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25/04/2018 - 09:24

Outono de 1888


O inicio do ano de 1888 foi marcado por raios, trovões e as chuvas de críticas à extinção da mutilação humana no Brasil, referenciando o pacote constitucional, denominado “Lei Áurea” votado e aprovado na primeira quinzena do mês de maio, na Câmara Geral dos Deputados.

O princípio constitucional foi sancionado no dia 13/05/1888, pela princesa Isabel, originando um déficit ao capitalismo colonial enraizado nas lavouras de café, em decorrência da libertação da mão de obra gratuita e invisível pela sociedade imperial, quanto aos projetos de inclusão social.

Acenando para a janela imperial atual, na época da regulamentação da abolição dos escravos, vale descrever que o grupo de proprietários da mão de obra gratuita, rompeu com o Império em busca de benefícios junto ao erário público para suprir a perda do seu objeto (escravo).

Esse comportamento mutilador de projeto socioeconômico revigorou e despertou o amor e a esperança transvestida na bandeira nacional e ecoado no hino: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas [...], Brilhou no céu da pátria nesse instante. [...], Desafia o nosso peito a própria morte! [...] Mas, se ergues da justiça a clava forte, [...]”.

Entoado em todos os cantos do território verde, amarelo, azul e branco! No banco da esperança e da eternidade dos escravos mutilados socialmente na era colonial e nos porões da república democrática dos exilados torturados: nos navios negreiros, nas senzalas, ruas e escolas sucateadas, reforçam que o outono de 1888, promulgou a desconstrução da identidade e uma crise à ascensão social econômica do povo libertado.

O silêncio continua sendo respeitado em vários campos-santos das cidades brasileiras, concomitante ao choro sepulcral e a mutilação dos jovens, evidenciadas nas taxas de mortalidade dos juvenis negros, cresceu 18,2%, enquanto no Espírito Santo destaca-se em primeiro lugar em mortes contra mulheres negras, atingindo 9,2 por grupo de 100 mil até o ano de 2015, registrado no Atlas da Violência de 2017, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Sendo assim, é notório que este procedimento histórico está vinculado a uma violência implícita da classe dominante. Entretanto a missão e visão de futuro buscam a reaproximação da comunidade nas decisões constitucionais igualitárias, baseadas no art. 5° da Constituição Federal do Brasil de 1988.

De acordo com Schwartz (1996) as mutações globalizadas estão focadas na amplitude temporal. Essas funções proporcionarão à sociedade reflexões alternativas a serem empregadas no exercício das ações governamentais, e respectivamente acontecerá a aplicação adequada do erário público em ações fundamentais para evitar o retorno do período escravocrata.

Todavia, a importância constitucional exposta na abolição em 1888 e na constituição do povo de 1988, eclodiu às diferenças de uma sociedade que vive enclausurada socialmente, em atenção ao imediatismo imperial.

Assim, o povo libertado e engradeado há 130 anos espera “o sol da liberdade” do outono. Contudo, esses episódios envoltos à mutilação do desenvolvimento social, econômico e político, legitimaram o renascimento de uma comunidade.

. Por: Alcy Belizário de Souza, Especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública e Graduado em Comunicação Social. 

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