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27/04/2018 - 08:10

Sobrevoo leva aviões desconstruídos ao Centro do Rio


Marcos Amaro abre exposição sobrevoo, esculturas a partir de aviões desconstruídos, no Centro Cultural dos Correios.

A partir do dia 4 de maio (abertura), será possível conhecer um pouco mais do trabalho do artista multimídia Marcos Amaro no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. O paulistano apresenta a exposição Sobrevoo, com cerca de 40 obras de médias e grandes dimensões, com até seis metros de altura, composta de esculturas e assemblages (colagens com objetos e materiais tridimensionais), a partir de aviões desconstruídos e transformados em esculturas. A curadoria é de Ricardo Resende. A entrada é gratuita e a exposição segue em cartaz até 24 de junho.

Amaro é “um inventor que tem gosto de reinventar as coisas”, nas palavras do curador. O artista tem realizado exibições de suas esculturas e obras em diversos suportes ao longo dos últimos anos em grandes feiras nacionais e internacionais. Partes de aviões são a principal matéria-prima das criações apresentadas, quase todas recentes e nunca antes exibidas. Além dos pedaços de aeronaves, rígidos, tecidos surgem nos seus interstícios, trazendo um contraponto de suavidade e explicitando substratos de memória que ecoam no trabalho do artista: apaixonado por aviação, Amaro (que já pilotou e tem brevê) é filho de um aviador e de uma estilista. Mas a memória e acúmulo de materiais, muitas vezes retirados de outros objetos, deslocados e ressignificados, caso de pneus, turbinas e asas, são uma espécie de paixão pela aviação às avessas, como explica o curador.

Nada ali é feito para voar novamente, destaca Ricardo Resende, e os pedaços de avião e outros materiais descartados, usados e envelhecidos, como feltro, madeira, ferro, plástico, pneu, cano, corda, skate, lâmpada fluorescente, água, colchão, aparelho de televisão, intercalados com amarrações e soldas, se transformam “em um amontoado de coisas organizadas, sem deixar de evidenciar o equilíbrio precário das peças, esculturas e instalações em seu estado bruto”, diz no texto da exposição. Para Resende, as obras, de médias e grandes resultam de “partes combinadas que constroem formas inusitadas, as quais, de tão reais, ainda exalam cheiros, mesmo que eles já não existam mais nos restos do avião. Sente-se no ar o odor do querosene, do óleo queimado das turbinas, da poeira acumulada nos feltros e lonas que faz uso para criar suas ‘pinturas’ e esculturas matéricas”.

Resende destaca a presença da paixão e morte presentes no trabalho com as carcaças de aviões. “Mas o que faz, estranhamente, é dar sobrevida com afeto a estas máquinas agora inúteis, que foram voadoras algum dia”, pontua. O artista participou de diversas feiras nos últimos anos, entre as principais do país e do mundo. SP-Arte, Context NY, além de ter exibido na Scope Basel, na Suíça, feira paralela à Art Basel, Zurich Art Fair são apenas algumas delas. Neste mês, o artista expõe obras de pequenas dimensões na Galeria Luis Maluf e desenhos no Clube Atlético Paulistano, em São Paulo.

Marcos Amaro (1984) é empresário, estudioso, colecionador, artista plástico e reside em Bruxelas. Estudou filosofia – base intelectual fundamental no processo de pesquisa que antecede a produção artística. Desenvolve suas obras, predominantemente, com objetos aeronáuticos de grande e média proporção. A matéria em estado bruto, a descontextualização, o precário e a desconstrução são as características do seu pensamento poético. Colecionador, em 2012 cria a Fundação Marcos Amaro – FMA, com o intuito de dar acesso à sua coleção particular e à produção contemporânea de arte. Com esse mesmo objetivo, o artista está à frente do Museu da Escultura Contemporânea Latino-Americana (Mescla) – projeto que se desenvolve a fim de tornar-se um espaço físico poético e sustentável na cidade de Itu e no campo adjacente ao centro urbano, composto por Salto e Sorocaba.

Ricardo Resende, mestre em História da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), trabalhou de 1988 a 2002 entre o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Foi curador do Projeto Leonilson. Foi diretor do Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza e diretor do Centro de Artes Visuais da Fundação Nacional das Artes (Funarte). Na sequência, do Centro Cultural São Paulo (CCSP). Em 2011 organizou três grandes mostras: a retrospectiva do artista Leonilson - sob o Peso dos Meus Amores, no Itaú Cultural, em São Paulo; a retrospectiva do artista cearense Sérvulo Esmeraldo, na Pinacoteca do Estado de São Paulo e a Mostra Arte Pará Ano 30, em Belém do Pará. Em 2013 organizou a I FotoBienalMASP. Em 2014, foi curador do Museu Bispo do Rosário, no Rio de Janeiro. Em 2017, assumiu a curadoria da Fundação Marcos Amaro.

. Individual de Marcos Amaro, exposição: de 05 de maio a 24 de junho,de terça a domingo, das 12h às 19h, no Centro Cultural Correios, Rua Visconde de Itaboraí, nº 20, Centro.| Telefone (21) 2253-1580. Entrada franca.

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