Itaguaí, e foram transportados em três etapas. A primeira, no dia 14 de fevereiro, levou para o local da montagem, distante cinco quilômetros do local de fabricação, uma parte com 39,86 metros de comprimento, 12,30 de altura e pesando 619 toneladas. A segunda parte, com 18 metros de comprimento e 370 toneladas, foi transportada no dia 4 de fevereiro. O último segmento, com 14 metros e 190 toneladas, foi movimentado no dia 8 de fevereiro.

O comandante da Marinha, almirante de esquadra Leal Ferreira, ressaltou que o país recupera com o projeto a capacidade de construção de submarinos. O primeiro será incorporado à frota em 2019 e, até 2023, um por ano. Ele admitiu um atraso de dois anos no projeto, devido principalmente a dificuldades relativas a cortes orçamentários.

"Os atrasos tivemos dois aspectos, o orçamentário, que todos da esfera federal tiveram, e o técnico, envolvidos com o modelo, que é mais comprido que o francês. O submarino que vamos receber em 2019 estava previsto para 2017", disse o almirante.

Além dos quatro submarinos convencionais, o Prosub, lançado em 2008 num acordo de transferência de tecnologia com a França, também está construindo o primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil, com tecnologia totalmente brasileira. A previsão é que o submarino nuclear brasileiro fique pronto em 2029.

O Brasil conta atualmente com cinco submarinos, sendo um da classe Tikuna, construído no Brasil e que ficou pronto em 2008, e quatro da classe Tupi, sendo o primeiro construído na Alemanha entre 1987 e 1989 e os outros três, iguais ao alemão, montados no Brasil, mas sem transferência de tecnologia, nas décadas de 1990 e 2000.

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