Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

12/04/2008 - 10:20

Bioenergy Alliance aponta novos negócios para o etanol brasileiro


Iniciativa da FMC contou com a palestra de Jebb Bush no encerramento do evento que percorreu EUA, México e Guatemala.

A Bioenergy Alliance fechou o seu giro pelas Américas do Norte e Central nesta quinta-feira, em Miami, com a destacada participação de Jebb Bush, ex-governador do estado norte-americano da Flórida e presidente da Comissão Interamericana do Etanol. Bush apresentou novidades, expondo dados concretos de mudança na política energética na Flórida: está em tramitação uma lei que torna obrigatório o uso de 10% de etanol misturado a gasolina até 2010. O evento é uma iniciativa da FMC, que reuniu os principais empresários e autoridades em etanol das Américas em um giro pelos Estados Unidos, México e Guatemala. Muitos especialistas estiveram presentes no evento , que ainda contou com a presença da Petrobrás, do Ministério da Agricultura e das Relações Exteriores do Brasil. A Bioenergy Alliance ocorreu entre os dias 06 e 11 de abril.

Além desta clara indicação de mudança do leque energético da região, Jebb Bush apresentou uma visão de clara liberalização comercial a respeito do etanol. “O etanol se caracteriza de modo sólido como uma fonte energética muito competitiva e sustentável. É claro que isto interessa ao estado da Flórida”, analisa Luiz Carlos Corrêa Carvalho, consultor da Canaplan.

Ele afirma, ainda, que a adesão da Flórida a um aumento do consumo de etanol é estratégica, já que a região é uma ‘porta de entrada’ da América Latina para os EUA, sobretudo em virtude da logística. A importação de etanol do Brasil e ainda, dos países da América Central, seria facilitada. Neste ponto, se reafirma a importância do notável avanço do etanol também no México e na América Central.

Conclusões e resultados da Bioenergy Alliance - A iniciativa da FMC envolveu os dois maiores produtores e líderes tecnológicos de energia do mundo, Brasil e Estados Unidos, que respondem por 85% da produção mundial de etanol. O Bioenergy Alliance tratou não apenas a questão de oportunidades de investimento e comércio entre os dois líderes em etanol, mas também as possibilidades de expansão de negócios do setor sucroalcooleiro para o México e os demais países da América Central.

A Bioenergy Alliance foi uma relevante contribuição da FMC aos seus clientes, com o objetivo de dinamizar as ações e iniciativas no mercado de etanol. Apesar de o Brasil produzir cerca de 40% do etanol do mundo, exporta apenas 13% de sua produção. Parte disso ocorre devido a forte taxação do etanol brasileiro no exterior, sobretudo nos EUA.

Atento a este fato, Roberto Gianetti da Fonseca, diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP, fez uma proposta inovadora, no painel “As relações Brasil-EUA e oportunidades nas Américas”. Ele sugeriu uma mudança radical de rumo nos relacionamentos do setor entre governos, produtores e consumidores de etanol no Brasil e nos EUA. Segundo ele, os produtores dos dois países deveriam se aliar para abastecer o crescente mercado norte-americano de etanol: existem hoje cerca de sete milhões de veículos flex rodando nos EUA, com a adição de 1,5 milhão de novos bicombustíveis por ano. Trata-se de um mercado que os produtores de etanol norte-americanos não conseguiriam suprir sozinhos, o que abriria espaço para o Brasil e baratearia o alto preço de combustível que os prejudica em tempos de ameaça de recessão, afirma Fonseca.

Além dos EUA, México também é visto como um país importantíssimo na expansão de investimentos e de mercado do etanol pelos empresários do setor: “No México o custo de produção é muito alto e isso pode alavancar muitos negócios para o Brasil como a importação do produto brasileiro ou parcerias com empresas locais para viabilizar a exportação para os EUA”, afirmou Maurílio Biagi Filho, presidente do grupo Maubisa. Já o presidente da Trading CPA, Dagoberto Delmar Pinto, salienta que “o México, para os brasileiros, significa isenção de tarifas e aumento real das exportações do produto”. Hoje a Trading CPA exporta 500 milhões de litros via Caribe e quer chegar a 1,5 bilhão de litros nos próximos anos.

O interesse dos brasileiros se converteu notadamente em avanço após o painel “O NAFTA e as oportunidades do açúcar e do álcool”, no segundo dia de debates da Bioenergy Alliance: “O governo mexicano anunciou hoje, durante o evento, uma lei que, até o final de 2008, regulará o mercado de etanol no país. Trata-se de um grande avanço”, afirmou Luiz Carlos Corrêa Carvalho, consultor da Canaplan. Segundo Paulo de Tarso Costa, gerente da Petrobras em comércio de álcool e oxigenados, as perspectivas para a exportação de etanol são muito otimistas.

Somada ao México, a América Central também foi representada com grande relevância no evento, reforçando a possibilidade de difusão do etanol por todo o continente americano. A região, dependente da importação de petróleo, está rumando para a diversificação de seu leque energético. “O ponto de maior destaque sentido na rodada da América Central foi a clara disposição da região em aumentar a produção e o consumo do etanol. Isso caracteriza uma situação de ganho tanto para o Brasil quanto para a América Central”, afirmou Alexandre Strapasson, diretor do departamento de Agroenergia do Ministério da Agricultura do Brasil.

Ele ainda afirmou que a cooperação do Brasil nas áreas tecnológica e comercial pode ocorrer de modo substancial, dado o know-how que o país possui. Segundo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura do Brasil, a cooperação entre Brasil e América Central tem ocorrido no último ano em conjunto com os EUA, em virtude dos acordos na área de bioenergia entre os presidentes Luís Inácio Lula da Silva e George W. Bush. No entanto, falta mais iniciativa por parte dos governos em apoiar o boom de produção e consumo do etanol na América Central. A afirmação é de Salvador Bigura, gerente de novos negócios do Grupo Pantaleón, da Guatemala: “O Brasil já tem colaborado de forma sólida, sobretudo na área tecnológica. Mas é necessário que ocorra um investimento muito maior nas áreas logísticas, de distribuição e comercialização do produto”, afirma Bigura.

Os países caribenhos podem exportar até 7% da demanda total de álcool dos EUA com isenção da tarifa de importação. Severino Cláudio de Souza Júnior, diretor da Usina Caeté, do Grupo nordestino Carlos Lyra, concorda e diz que os grandes grupos vão consolidar e expandir esse mercado, pois é o caminho mais viável para a entrada do produto brasileiro para os Estados Unidos. “Hoje, de 30 a 40% das exportações brasileiras de álcool passam pelo Caribe”, reforça Dagoberto Delmar Pinto, da Trade CPA.

O grupo Pantaleón, do qual Salvador Bigura é gerente de novos negócios, é um dos mais destacados da América Central na produção de etanol. Produz anualmente sete milhões de toneladas de cana, em três usinas, sendo duas na Guatemala e uma na Nicarágua. O grupo está iniciando seus investimentos no Brasil de modo substancial, por meio da compra de uma usina na cidade paulista de Suzanópolis, que fica na divisa entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os investimentos, somente nesta usina, totalizam 100 milhões de dólares.

A unidade de Suzanópolis produzirá cerca de dois milhões e meio de toneladas inicialmente e a meta é que em cinco anos a produção chegue a 20 milhões de toneladas. “Vemos o Brasil como um grande exemplo para o desenvolvimento mais intenso no setor sucroalcooleiro. O país teve um êxito muito grande no programa Pró-álcool, e isso é um exemplo muito bom para as nações que estão começando a sua produção de etanol neste momento”, finaliza Bigura.

Perfil da FMC Agricultural Products - A FMC é uma multinacional americana que atua globalmente em diversos segmentos, empregando cerca de 5 mil pessoas em 34 países. No Brasil, a FMC está sediada em Campinas. É no setor agrícola que ela tem mostrado sua vocação, com uma extensa linha de produtos para controle de pragas, plantas daninhas e doenças em culturas como soja, milho, algodão, cana-de-açúcar, arroz, entre outras.

A empresa se destaca por ser ágil, dinâmica, focada em antecipar as necessidades dos clientes, no resultado dos negócios, e na sustentabilidade social e ambiental das comunidades onde está presente.

Com faturamento anual de US$ 326 milhões em 2007, a FMC é focada em nichos de mercado nos qual a liderança é conquistada por meio de investimentos em pesquisa, orientação ao cliente, novas tecnologias, segurança e, principalmente, em pessoas motivadas e predispostas em se inovar e se superar.

FMC. Uma empresa que acredita que o seu sucesso está no sucesso de todos os elos da cadeia: clientes, colaboradores e fornecedores.

. Foto: (esq./dir.) Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura (MAPA), e Antonio Carlos Zem, presidente da FMC para a América Latina

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira