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15/06/2018 - 07:47

“O digital e a análise de dados serão nossos segundos idiomas”, diz especialista no Subsea Forum 2018

Evento reuniu grandes nomes da indústria e debate a transformação digital da indústria de petróleo e gás.

A verdadeira e completa transformação digital do segmento subsea. Esse foi o principal tema de debate do Subsea Forum 2018, realizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, no Rio de Janeiro. O evento, que aconteceu entre os dias 5 e 7 de junho, reuniu especialistas nacionais e internacionais dos principais players da indústria – desde operadores e fornecedores até consultorias — para mostrar as ferramentas de digitalização disponíveis e os benefícios gerados para o segmento que reúne sistemas e equipamentos submarinos.

“A criação do conceito Subsea 4.0 é mais do que aplicar tecnologias, é o modo como trabalhamos, são os processos. A transformação digital é fundamental para manter o breakeven price competitivo e fazermos uma transição suave para a economia de baixo carbono”, disse Orlando Ribeiro, da Petrobras, durante a abertura do evento.

Atualmente, a indústria de petróleo e gás compete não só com o shale oil americano, mas também com as energias renováveis. No entanto, segundo os especialistas, os combustíveis fósseis devem permanecer relevantes para a matriz energética global no longo prazo, tendo seu pico de demanda previsto entre 2030 e 2040. De acordo com Marco Biseli, do Boston Consulting Group, a demanda de energia global em 2040 será de 17.600 Mtoe. Desse total, o petróleo será a principal fonte energética (27%), seguido do gás natural (25%).

“O Brasil tem grande potencial para atender essa demanda, mas como garantir a competitividade? Eu diria que os principais fatores são a tecnologia, o digital e o analytics. A digitalização é capaz de deixar o segmento deepwater ainda mais competitivo e, especialmente no Brasil, levar a um futuro brilhante”, afirmou Biseli. “Nos últimos anos, eu tenho trabalhado em vários projetos de transformação digital, mas nenhum deles para a indústria de petróleo e gás. É muito bom ver esse setor despertar para essa necessidade”, complementou.

Para Rudimar Lorenzatto, da Petrobras, segurança e confiabilidade são as duas grandes áreas para transformação digital. No quesito segurança, por exemplo, o setor pode se beneficiar do monitoramento digital operacional. Além disso, seria possível pensar em operações sem uso de mergulhadores e risers, bem como em veículos autônomos para inspeção e monitoramento remoto.

De acordo com Benoit Ludot, da Total, a indústria precisa encontrar conceitos disruptivos para desenvolver os campos deepwater, e a digitalização é parte dessa solução. Nesse sentido, a Total, assim como outras operadoras, desenvolve um roadmap digital para mapear oportunidades e pensar em soluções.

“Em algum momento, teremos que trabalhar juntos na digitalização para maximizar resultados. Hoje, já é possível observar uma mudança de mentalidade das empresas e vemos alguns operadores trabalhando em conjunto para reduzir custos e melhorar a logística, especialmente no oeste da África”, esclareceu. “Esse é um primeiro passo, mas ainda precisamos encontrar uma forma de trabalhar em conjunto. Como? Ainda não tenho essa resposta”, complementou.

Para Neil Gordon, da SubseaUK, é necessário que se trabalhe em colaboração para competir como indústria contra uma matriz energética cada vez mais diversificada. Claudio Makarovsky, presidente da ABESpetro, concorda com esse aspecto. “A próxima grande disrupção da indústria subsea será a co-criação. Precisamos reunir as mentes mais brilhantes do setor em uma sala, sem crachás e sem competição”, disse.

Os desafios à frente, porém, ainda são significativos. Segundo Marcio Affonso, da BHGE, 97% das companhias não desenvolveram ainda a habilidade de transformar os dados coletados em insights, em inteligência. Já para Brian Skeels, da TechnipFMC, a palavra-chave é risco. “Se a empresa investe 1 milhão ou 1,5 milhão em um projeto, ela não está disposta a arriscar e perder o investimento – e as novas tecnologias significam riscos, não têm toda sua capacidade comprovada. Se reduzirmos os custos dos projetos subsea, as empresas estarão mais dispostas a arriscar”, sentenciou.

O Subsea Forum 2018 teve patrocínio da Petrobras, Aker Solutions, Subsea Integration Alliance, Total, Tracero e 4Subsea.

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