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12/06/2018 - 09:11

Lucros sólidos apesar do aumento de custos: recorde de US$ 38,0 bilhões em 2017, diz IATA

Sydney — A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), ou International Air Transport Association anunciou sua expectativa de que as companhias aéreas alcancem o lucro líquido geral de US$ 33,8 bilhões (margem líquida de 4,1%) em 2018. Isso representa um desempenho sólido, apesar do aumento de custos, principalmente de combustível e mão-de-obra, e também uma recuperação do ciclo da taxa de juros. Estes aumentos de custos são o principal fator de redução da previsão desde a última estimativa de US$ 38,4 bilhões em dezembro de 2017.

Em 2017, as companhias aéreas tiveram um recorde de US$ 38,0 bilhões (corrigido a partir da estimativa anterior de US$ 34,5 bilhões). Porém, as comparações estão muito distorcidas por conta de itens contábeis especiais, como créditos fiscais pontuais que aumentaram os lucros de 2017.

Os lucros operacionais, embora ainda elevados pelos padrões passados, têm apresentado uma tendência de queda lenta desde o início de 2016, como resultado da aceleração dos custos.

"A sólida rentabilidade está se mantendo em 2018, apesar dos custos crescentes. As bases financeiras do setor são fortes, operando fora do vermelho há nove anos desde o começo de 2010. E o retorno sobre o capital investido excederá o custo de capital pelo quarto ano consecutivo. Por fim, os lucros das companhias aéreas estão normalizando. Isso permite às companhias aéreas custear o crescimento, aumentar o número de empregos, fortalecer os balanços e pagar nossos investidores", disse Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da IATA.

Em 2018, o retorno sobre o capital investido deverá ser de 8,5% (queda de 9% em 2017), que ainda excede o custo médio de capital, que subiu para 7,7% nos rendimentos mais elevados dos títulos (7,1% em 2017). Isso é fundamental para atrair o capital necessário para a indústria expandir sua frota e seus serviços.

Impulsionadores das estimativas.: Custos: as pressões da inflação estão começando a surgir nesta fase posterior do ciclo econômico, com as companhias aéreas enfrentando pressões significativas do aumento de custos, principalmente de combustível e mão-de-obra.

Esperamos que o custo médio anual do petróleo seja de US$ 70/barril. Isso representa um aumento de US$ 54,9/barril em 2017 (alta de 27,5%) e da nossa expectativa para 2018, que era de US$ 60/barril. Os preços dos combustíveis para aviões devem subir para US$ 84/barril (alta de 25,9%). O custo do combustível representará 24,2% dos custos operacionais totais (aumento da estimativa corrigida de 21,4% de 2017).

Os custos unitários totais devem subir 5,2% este ano, após um aumento de 1,2% em 2017; uma aceleração significativa.

Receitas: a receita continua forte, fornecendo uma compensação dos custos acelerados, já que a demanda do transporte de passageiros e carga continua expandindo bem acima da tendência, e os preços se tornaram positivos.

As receitas totais devem subir para US$ 834 bilhões (um aumento de 10,7% em relação a US$ 754 bilhões de 2017).

As receitas unitárias devem aumentar 4,2% em 2018, ficando abaixo do aumento de 5,2% nos custos unitários. Isso vai apertar as margens de lucro.

Demanda: as viagens aéreas de passageiros devem crescer 7,0% em 2018, um índice menor que 8,1% registrado em 2017, mas ainda assim melhor que a média de 20 anos (de 5,5%) pelo sexto ano consecutivo. A demanda está maior devido ao crescimento econômico mais forte e incentivo dos novos serviços diretos de city pair. A capacidade deve aumentar 6,7% (o mesmo ritmo de 2017). O fator de carga de passageiros deve ser de 81,7%, um pouco acima de 2017 (81,5%). O número total de passageiros deve aumentar para 4,36 bilhões (alta de 6,5% em relação aos 4,1 bilhões de 2017). Os rendimentos dos passageiros devem crescer 3,2% em 2018, após uma queda de 0,8% em 2017. Este deve ser o primeiro ano de rendimentos fortalecidos desde 2011, impulsionado pelo aumento de 5,2% nos custos unitários.

A demanda de transporte de carga se beneficiou da aceleração em grande parte inesperada da economia global no ano passado. As empresas recorreram ao transporte aéreo para reabastecer seu estoque, produzindo um forte crescimento do transporte aéreo de carga em 2017. Esse ciclo de reabastecimento chegou ao fim. A demanda de transporte de carga deve crescer 4,0%. Esta é uma queda importante em relação ao crescimento de 9,7% registrado em 2017, mas permanece consistente com a taxa de crescimento de tendência de 20 anos. A carga total transportada deve aumentar para 63,6 milhões de toneladas (versus 61,5 milhões de toneladas em 2017). Os produtos farmacêuticos, o comércio eletrônico e outros serviços de carga devem liderar o crescimento em 2018. Os rendimentos do transporte de carga devem melhorar 5,1% (crescimento de 8,1% em 2017).

Fluxo de caixa: com a previsão de entrega de mais de 1.900 aeronaves às companhias aéreas em 2018 (aumento em relação a 1.722 em 2017), haverá um aumento nas despesas de capital.

Como o caixa das operações será pressionado pelo aumento de custos e gastos de capital, os fluxos de caixa livres devem cair para cerca de US$ 4 bilhões. As principais taxas do balanço, como a dívida líquida ajustada para arrendamentos operacionais/Ebitdar, melhoraram significativamente desde 2014. A redução de dívida adicional deve ser suficiente para estabilizar essa taxa em 2018.

Fatores de risco: a crescente incerteza com relação à direção em que devem seguir os problemas globais pode representar riscos para as estimativas do setor, incluindo o avanço das forças políticas que criam uma agenda protecionista, a incerteza após a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear do Irã, a falta de clareza sobre o impacto do Brexit, inúmeras discussões comerciais em andamento e conflitos geopolíticos contínuos.

"A aviação traz prosperidade e enriquece o espírito humano. Essa verdade lança as bases de uma mensagem muito importante. O mundo fica melhor quando as fronteiras estão abertas para as pessoas e para o comércio. E o nosso trabalho árduo como indústria preparou a aviação para ser um catalisador ainda mais forte para uma globalização cada vez mais inclusiva", disse Alexandre de Juniac.

Resumo de cada região s companhias aéreas da América do Norte devem registrar lucro líquido de US$ 15,0 bilhões (abaixo os US$ 18,4 bilhões em 2017), correspondendo a 44% dos lucros globais (abaixo do recorde de 60% em 2015). O lucro médio por passageiro deve ser de US$ 15,67. A região continua gerando as maiores margens, retornos sobre o capital e os montantes de lucro em dólares americanos. Porém, as margens estão gradualmente diminuindo desde o recorde de 2015 devido ao aumento de custos.

As companhias aéreas da Europa estão lentamente se aproximando do desempenho da região da América do Norte (algumas companhias aéreas individuais já estão iguais). As companhias aéreas da região devem gerar o segundo maior lucro líquido após impostos de US$ 8,6 bilhões em 2018 (alta em relação aos US$ 8,1 bilhões de 2017) e lucro por passageiro de US$ 7,58 (US$ 7,53 em 2017). A extensa cobertura (hedge) das companhias aéreas da Europa ajuda a melhorar o desempenho, atrasando o impacto do aumento nos preços dos combustíveis (enquanto que as companhias aéreas norte-americanas, com hedges menores, estão mais expostas). A diferença de rentabilidade com as operadoras norte-americanas é em grande parte impulsionada por fatores de carga sem lucro nem perda que são mais altos do que na América do Norte devido à fragmentação do setor e maiores custos regulatórios na Europa.

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico se beneficiaram do forte crescimento das receitas de cargas no ano passado, pois a região é o centro de manufatura do mundo. Em 2017, a região gerou o segundo maior lucro, de US$ 10,1 bilhões. Neste ano, a região ficou um pouco atrás da Europa, com lucros líquidos após impostos de US$ 8,2 bilhões, uma vez que o fim do ciclo de reabastecimento do estoque reduz o transporte de carga, particularmente em relação às viagens. As companhias aéreas geraram um lucro por passageiro de US$ 5,10 (US$ 6,82 em 2017). A região é hoje a maior tanto no mercado de carga quanto de passageiros, com 37% e 33% de participação nesses mercados globais.

As companhias aéreas da América Latina tiveram uma forte recuperação no desempenho financeiro, atingindo o lucro líquido de US$ 0,9 bilhão (uma alta em relação a US$ 0,5 bilhão de 2017). As companhias aéreas geraram um lucro por passageiro de US$ 2,95 (US$ 1,57 em 2017). Esta é uma mudança positiva em relação à perda de US$ 1,6 bilhão em 2015, quando as economias da região sofreram com a queda nos preços das commodities. Reestruturação, preços mais fortes das commodities e a recuperação econômica do Brasil ajudaram a melhorar a situação. Ainda há problemas com algumas das economias da região, e as companhias aéreas continuam tendo problemas de infraestrutura inadequada, regulamentação onerosa e altos custos em alguns países.

As companhias aéreas do Oriente Médio apresentam recuperação, mas em ritmo menor do que na América Latina. O aumento dos preços do petróleo está ajudando as receitas e as economias baseadas no petróleo da região, as relações aeropolíticas com os Estados Unidos melhoraram, enquanto as companhias aéreas do Golfo tiveram crescimento consideravelmente menor. Os lucros líquidos devem subir para US$ 1,3 bilhão em 2018 (aumento em relação a US$ 1,0 bilhão em 2017) ou US$ 5,89 por passageiro (US$ 4,81 em 2017).

As companhias aéreas da África continuam com recuperação lenta em relação ao menor resultado de desempenho financeiro em 2014 (perda de US$ 900 milhões), com perdas contínuas no nível de US$ 100 milhões. Isso permanece inalterado em relação a 2017, quando as perdas foram menores, pois o tráfego, principalmente de carga para a Ásia, cresceu além da capacidade, elevando os fatores de carga. A perda líquida por passageiro melhorou para US$ 1,55 (US$ 1,66 em 2017).

. Demanda de passageiros por região:

O negócio da liberdade — "Os 4,1 bilhões de passageiros que voaram em 2017 mostraram o desejo humano de explorar, conectar, aprender e colaborar em grandes distâncias. E as mais de 60 milhões de toneladas de carga entregues por via aérea representaram um terço do valor das mercadorias comercializadas globalmente. Todos os dias, produtos, pessoas, investimentos e ideias são conectados usando a rede da aviação, que mantém diretamente 63 milhões de empregos e melhora a qualidade de vida de todos", disse Alexandre de Juniac.

Alguns indicadores principais da força da conectividade global incluem: a tarifa aérea de retorno médio de 2018 (antes de sobretaxas e impostos) deve ser de US$ 380 (valor do dólar de 2018), o que é 59% abaixo dos níveis de 1998, após o ajuste com base na inflação.

As taxas médias de frete aéreo em 2018 devem ser de US$ 1,80/kg (valor do dólar de 2018), o que representa uma queda de 63% nos níveis de 1998.

O número de rotas atendidas pela aviação deve crescer e ultrapassar 58.000 em 2018, uma alta em relação a 52.000 em 2014.

Os gastos globais com turismo via transporte aéreo devem aumentar 10,4% em 2018, atingindo US$ 794 bilhões.

As companhias aéreas devem receber mais de 1.900 novas aeronaves em 2018, muitas das quais substituirão aeronaves mais antigas e menos eficientes em termos de uso de combustível. Isso expandirá a frota comercial global em 4,2%, atingindo 29.600 aeronaves.

O desempenho econômico das companhias aéreas — Revisões de dados significativas: Essa estimativa reflete algumas revisões significativas de dados históricos. Vários dados foram reforçados com o uso de novas fontes de dados. Mudanças nas receitas, custos e volumes significam que os custos unitários, as receitas unitárias, o rendimento e, portanto, os valores históricos do fator de carga sem perda nem lucro mudaram nos níveis global e regional. Porém, essas alterações, na maior parte, mudaram apenas níveis, as tendências permanecem as mesmas.

A 74ª Reunião Geral Anual da IATA e a Cúpula Mundial do Transporte Aéreo reuniram cerca de 1.000 delegados e meios de comunicação em Sydney, Austrália, de 3 a 5 de junho. Visite a sala de imprensa do evento para obter as últimas atualizações e conteúdo multimídia e procure as discussões sobre o evento nas mídias sociais usando #IATAAGM.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) ou International Air Transport Association) representa cerca de 290 companhias aéreas, que correspondem a 82% do tráfego aéreo global.

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