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08/04/2008 - 10:42

Água: você sabe de onde vem a sua?

Há abundância de águas subterrâneas no país e a gestão integrada dos recursos hídricos, prevista no Plano Nacional de Recursos Hídricos e que vem sendo implementada pela Agência Nacional de Águas, deve orientar o uso racional desta imensidão de recursos que o país dispõe.

Todos os dias, imediatamente após acordarmos, como primeira coisa, usamos água para nossa higiene pessoal. A água que chega à nossa torneira percorreu muitos caminhos até chegar lá. Qual sua origem inicial, ou melhor, onde foi feita sua captação? Depende. No Brasil temos uma tradição de uso de águas superficiais muito forte. Quando se fala em água, sempre vêm à mente os mananciais de superfície: represas, lagos, rios, córregos. São as imagens que nos acostumamos a ver. Entretanto, para surpresa de muitos, no estado de São Paulo, o mais desenvolvido da federação, 50% dos municípios são abastecidos exclusivamente por águas subterrâneas. Sim, água de poço. Além disso, outros 25% dos municípios são parcialmente abastecidos por águas subterrâneas. Somente 25% do total de municípios são abastecidos exclusivamente por águas superficiais. Parece paradoxal a água subterrânea ser sempre mencionada como fonte alternativa. Mesmo regiões áridas, como o nordeste brasileiro, dispõem de recursos hídricos subterrâneos que podem ser utilizados.

Nos aqüíferos, a água encontra-se mais abrigada tanto da evaporação quanto de potencial contaminação. As águas nesses reservatórios podem apresentar uma maior dificuldade relativa para serem explotadas, afinal, é preciso construir um poço. Entretanto, isso é pouco se comparado à qualidade superior da água, que vai requerer menor tratamento, quando isso for necessário. Ou, ainda, se considerarmos a distribuição de água subterrânea, muito mais otimizada, uma vez que os poços são localizados próximos aos consumidores.

Temos no Brasil o maior sistema aqüífero do mundo, o Sistema Aqüífero Guarani, que armazena um total de 45.000 km3 como reserva permanente, isto é, reserva que pode ser utilizada e que é recomposta pela infiltração das águas de chuva. Se lembrarmos que um cidadão precisa de 200 litros por dia, e que 1 km3 corresponde a 1 bilhão de litros... Bons poços no Guarani produzem mais de 400 milhões de litros por hora.

Claro que nem tudo é o Guarani, assim como nem toda água superficial é um rio Amazonas. Mas há abundância no país e a gestão integrada dos recursos hídricos, prevista no Plano Nacional de Recursos Hídricos e que vem sendo implementada pela Agência Nacional de Águas, deve orientar o uso racional desta imensidão de recursos que o país dispõe.

As águas subterrâneas não são evidentes por serem um bem ‘invisível’, isto é, não ficam ao alcance de nossos olhos. É nossa responsabilidade usá-la com sabedoria, pois os meios para sua produção já estão todos ao nosso alcance.

. Por: Everton de Oliveira, Hidrogeólogo e presidente da ABAS, Associação Brasileira de Águas Subterrâneas

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