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21/04/2018 - 09:04

BRF! Habemus Presidentum !

O que as Famílias Empresárias podem aprender.

Foi um alívio generalizado, para acionistas, funcionários, fornecedores, clientes e demais pessoas ligadas de uma ou outra forma à BRF, com as notícias da indicação de Pedro Parente, atual presidente da Petrobrás para o cargo de presidente do Conselho da BRF.

Não cabe neste artigo relatar os tantos acontecimentos que antecederam o dia de ontem, gerando apostas, flutuações em Bolsa de Valores e expectativas comparadas à eleição de um Papa no Vaticano.

Vamos mergulhar em alguns aspectos desta contenda que colocaram de um lado Abilio Diniz, atual presidente do Conselho e acionista da empresa com aproximadamente 4% das ações e os fundos Previ e Petros do outro com aproximadamente 18% da participação acionária. (Outros acionistas estavam ou de um ou outro lado).

A BRF há dois anos vem gerando resultados negativos e era desejo que houvesse uma renovação e a nomeação de um novo Presidente do Conselho de Administração assim como alguns novos gestores. Abílio Diniz fez suas indicações assim como o lado contrário.

Por diversas razões os grupos de acionistas não chegaram a um consenso e queriam partir para uma votação dos nomes dos futuros integrantes e dirigente do Conselho. Até se opuseram em relação à forma em que deveria ser realizada a votação. Finalmente o nome de Pedro Parente, foi puxado da cartola por Diniz e prontamente aceito por todos. A calma, esperamos nós, voltou a reinar no pedaço.

Numa reportagem, Abilio Diniz, declarou que era da opinião que acionistas em suas funções de conselheiros deveriam defender os interesses dos sócios. Os representantes dos dois fundos declararam na mesma reportagem, que os conselheiros deveriam defender antes de mais nada os interesses da BRF. Vemos neste único ponto uma tremenda divergência em relação à governança.

Abilio Diniz, sempre teve em sua longa e exitosa carreira de executivo postura autocrática e de dono de empresa. Pelo visto, ainda não tinha acordado de que agora tinha o papel de sócio de um grande grupo.

Os conselheiros da Previ e Petros tinham outra opinião como visto acima. A boa governança corporativa ensina que os conselheiros de qualquer modelo de empresa, seja de capital aberto, sociedade anônima de capital fechado, familiar, etc. devem antes de mais nada zelar pelos interesses da empresa, seu desenvolvimento, crescimento e rentabilidade.

Sabemos igualmente que a melhor forma de se chegar a uma decisão num grupo colegiado é o consenso. Em situações divergentes o debate deverá se prolongar até que as partes cheguem a uma concordância. Não sendo possível chegar a este ponto e se partindo para a votação, teremos um grupo de perdedores e um grupo de ganhadores, apesar de ser um sistema decisório totalmente democrático. Se na BRF a escolha fosse feita por voto, o futuro presidente do Conselho sempre teria uma ala de oponentes.

Que bom que os sócios da BRF chegaram ao consenso. É um cenário de ganha – ganha, onde a partir de agora todos poderão se concentrar na reformulação da gestão da empresa e a busca pelos lucros que deverão ser gerados.

Que este embate sirva de lição a empresas familiares de menor porte de como as coisas não devem ser conduzidas em nível de governança.

. Por: Thomas Lanz, fundador da Lanz Consultores Associados, empresa especializada em governança corporativa, gestão de empresas médias e grandes no Brasil.

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